Apesar da vontade constante de “olhar para o telemóvel”, o narrador de Baiôa sem data para morrer (Globo Livros), romance do escritor e editor português Rui Couceiro, consegue chegar ao vilarejo de Gorda-e-feia (localização fictícia no Alentejo), para encontrar a casa da sua família restaurada pelo personagem que dá nome ao livro. Baiôa – o nome é incomum também em Portugal, onde o livro ganhou este apelido e foi também premiado – é um idoso que trabalha nas casas da vila a fim de atrair moradores mais jovens. É o caso do narrador, um professor de 33 anos, viciado nas redes sociais e em busca de uma paz de espírito, confiante de que a encontrará apenas no interior. Situado no interior de um país em acentuada crise demográfica, o próprio tamanho do livro – volume denso de mais de 400 páginas na edição brasileira – contrasta com a vida até então acelerada de seu narrador pelo ritmo da internet. Baiôa sem data para morrer é o primeiro livro de Rui Couceiro, jornalista de formação e editor por vocação. Desde 2006 inserido no mercado editorial português, atualmente ele está à frente do selo Contraponto, chancela de não ficção da Bertrand Editora, onde edita em Portugal livros de nomes como Rita Lee e da apresentadora de TV Cristina Ferreira. Ele também já editou ficção e acompanhou boa parte da carreira de Valter Hugo Mãe, entre diversos outros escritores. Rui conta ter visitado o Brasil a trabalho dezenas de vezes – a mais recente foi na Bienal do Livro Rio, onde concedeu uma entrevista ao PublishNews, atualizada por uma conversa virtual nesta semana. Ele diz que gostaria de visitar São Paulo para apresentar o livro, mas a oportunidade ainda não se apresentou. “Terminei o meu novo romance no final de 2023 e conto que saia dentro de alguns meses aqui em Portugal. Acabei de o entregar à minha editora”, complementa. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

Gustavo Bernardo Krause é o novo editor-executivo da Editora da UERJ. Professor do Instituto de Letras da UERJ, além de escritor e ensaísta, Krause traz consigo a experiência administrativa de ter sido diretor do Vestibular da UERJ, de 2016 até o final do ano passado. A nova gestão encontra a EdUERJ em uma ocasião especial: em 2024, a unidade completa 30 anos de existência. As atividades editoriais estão evidenciadas por um catálogo com mais de 600 livros acadêmicos publicados, em formatos físico ou digital, incluindo traduções e títulos agraciados com prêmios, como o Jabuti. Desde 2019, a Editora administra a Livraria da EdUERJ, um espaço para a distribuição de seus livros e de outras editoras acadêmicas e que se tornou também uma opção para eventos literários no campus Maracanã. Krause demonstrou otimismo com o novo desafio. "Assumo, empolgado, a Editoria Executiva da EdUERJ. Professor e escritor, sinto-me honrado por estar neste lugar e por ser parte importante da gestão de Gulnar e Bruno. Conheci uma equipe maravilhosa e já estamos pensando, juntos, várias propostas para dinamizar a Editora e a Livraria da EdUERJ", diz em nota. "Esperem novidades, entre elas, os Prêmios UERJ de Literatura e de Divulgação Científica", conclui.

