A 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial de São Paulo suspendeu a falência da Livraria Cultura nesta quinta-feira (16). Em atendimento a um agravo de instrumento interposto pela rede na quarta-feira (15), o juiz relator J. B. Franco de Godoi deferiu o pedido e determinou um "reexame" das provas que apontaram para a falência. "O momento agora é de focar nos projetos que estamos desempenhando em busca da recuperação e expansão da empresa", disse a Livraria Cultura, em nota, celebrando a decisão. No recurso, a Cultura alegou que estava em dia com os compromissos apontados pela administradora judicial como pendentes, apesar de ter atrasado no passado pagamentos previstos no plano de recuperação. Uma exceção seria a dívida com o Banco do Brasil, com o qual a empresa negocia diretamente. A defesa alega que a Livraria pagou cerca de R$ 12 milhões a quase três mil credores nos últimos quatro anos, que é economicamente viável e que seguir em atividade é mais benéfico para os credores do que a decretação de falência. Fontes do mercado consultadas pelo PublishNews apontam que com a decisão a Cultura deve ganhar alguns meses para provar que realmente pode continuar suas operações. O PublishNews entrou em contato com a Livraria Cultura mas não obteve respostas até a publicação desta reportagem. Clique no Leia mais para ler a íntegra desta matéria.

A Nielsen Book e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) divulgaram os números do primeiro Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2023. Durante o período de 2 a 29 de janeiro deste ano, o faturamento foi 1,95% superior quando comparado ao mesmo período de 2022, porém o volume de livros comercializados foi 5,38% menor. Em números reais, o primeiro período de 2023 apresentou um faturamento de R$ 263,83 milhões contra R$ 258,79 milhões em 2022, e um volume de 5,23 milhões contra 5,53 milhões. O ano também começa com um número de ISBNs inferior a 2022: 150.053 ante os 152.274 vistos no ano passado. Uma queda de 1,46%. “É importante fazer uma pequena viagem no tempo, neste mesmo período do ano passado. O número apresentado naquela ocasião (crescimento de 22,43% em volume e 20,03% em valor) não só traduzia uma forte retomada às atividades de consumo, mas com isso também impunha um patamar alto de comparação para os próximos períodos. E aqui estamos no tempo presente olhando para um número que é objetivamente negativo, mas que precisa ser tratado com uma lupa mais atenta”, analisa Ismael Borges, Territory Manager da Nielsen Book do Brasil. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Os prêmios literários são conhecidos por consagrar grandes autores com troféus, publicações e outras bonificações, mas a ideia das distinções vai além: quando um nome é chamado ao palco – ou anunciado nas redes sociais – para receber as homenagens, ele é colocado sob o holofote da indústria do livro. Assim, autores apontados por prêmios normalmente crescem na carreira e ficam cada vez mais em evidência – ao ganhar um Jabuti, ou mesmo um prêmio menos conhecido, é comum que o autor vire referência também para as livrarias, vendendo mais livros. O PublishNews reuniu uma lista de ganhadores de alguns dos principais prêmios de literatura de língua portuguesa, desde 2003, para compilar como e onde eles estão, quais suas conquistas pós prêmios e qual a importância de permanecer ligado nos anúncios de novos nomes no cenário editorial. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias em 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Nessa semana, o Próximo Capítulo traz as novidades que chegarão às livrarias entre 2 e 8 de abril de 2023. Estão entre as novidades o romance Stella Maris (Alfaguara), de Cormac McCarthy, o relançamento de Você não merece ser feliz (Intrínseca), de Daniel Furlan e Pedro Leite, e livros da Saraiva Jur. Confira todas as novidades clicando aqui. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

Um painel internacional de especialistas entregou, na quarta-feira (15), à Justiça chilena, um relatório que demonstra possíveis evidências de que o poeta Pablo Neruda tenha sido assassinado por envenenamento – embora a juíza responsável pelo caso tenha afirmado que ainda não é possível determinar essa conclusão, de acordo com as agências internacionais de notícias. O laudo pericial não é vinculante, e a Justiça agora tem outras fases de investigação para cumprir antes de determinar qualquer veredito. Um sobrinho do poeta disse à EFE que o relatório tem evidências suficientes para concluir que Neruda foi inoculado com uma bactéria do botulismo, e que essa seria a causa de sua morte – e não um câncer de próstata, como dizem os registros oficiais. Mas mesmo na família há divergências. Outro sobrinho, por exemplo, apontou que na época – setembro de 1973, início da ditadura chilena – o regime ainda não utilizava armas químicas. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

