O PublishNews abre nesta terça (23), em parceria com a Feira do Livro de Frankfurt e com o patrocínio da MVB, as inscrições para a oitava edição do Prêmio Jovens Talentos. O prêmio busca reconhecer profissionais da indústria editorial com até 35 anos que se destacaram, fizeram algo inovador e contribuíram de forma notável para o desenvolvimento do mercado. A ideia é escolher cinco jovens talentos vencedores e conceder o Prêmio Especial para o primeiro colocado, que ganhará uma viagem para a Feira do Livro de Frankfurt 2024, com as despesas de passagem e hospedagem pagas. Os demais ganhadores terão acesso à Feira caso estejam em Frankfurt. Até o dia 9 de agosto de 2024, podem se inscrever profissionais de qualquer área do mercado – editorial, produção, marketing, comercial, divulgação, administrativa, entre outras – e que tenham contribuído de forma especial para a cadeia do livro. O prêmio também é aberto a freelancers, empreendedores e, claro, funcionários de qualquer empresa ligada à cadeia do livro. Para se inscrever ou indicar alguém, basta enviar um e-mail para jovenstalentos@publishnews.com.br até às 19h do dia 9 de agosto de 2024. O e-mail deve incluir: Nome completo, telefone e e-mail do indicado; Foto do indicado; Um texto de até 4 mil caracteres explicando por que você ou a pessoa que você quer indicar merece o prêmio. Tanto indicações de terceiros como próprias serão aceitas. É importante ressaltar no testemunhal as realizações do(a) indicado(a) e como ele(a) contribuiu para a indústria do livro, citando trabalhos acima da média e que excederam as expectativas, por exemplo. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

A Fundação Biblioteca Nacional (FBN) – entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) – inaugura para o público, nesta quarta-feira, dia 24 de julho, a partir das 12h, a exposição A língua que se escreve sobre o mar – Camões 500 anos. Após a abertura oficial, a mostra poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, na sede da Biblioteca Nacional, no Centro do Rio, até 4 de outubro. A exposição é realizada em parceria com a Embaixada de Portugal no Brasil, com patrocínio do Camões – Centro Cultural Português em Brasília e de Pinheiro Neto Advogados. A entrada é gratuita. A FBN possui cerca de 700 exemplares de livros de Camões, alguns deles vindos de Portugal com Dom João VI, em 1808. Entre as raridades estão as primeiras edições de Os lusíadas (1572), Rimas (1616) e Rhytimas (1595). A exposição está montada no setor de Obras Raras da Biblioteca Nacional, e dialoga com as celebrações ao escritor português realizada pela instituição em 1880 – fotografada, na ocasião, por Marc Ferrez. A mostra inclui mapas de Lisboa e das Américas, feitos na época de Camões – uma era de navegações e descobrimentos que inspiraram o maior escritor lusitano. Os visitantes poderão apreciar ilustrações presentes nos livros de Camões, além de diversas gravuras e desenhos dos séculos XVI ao XIX que retratam e homenageiam o autor. A exposição inclui, ainda, obras da literatura inspiradas no universo camoniano, além de pinturas de artistas contemporâneos relacionadas à temática da navegação, entre outros itens do acervo da FBN. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Morreu no último sábado (20), aos 80 anos, o artista gráfico e capista Hélio de Almeida. Conhecido por trabalhar em diversas redações de jornais e revistas desde os anos 1960, Hélio foi também capista importante na primeira fase da Companhia das Letras, além de contribuir com diversas outras editoras ao longo de sua carreira. Ele foi cremado no domingo (21) no cemitério da Vila Alpina. As informações foram divulgadas por familiares e amigos nas redes sociais. “Soube, distante do Brasil, que um amigo, fundamental para a história da Companhia das Letras, faleceu", escreveu Luiz Schwarcz, editor, fundador e CEO da editora. "Hélio de Almeida, um dos grandes designers de livros e revistas, ajudou a definir, através dos tempos, parte importante da imagem da editora. Trabalhou a meu lado, literalmente, na antiga sede da Companhia, num sobrado do Pacaembu. O conheci, se não me falha a mémoria, quando, me achando muito ousado, procurei o famoso artista gráfico — que diagramava e fazia as capas de revista IstoÉ dos áureos tempos — para realizar o design das obras de Rubem Fonseca, recém contratadas por nós. Depois disso desenvolvemos uma parceria e amizade significativas". Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

Na manhã do sábado (20), em comemoração do Mês da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a Escadaria do Bixiga foi palco de um encontro histórico: o evento "Escritoras Negras Existem – 2ª edição da Foto Histórica". Mais de 60 escritoras negras, de diversas regiões da cidade de São Paulo, do interior do estado e até de outros estados, se reuniram para celebrar a literatura negra e a representatividade. Promovido pelo Coletivo de Escritoras Negras Flores de Baobá, o evento teve como objetivo principal reforçar a importância da mulher negra na literatura brasileira e mostrar a pluralidade da produção literária afro-brasileira. Além de um sarau, que contou com declamações e leituras de poesias, crônicas e até textos dramatúrgicos, o grande momento do dia foi a Foto Histórica, com todas as escritoras presentes na Escadaria, que no Bixiga se tornou símbolo da resistência e da luta do povo negro. A primeira edição do evento, realizada em julho de 2022, já havia marcado a cena cultural paulistana. Este ano, a 2ª edição consolidou o "Editoras Negras Existem" como um espaço de encontro, afeto, celebração e visibilidade para as escritoras negras, que por muito tempo foram silenciadas na sociedade e na literatura brasileira, de acordo com o coletivo. "Por isso a importância de sempre gritar que 'escritoras negras existem'". Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