A Clareira (Rua Henrique Dias, 111 – Porto Alegre / RS) é a mais nova livraria de rua, inaugurada em dezembro. A iniciativa é do jornalista e escritor Flávio Ilha – que já atuou como repórter e editor em diversos veículos da mídia impressa, escreveu, publicou e publica livros pela Diadorim, editora que fundou em 2016. “É um sonho antigo, naturalmente porque gosto muito de trabalhar com livros”, comenta. A Clareira funciona de segunda a sábado, das 10h às 19h. O local nasceu para ser um “espaço de descanso, relaxamento e encontro no concreto da cidade. Como uma clareira na floresta”. Além de fazer a curadoria dos livros, que tem foco em literatura contemporânea e destaque para a área da psicanálise, além de uma pequena área de usados, Ilha está à frente no dia a dia do empreendimento, trabalhando e recebendo os clientes. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews publica regularmente a Área Indie, espaço publieditorial que reúne informações sobre livros lançados de forma independente ou autopublicados. Nesta semana, são três novas obras. A primeira delas é o romance de Alexandre Lima lançado pela Paradoxum. Oxidar - a vida começa em qualquer ponto é uma história de amizade de 50 anos entre cinco amigos – Omar, Olavo, Berenice, Frida e Neide - contada por Omar que revela ter Alzheimer e vê sua memória se esvair. É um livro de época e contemporâneo ao mesmo tempo, pois acompanha o Omar desde os seus dez anos de idade em 1950 até 2015. O lançamento do livro ocorre neste sábado (13), às 17h, no Café Cultura Soho (Rua Saldanha Marinho, 1.050, Centro - Curitiba / PR). O segundo livro é Onde mora o coração, escrito por Clare Lydon e publicado pela Bookmarks. Com um enredo maduro e complexo, a autora conquista os leitores com protagonismo sáfico, tiradas inteligentes e uma história de amor digna das telas de cinema. O terceiro destaque vai para a edição atualizada de O Guesa, do poeta maranhense Sousândrade. Com meticulosa organização da professora Luiza Lobo, uma das maiores autoridades no estudo do autor, a edição traz uma introdução, cronologia, bibliografia, notas e um glossário detalhado, oferecendo aos leitores uma compreensão mais ampla e profunda da obra. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Universo dos Livros abriu uma vaga para promotor de livros com experiência na área. É preciso ainda ter ensino superior em Administração, Letras, História, Marketing/ Publicidade; experiência com gestão de mailing e CRM; e conhecimentos em Trade Marketing. Inglês nível intermediário será um diferencial. As funções do cargo incluem visitar os clientes a fim de impulsionar e melhorar o desempenho da marca; promover produtos e organizar exposição e rotatividade em pontos de venda; repor os produtos nas prateleiras e negociar os pontos de destaque da mercadoria dentro da loja; abordar clientes, esclarecer dúvidas e distribuir panfletos ou amostra grátis; projetar e desenvolver estratégias de vendas; dar treinamento dos produtos para o time de vendas das lojas; construir um melhor relacionamento com o público; ajudar o time de vendas dos clientes com dúvidas técnicas; reportar à gerência comercial por via de relatórios semanais as informações sobre ações dos concorrentes; e participar de vendas em ambientes externos, como feiras, exposições de produtos, eventos, etc. Interessados devem encaminhar currículos para thiago@universodoslivros.com.br.

O Radar de Licitações – seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais – traz mais dois editais. O primeiro busca registro de preços para aquisição de livros técnicos/didáticos para rede municipal de ensino em um estado no Nordeste. O valor ultrapassa os R$ 930 mil. Já o segundo busca a aquisição de serviços gráficos para órgão público de grande capital, com valor aproximado de R$ 80 mil. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

No sábado (13), a Livraria do Jardim (Avenida Manoel Borba, 292 – Recife / PE) será ponto de encontro do Clube do Livro da Professora Cris. O evento gratuito começa às 10h e promete uma experiência envolvente para os pequenos amantes da leitura. Para este encontro do Clube do Livro, a obra infantil escolhida foi o título Este livro está fora de controle (Panda Books). A história tem como personagens Beto, Bella e seu cachorro que, juntos, vão encantar os pequenos leitores com as infinitas possibilidades criativas do universo da literatura. Como em suas obras anteriores, Richard Byrne brinca com a metalinguagem para aguçar a imaginação do público infantil. Ilustrações coloridas e de traços simples feitas pelo próprio autor ocupam as páginas inteiras, contribuindo para o clima lúdico e descontraído. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A editora Laboralivros, pelo selo Urso, está com uma campanha no Catarse para financiar seu mais recente projeto literário, Noites de Hokkaido: relatos, contos e lendas do povo Ainu. A campanha, acessível aqui, busca apoio para dar vida a um livro de contos que mergulha nas ricas tradições do povo Ainu, uma cultura indígena habitante do território japonês. Explorando as noites mágicas de Hokkaido, a segunda maior ilha do Japão e lar dos Ainu, a Laboralivros deseja compartilhar narrativas que celebram a espiritualidade, a mitologia e o cotidiano dessa comunidade. Cada conto é uma peça do quebra-cabeça cultural Ainu, oferecendo aos leitores uma visão de uma herança muitas vezes esquecida. A campanha oferece aos apoiadores a oportunidade de se envolverem ativamente na criação do livro, com recompensas exclusivas que vão desde o nome inserido no livro em agradecimento como itens exclusivos relacionados à cultura Ainu. A nanoeditora Laboralivros existe desde 2018 e se dedica ao resgate de textos inéditos no Brasil, em especial de culturas asiáticas, contos fantásticos, e protagonismo feminino. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O escritor Geovani Martins é o entrevistado pela apresentadora Eliana Alves Cruz na edição inédita do programa Trilha de Letras que a TV Brasil exibe nesta quarta-feira (10), às 22h. O convidado aborda seu mais recente livro, o romance Via Ápia (Companhia das Letras), e comenta sua origem na favela, tema tratado na publicação. O papo com o autor carioca gravado na BiblioMaison para a produção do canal público fica disponível no app TV Brasil Play. O conteúdo ainda tem uma versão transmitida pela Rádio MEC no mesmo dia, mais tarde, às 23h. Durante a conversa, Geovani Martins destaca a trama da nova obra e explica a proposta de Via Ápia. O título traz uma narrativa que acompanha a vida de cinco amigos em uma favela após a instalação de uma UPP - experiência vivida pelo próprio escritor na realidade do Rio de Janeiro. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O filme Turma da Mônica Jovem – Reflexos do Medo chega aos cinemas no dia 18 de janeiro e traz uma releitura dos personagens da Turma da Mônica em versões adolescentes. Inspirado nas histórias em quadrinhos de sucesso que formou uma geração de leitores, a Panini traz os personagens de Mauricio de Sousa, dessa vez, na versão colecionável de um álbum de figurinhas. O álbum de 40 páginas custa R$15, tem capa brochura, 192 figurinhas e cada envelope, com cinco cromos, custa R$ 4. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Antagonismos políticos sempre existiram. Há décadas, considerar-se de esquerda ou de direita tem uma dose de influência nas escolhas pessoais. No entanto, desde as eleições de 2018, tal importância atingiu outra dimensão na vida dos brasileiros, causando uma polarização política sem precedentes. Do supermercado ao restaurante, da loja de roupas ao destino das férias, cada pequena escolha é impactada pela política. Mas não só isso, vemos um distanciamento significativo entre amigos de longa data e parentes, que, antes próximos, deixam de conversar. Como chegamos a esse ponto? Por quê? Nessas condições, quais desafios surgem para o futuro que parece ser tão dividido? Com base em pesquisas de comportamento e opinião, o cientista político Felipe Nunes e o jornalista Thomas Traumann exploram em Biografia do abismo (HarperCollins, 240 pp, R$ 54,90) as causas e consequências da polarização política no Brasil e no mundo enquanto comentam sobre os possíveis futuros que se desenham no país.