A editora Globo está com uma vaga aberta para o cargo de especialista de arte. É preciso ter superior completo em Publicidade e Propaganda, Design Gráfico ou Comunicação Visual. A pessoa contratada terá que lidar com a criação de campanhas publicitárias para a Globo Livros (online e offline); desenvolvimento de material de apoio à área comercial (pdv, newsletter, releases, e-mail mrketing, apresentações); criação de materiais para eventos, como identidade visual, cenografia, convites e brindes; acompanhamento e montagem de eventos e feiras literárias; e suporte a área de comunicação. O trabalho é híbrido. Interessados devem enviar currículos para selecao@edglobo.com.br até 24 de fevereiro, colocando no assunto "Especialista de arte".

A Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror (Aberst) abriu as inscrições para a 6ª edição do Prêmio Aberst de Literatura. O prêmio visa dar reconhecimentos aos escritores nacionais dos gêneros compreendidos pela entidade. Nesta edição, podem se inscrever até 15 de março autores com obras novas publicadas em língua portuguesa em 2022. As categorias contempladas são Narrativa longa e curta de terror, Narrativa longa e curta de suspense (thriller), Narrativa longa e curta de crime, Juvenil / Jovem Adulto, Narrativa curta e longa do século 21, Projeto Gráfico e Quadrinhos nos gêneros presentes na Associação. Interessados podem conferir o edital e a ficha de inscrição clicando aqui. Os finalistas serão conhecidos em setembro e os vencedores em novembro.

A noite – ou madrugada – mais esperada do ano para os fãs paulistanos de cultura já confirmou suas datas em 2023: a Virada Cultural de São Paulo ocorre entre os dias 27 e 28 de maio em todas as regiões da capital paulista. As inscrições para propostas artísticas que desejam participar já estão abertas e podem ser feitas aqui até dia 5 de março. Entre os projetos elegíveis para a Virada, estão apresentações de música, dança, teatro, artes visuais, saraus e outras manifestações culturais. Esta é a 18ª edição do evento, que já é clássico entre os paulistanos. Além de prometer um evento diverso, a Prefeitura de São Paulo garantiu que todas as regiões da metrópole serão englobadas no evento. No ano passado, além de levantar o público de mais de 3 milhões de pessoas, a Virada contou com nomes como Ludimila, Diogo Nogueira e Arnaldo Antunes. Na área de literatura, as intervenções foram recheadas de bibliotecas, como na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, na Vila Buarque, na Biblioteca Mário de Andrade, na República, e na Biblioteca Hans Christian Andersen, no Tatuapé.

O Clube de Leitura Quindim realizará pela primeira vez um concurso literário. Para a estreia do ‘Capivara Quindim’, a organização decidiu investir nos pequenos e lançar um concurso destinado às crianças. Para se inscrever, o pequeno precisa fazer parte da Família Quindim, que conta com uma comunidade de mais de 20 mil crianças. Serão aceitas histórias enviadas até 15 de abril de 2023. Os dez finalistas serão anunciados em 10 de maio de 2023, e o vencedor, no dia 19 de maio de 2023. As famílias poderão consultar o regulamento e o link de inscrição aqui. Serão selecionados dez livros finalistas entre os participantes, que também receberão prêmios, e um livro vencedor a partir dos finalistas. O autor do livro vencedor receberá, além dos prêmios de finalista, o troféu Capivara Quindim, e uma edição profissional de sua obra, em que seu texto será editado e um exemplar será impresso e enviado a sua casa. Clique no Leia mais para conferir a nota na íntegra.