Há cerca de duas décadas, o relatório “Reading at Risk”, do Fundo Nacional Para as Artes (National Endowment for the Arts ou NEA) – uma agência independente do governo federal dos Estados Unidos – já apontava que o declínio na leitura de literatura estaria associado a uma diminuição no desempenho acadêmico. Alunos que não leem regularmente têm mais probabilidade de ter notas baixas e menor participação em atividades extracurriculares educacionais. No Brasil, o último Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa 2022), que avalia o conhecimento e as habilidades dos estudantes na faixa etária dos 15 anos em matemática, leitura e ciências, mostrou que os estudantes do Brasil obtiveram pontuação inferior à média da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) nas três matérias. Cerca de 50% dos estudantes no Brasil atingiram o Nível 2 ou superior em leitura, enquanto a média dos países que integram a OCDE é 74%. Apenas 2% dos estudantes brasileiros obtiveram pontuação no Nível 5 ou superior em leitura (média da OCDE é de 7%). A literatura sempre foi além do entretenimento e desempenha um papel fundamental na sociedade por ser um instrumento poderoso de debate e reflexão, com o potencial de transformar indivíduos e, consequentemente, a sociedade como um todo. Em um país que apenas metade da população é leitora, de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil de 2019, o papel da literatura como formadora de cidadãos tem que ser fortemente incentivado. Clique no Leia Mais para ler o artigo na íntegra.

A Editora Luz da Serra está com uma vaga aberta de produtor editorial. Entre as atribuições do cargo, estão realizar todo processo de produção dos livros da Editora, garantido e execução e finalização dos projetos editoriais, e realizar a gestão e supervisão dos trabalhos realizados por escritores, editores, revisores, diagramadores e capistas. É requisito possuir Superior Completo em Letras, Jornalismo ou áreas afins. Benefícios: Vale alimentação R$ 600 + Vale transporte + Plano de saúde 50% + Plano Odontológico 100% + Premiação indicação + Presentes aniversário + Opon food + Luto Pet + Premiação sob resultados do quarter + Descontos nos produtos da Editora, Fitoenergética e Bistrô + Acesso aos cursos. Vaga em Nova Petrópolis (RS). Interessados mandar currículos para oportunidade@luzdaserra.com.br.

A Editora Gente busca um assistente editorial que será responsável pela gestão do processo de produção editorial de obras nacionais e internacionais e pelo processo de aprovação de provas gráficas; atuará com a contratação de prestadores de serviço e análises de originais; realizará a revisão de materiais internos e eventuais pesquisas de mercado. Para essa posição, os requisitos abaixo são: Possuir formação concluída em Jornalismo, Letras, Produção Editorial ou similares; Ter pelo menos 1 ano de experiência no mercado editorial, atuando com produção de editorial de livros; Ter domínio em revisão de textos; Possuir Inglês nível avançado; Possuir conhecimento básico no pacote Adobe, principalmente Indesign; Possuir conhecimento nas ferramentas: Teams, OneDrive, Zoom e possuir muita familiaridade com aplicativos de Inteligência Artificial; Ser uma pessoa comunicativa, minuciosa, atenta aos detalhes, organizada. Contratação Regime CLT, trabalho presencial em São Paulo (SP). Interessados podem se inscrever no Linkedin.

Quando Amalia tinha 12 anos, gostava de frequentar a casa da vizinha. Por lá, havia uma piscina no quintal, o desejo maior em meio ao verão implacável de Buenos Aires. Mas havia também um filhote de jacaré. O réptil era pequeno e, no entanto, sua boca assustava. Quando alguém esboçava um mísero pavor, ouvia dos donos da casa: “Não tema, é inofensivo”. Nada que se mexa, que tenha fome ou que sinta cheiro pode ser assim tão livre de causar receio. Ser alvo da animalidade – a nossa e a alheia – é o destino implacável de todos. Essa é a ideia por trás de Estamos a salvo (Nós, 152 pp, R$ 70 – Trad.: Silvia Massimini Félix), reunião de dezessete contos afiados como caninos da escritora argentina Camila Fabbri, um dos grandes nomes da atual literatura latino-americana. Entre os protagonistas de Fabbri, em sua maioria mulheres e crianças, impera uma espécie de aceitação da vida como elemento de constante selvageria, que obriga a todos a viver em estado de alerta como um animal numa selva. Ou numa jaula. Seja no caso da atriz madura que se envolve com um operador de som bem mais jovem, ou no do homem preso dentro do terror que pode ser um shopping, Estamos a salvo é um livro que obriga o leitor a escutar as feras. Esse é o segundo livro de Camila Fabbri lançado no Brasil pela editora.