Como salvar a democracia (Zahar, 320 pp, R$ 79,90 - Trad.: Berilo Vargas) trata de um impasse cujas consequências serão determinantes para o resto do mundo. Steven Levitsky e Daniel Ziblatt argumentam que, mesmo com dificuldade, os EUA estão se movendo em direção a uma democracia multirracial, algo que poucas sociedades já fizeram. Mas a perspectiva de mudança provocou uma reação autoritária que ameaça os próprios fundamentos do sistema político norte-americano. E agora o país enfrenta uma encruzilhada: ou se torna uma democracia multirracial ou não será uma democracia de fato. O problema, dizem os autores, é que a maioria das democracias modernas eliminou instituições obsoletas como câmaras superiores de elite, eleições indiretas e mandato vitalício para juízes; e os EUA ficaram perigosamente para trás. Pior, sua Constituição torna o país vulnerável a ataques internos, permitindo que minorias partidárias frustrem e até dominem as maiorias populares de forma consistente e tirânica. Com base em uma ampla gama de exemplos ― da França dos anos 1930 à Tailândia dos dias de hoje ―, os professores de Harvard discutem o papel de agentes e partidos políticos no ataque à democracia e defendem reformas, sugerindo ações para tornar as instituições mais sólidas. Livro é sequência da obra Como as democracias morrem.

Entenda como a pós-verdade e a fake news não são apenas fenômenos contemporâneos, mas estão intimamente ligadas à trajetória da humanidade. No livro Pós-verdade e fake news (Matrix, 312 pp, R$ 78), o autor Marcio Sergio Christino trilha um passeio pela História, desvendando como a manipulação da verdade e a disseminação de informações falsas têm sido empregadas por líderes, governos e indivíduos influentes ao longo do tempo. Através de uma análise minuciosa, a obra demonstra como a busca pelo controle da narrativa sempre desempenhou um papel crucial na formação das nações e na opinião pública. Christino revela como nos tempos atuais – com a ascensão de novos meios de comunicação – a informação é habilmente moldada para articular o comportamento da sociedade e conduzir a narrativa dos fatos. O resultado é um mundo onde as pessoas sabem cada vez menos o que é real e o que é inventado, onde o debate perde valor e onde os mentirosos ganham cada vez mais poder.

Em 2021 e 2022, o coletivo Floresta de cristal, concebido pela artista Rivane Neuenschwander em colaboração com a cineasta Mariana Lacerda, participou de nove manifestações públicas na cidade de São Paulo para, através de uma performance política, reivindicar os direitos da natureza e denunciar o risco de uma ruptura democrática naquele momento político crítico do país. Para alertar sobre a urgência do problema climático, criaram e vestiram-se de plantas, fungos e animais, com roupas, máscaras e cabeças. O livro Reviravolta de Gaia (Cobogó, 240 pp, R$ 168) traz 132 imagens fotográficas dos personagens criados, em meio as manifestações, assim como duas entrevistas, uma com o filósofo camaronês Achille Mbembe e outra com o pesquisador João Paulo Lima Barreto Tukano. A obra das autoras Mariana Lacerda e Rivane Neuenschwander conta também com ensaios escritos por Lisette Lagnado, Coletivo Centelha, Déborah Danowski, Peter Pál Pelbart e Inês Grosso, sobre arte, performance e a disputa política vivida no Brasil.