A próxima adaptação literária que irá estrear na Prime Video já tem data e, claro, está no radar dos leitores: Daisy Jones & The Six será lançada dia 3 de março, e a Amazon divulgou na quarta-feira (15) desta semana o trailer e o cartaz oficial da produção. O livro que inspira a série tem o mesmo nome e é publicado no Brasil pela editora Paralela. A história de Daisy Jones & The Six se passa nos anos 1970, quando eles dominavam as paradas de sucesso, faziam shows para plateias lotadas e conquistavam milhões de fãs. No dia 12 de julho de 1979, no último show da turnê Aurora, eles se separaram. E ninguém nunca soube por quê. Até agora. Neste romance narrado a partir de entrevistas, Taylor Jenkins Reid reconstitui a trajetória de uma banda fictícia com a intensidade presente nos melhores backstages do rock’n’roll. As adaptações são grandes alavancas de sucesso para as obras, que normalmente veem suas vendas aumentarem depois da estreia nas telas. No caso da autora Taylor Jenkins Reid, que já é sucesso na literatura jovem, é uma oportunidade para o crescimento de seus leitores. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

A Biblioteca Pública do Paraná está com inscrições abertas para um curso de teatro gratuito, voltado para crianças de 7 a 12 anos. Ministradas pelo ator Gabriel Martins, as aulas acontecem todos os sábados, das 9h às 10h30, no período de 18 de março a 16 de dezembro. Para se inscrever, os pais ou responsáveis interessados devem acessar e preencher um formulário online disponível aqui. A BPP oferece 15 vagas para a atividade. Com foco no desenvolvimento social, pessoal e interpessoal dos alunos, o curso aborda os diversos aspectos necessários para a construção de um espetáculo, além de conteúdos como improvisação, respiração, musicalidade, presença e percepção, entre outros. No final do primeiro semestre, a turma apresenta uma mostra de cenas desenvolvidas durante as aulas. Para encerrar o ano, está prevista a exibição de uma peça concebida pelas crianças. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

A escritora carioca Bruna Paiva, que também é revisora, tradutora e roteirista, lançará seu novo livro Amores de Carnaval nesta quinta-feira (16), que pode ser adquirido pelas redes da autora. O novo romance jovem adulto se inspirou no primeiro Carnaval com medidas mais flexíveis depois da pandemia para narrar as histórias das personagens. O livro possui duas capas e se passa em dois carnavais diferentes. Enquanto o Carnaval durar... e De volta ao Carnaval, dois lados do mesmo livro, narram, com intervalo de um ano entre as histórias, as aventuras de duas amigas que decidem maratonar os blocos durante a folia pelas ruas do Rio de Janeiro. Esse é o segundo romance físico que a autora lança de forma independente. Na versão virtual ele será dividido em dois e-books. Bruna Paiva Paiva tem 25 anos é formada em Letras pela UniRio e Mestranda em Literatura pela UFRJ. Atua como escritora, roteirista, tradutora e revisora.

Totanauá é o primeiro de seu povo a aprender a ler. Escuta do papel palavras estranhas que falam sobre um novo tempo. Tenta transmiti-las aos seus parentes, que recebem as revelações sem saber se creem ou não no velho homem. Acomodado no jardim de um hospital, M. ouve relatos de pessoas perturbadas com sonhos de parentes mortos por uma doença devastadora. Durante a noite, recebe visitas de mulheres-espírito que entram pela janela de seu apartamento. Trarão elas explicações sobre os sonhos enigmáticos? Terão os sonhos alguma relação com o estado desolador em que se encontra a metrópole e todo o território em que vive M.? Desde seu apartamento, o narrador rememora a infância e descobre documentos que se conectam ao passado por meio dos sonhos e das visões. Nessas duas novelas reunidas em A repetição (Todavia, 144 pp, R$64,90), Pedro Cesarino narra o percurso de dois personagens envolvidos em dilemas sobre a verdade. Situados em mundos distintos — a floresta, a metrópole e o litoral —, ambos se confrontam com a herança da escravidão, da violência contra povos indígenas e da exploração econômica. Valendo-se de fatos, estudos e documentos históricos para a escrita de ficção, Pedro Cesarino desenvolve um registro narrativo e imagético heterodoxo, estabelecido a partir da interlocução com pensamentos indígenas e afrocentrados ainda pouco presentes na literatura brasileira contemporânea.