Mulheres literalmente marcadas na pele com desenhos enigmáticos. Águas cheias de visões, sejam do passado, sejam do futuro. Um apito diário a percorrer o bairro. Poemas feitos de vapor, como se fuera la última vez. No terreiro, jaz o silêncio. Para o luto, cerveja em dois copos. Há quem desaparece, há quem desiste. Tempos íntimos (Penalux, 144 pp, R$ 50), de Larissa Campos, traz um compilado de ilusões, 24 contos ilustrados a instigar a leitura por seus aspectos cotidianos manejados de formas espetaculares. Um caminho apontado pela autora sem nenhuma volta, numa obra selecionada para publicação pelo edital de fomento Estevão de Mendonça, do Governo do Estado de Mato Grosso. As ilustrações são de Dani Dias. As histórias trazem personagens que se dedicam a desvendar pequenos mistérios do cotidiano, como a aparição de uma chalana na orla da cidade, carros abandonados pelas ruas, poemas feitos de vapor, mulheres marcadas na pele com desenhos enigmáticos, o som diário de um apito. Esses são alguns dos argumentos de textos que estão em Tempos íntimos. Um diferencial do livro é que todos os contos ganharam uma ilustração colorida em aquarela feita pela artista mato-grossense Dani Dias. Outro ponto relevante é que esse projeto desenvolvido pela escritora compreende atividades gratuitas de fomento à cultura, como oficinas de escrita criativa e rodas de conversa em Cuiabá e Chapada dos Guimarães.

O olhar dourado do abismo (Instante, 96 pp, R$ 59,90), único volume de contos de Olga Savary publicado originalmente em 1997, reúne narrativas marcadas por intensa voz poética, em que se sobressai um trabalho de linguagem que prioriza o erótico, o irônico e o trágico, valendo-se de um imaginário povoado por elementos trazidos do folclore brasileiro e da cultura pop. Através do olhar da autora, o feminino ganha centralidade, ainda que as mulheres retratadas lutem para ocupar espaço num mundo moldado por homens. Savary brinca com estruturas narrativas, se permite mesclar registros linguísticos, entre o regional e o erudito, e recorre aos reinos animal, vegetal e mineral para criar figuras de linguagem inusitadas. Dialoga, ainda, com temas contemporâneos à época, como a contundência das mulheres que rejeitam os papéis de esposa e mãe e rompem com todos os códigos para se lançarem à aventura de viver uma sexualidade intempestiva. A edição da Instante conta com prefácio de Joselia Aguiar e apresentação de Rafael Domingos Oliveira.

Em uma mala de couro esquecida debaixo de uma mesa, Ralph Ellison, um dos maiores escritores estadunidenses do século XX, guardava uma série de manuscritos inéditos. Após a morte de Ellison, sua esposa, Fanny, presenteou John F. Callahan — editor e grande amigo do marido — com esses escritos. Assim, seis contos inéditos foram selecionados, junto a outros já publicados pela imprensa, para compor esta antologia. Em Voando pra casa e outras histórias (José Olympio, 197 pp, R$ 69,90 – Trad.: André Capilé) estão reunidos os primeiros contos de Ellison, escritos entre 1937 e 1954, nos quais o autor já aborda seu tema preferido: a formação de uma identidade negra nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, revela uma realidade particular que transcende a vida ordinária. Em catorze histórias curtas, leitoras e leitores encontrarão traços autobiográficos de um autor que soube transpassar sua vivência para a literatura. Herdeiro declarado do estilo cru e poético de Ernest Hemingway, Ellison nos emociona com a inocência infantil em Garoto em um trem e impressiona com a brutalidade dos linchamentos em “[Uma farra no parque]” — um retrato de um século XX que se faz atual ainda em tantos momentos.

O livro Motel Mustang (P55, 124 pp, R$ 50) é inspirado na tragédia real ocorrida em 19 de maio de 1989 em decorrência das fortes chuvas que afetavam a cidade de Salvador, na Bahia. Trinta toneladas de terra do morro da Boa Vista do Lobato desabaram sobre o Motel Mustang, localizado na Avenida Suburbana, acarretando a morte de nove pessoas, entre casais, funcionários e até os donos. A causa mais provável para o acidente foi o rompimento de cortinas de contenção do morro que ficava acima do motel. A partir dessa trágica notícia e após uma série de pesquisas, o autor Marcus Vinícius Rodrigues desenvolveu os seis contos do livro, que narram as histórias de personagens fictícios ao redor do mesmo acontecimento. É uma leitura carregada de emoção, em que o prazer e a dor se entrelaçam em histórias surpreendentes. Elói buscava a primeira noite, Marta agarrava-se ao namorado que se afastava, Jackson e Terêncio queriam estar em paz. Luciene não queria estar lá. O garçom, o motorista, a camareira, a cozinheira, o gerente, todos eles tinham suas razões e seus medos. E depois, nos escombros, os saques e talvez uma esperança pelas mãos do menino Dinho, a maciez da vida, ainda que, para alguns, o luto permaneça com um travo amargo de desamor. Dona Mira limpa a casa antes de partir.