Considerado um dos principais contistas da literatura latino-americana, Julio Ramón Ribeyro (1929-1994) forma, com Mario Vargas Llosa e Alfredo Bryce Echenique, o trio de principais prosadores do Peru no século XX. No entanto, Ribeyro, um eterno tímido e amante da solidão, se via como uma exceção nesse panorama. Ao enfocar as esperanças e frustrações da classe média urbana, quase sempre de Lima, Ribeyro atinge a perfeição de uma linguagem cristalina, direta e de humor sutil, muitas vezes melancólico. Esse estilo delicado se encontra em sua expressão mais madura na coletânea de contos Ausente por tempo indeterminado (Carambaia, 192 pp, R$ 99,90 – Trad.: Ari Roitman e Paulina Wacht). A linguagem sem sobressaltos une temas diversos nas histórias do livro. No conto-título, um escritor tenta prosseguir a feitura de um romance ao se afastar da vida boêmia em Lima. O autobiográfico Só para fumantes é um relato tragicômico do vício do tabagismo, seus prazeres e horrores. E em Chá literário, por exemplo, um grupo de senhoras discute os atributos literários de um jovem autor. Na introdução à coletânea, o autor também apresenta uma espécie de teoria do conto. A obra tem posfácio do chileno Alejandro Zambra, um dos admiradores mais devotos de Ribeyro.

Seria possível encontrar, no futuro próximo, um mundo mais justo e menos selvagem? Reescrever a história, repensar a humanidade sem vícios mortais como o racismo, o consumismo exacerbado, as armas e a crueldade latente? Friday black (Fósforo, 224 pp, R$ 69,90 - Trad.: Rogério W. Galindo), livro de estreia de Nana Kwame Adjei-Brenyah, nos mostra que não. Nesta coletânea de doze contos definida pelo The Wall Street Journal como "impressionante", tudo parece absurdo à primeira vista. Mas, em seguida, o enredo assume paralelos com a realidade e transporta os leitores de volta a acontecimentos recentes veiculados à exaustão nos noticiários. Neste livro, a violência e o grotesco atingem seu nível máximo, sem cortes, como numa caricatura da sociedade moderna. O futuro — uma alegoria do tempo presente — é apresentado em visão panóptica, pela qual quem lê se reconhece como voyeur de algo que gostaria de participar. Em Friday black, é por meio da barbárie que o ser humano sacia os seus desejos mais irascíveis. Adjei-Brenyah, grande promessa da literatura norte-americana contemporânea, é um radical do absurdo. Com humor mordaz, coloca os leitores em uma situação constrangedora, numa mixórdia de sentimentos que só os grandes escritores conseguem produzir. Não existe alívio. Segundo o próprio autor, "nada é mais chato do que um final feliz", frase que talvez resuma esta obra, reflexo do século 21.

Universos breves (Cobogó / Instituto Cervantes, 548 pp, R$ 68 - Trad.: Silvia Massimini Felix) é uma antologia de textos de expoentes contemporâneos do microconto em língua espanhola. O gênero, marcado pela liberdade e a inventividade, coloca a literatura no fio da navalha: assim como na poesia, em que a profundidade é construída pela escassez. Organizado por Francisca Noguerol, professora de Literatura hispano-americana na Faculdade de Filologia da Universidade de Salamanca, o livro reúne criações de 39 autores contemporâneos de 21 países e diferentes gerações. Entre eles estão os experientes e consagrados Luisa Valenzuela, da Argentina; Diego Muñoz Valenzuela, do Chile, com livros traduzidos para mais de dez idiomas, e Rafael Ángel Herra, da Costa Rica, além do jovem José Zelaya, de Honduras, que vem se especializando no gênero. A eles se somam representantes da Bolívia, Colômbia, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, EUA, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, autores de diferentes estilos, tendências e tradições literárias. Cada um é apresentado com cinco microcontos, incluindo inéditos. Enquanto alguns autores dialogam diretamente com as tensões dos tempos atuais, outros apostam nos mundos incomuns, nos jogos linguísticos e na reflexão filosófica. Todos, entretanto, enfatizam a vitalidade e a força narrativa do gênero, apresentando, em pouquíssimas linhas, lampejos inesgotáveis.