A Conrad Editora, uma das pioneiras a abrir espaço para os quadrinhos nas livrarias brasileiras, anunciou as suas novidades para 2023 – e entre elas, o projeto HQ para todos. A ideia, segundo explica o publisher Cassius Medauar, é levar aos leitores quadrinhos custando entre R$ 9,90 (preto e branco) e R$ 14,90 (coloridos), e assim fomentar a leitura com uma linha a preços acessíveis. Em conversa com o PublishNews, Medauar explica que em meio a um mercado que tem livros e quadrinhos cada vez mais caros, ele e Guilherme Kroll (consultor da Conrad) tentaram pensar em como a editora poderia fazer algo que levasse os livros de uma forma mais barata para o consumidor final. “A gente já faz isso com quadrinhos digitais”, destaca Cassius. “Mas como a gente sabe que a leitura digital está engatinhando no Brasil – apesar de que com livros gerais ela já avançou muito, em quadrinhos ela ainda engatinha –, criamos essa coleção, HQ para todos, para tentar trazer quadrinhos mais baratos que possam ser uma porta de entrada para os leitores”, explica. Os dois primeiros títulos da nova linha são A sala de espera da Europa, da quadrinista holandesa Aimée De Jongh e Mayara & Annabelle e a Carreta Fantasma, de Pablo Casado e Talles Rodrigues, lançados já na CCXP. Nas livrarias, as obras só chegarão a partir de janeiro. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

O CEO e presidente da HarperCollins nos EUA, Brian Murray, divulgou uma carta aberta para agentes e autores que se manifestaram em apoio à greve dos funcionários da editora que reivindicam melhores salários e condições de trabalho. A negociação entre a HarperCollins e o sindicato começou em dezembro de 2021, e desde outubro de 2022 os funcionários da empresa decidiram entrar em greve. Em novembro, mais de 150 agentes literários assinaram uma carta afirmando que não submeteriam novos trabalhos à editora enquanto durasse a greve. Murray alega que a empresa já ofereceu vantagens "substanciais", aumentando o salário inicial em 25%. O sindicato pede uma base de US$50 mil/ano. O presidente rebate afirmando que os pagamentos estão de acordo com o mercado e que a HarperCollins inclusive ofereceria um salário base maior do que suas concorrentes em Nova York. Em resposta, a presidente do sindicato Union Auto Workers, Olga Brudastova, disse ao Publisher's Weekly que a HarperCollins "novamente tentou terceirizar a culpa para o sindicato e escolheu números e fatos para argumentar que a greve é injustificada". Clique no Leia mais para ler a íntegra desta nota.

O Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra e/ou confecção de livros, traz esta semana dois editais. Um deles para aquisição de livros literários e didáticos para bibliotecas e escolas. A data do pregão é 14 de dezembro, e o valor total é estimado em R$ 177 milhões. O segundo edital tem como objeto a compra de livros e materiais práticos elaborados e confeccionados especificamente para estudantes e professores da educação infantil. O valor deve chegar a R$ 32,8 milhões. O pregão está marcado para 16 de dezembro. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

Uma mesa de conversas da Casa PublishNews na Flip 2022 debateu um dos elementos fundamentais do mercado editorial contemporâneo: os metadados – todas as informações relacionadas ao livro. Nomeado como "O que os metadados podem fazer pela sua empresa e estão fazendo pela nossa", o painel discutiu o lado prático e todos os benefícios de um bom fluxo de informações a partir da editora para a livraria e outros espaços, beneficiando o leitor e claro que, no final, trazendo mais vendas, sejam elas on ou off-line. Este é o papo desta edição extra do Podcast do PublishNews. A conversa tem Ricardo Costa (CEO da MVB Brasil), Maria Borin (consultora para negócios do livro), Andrea Guatiello (gerente de marketing da Alta Books). Mediação: Bruno Mendes, sócio do PublishNews e do #coisadelivreiro. O Podcast do PublishNews é um oferecimento da MVB, a empresa que torna os seus livros visíveis com serviços como Metabooks e Pubnet, e da UmLivro, novo modelo de negócios para o mercado editorial: mais livros e mais vendas. Clique no Leia Mais para ouvir o programa.

A Alta Books está em busca de novos integrantes para o seu time comercial (auxiliar de vendas corporativa) e de marketing (social media jr. e designer gráfico jr.). Para a primeira vaga, de auxiliar de vendas, é obrigatório ter ensino médio completo. A pessoa contratada atuará diretamente na identificação e prospecção ativa de clientes e realizará atualização de sistemas para manutenção da base de clientes. Para a vaga de social media jr. é preciso ter graduação completa em Marketing, Publicidade, Jornalismo ou área relacionada e as funções do cargo incluem atuar no planejamento, desenvolvimento e publicação de conteúdos nas redes sociais dos selos do Grupo. E a oportunidade para o cargo de designer gráfico jr. exige conhecimento avançado em softwares gráficos (Photoshop, Illustrator, InDesign) e conhecimento na edição de vídeo será um diferencial, além de graduação em Publicidade, Design ou áreas afins. A pessoa contratada atuará na criação de peças on-line e off-line das campanhas de marketing. Interessados enviar e-mail com currículo e no assunto o título do cargo de interesse para comercial@altabooks.com.br.

A primeira edição da Feira Literária de Itaetê, a Flitê, começa nesta quinta (8) e segue até domingo (11), na Chapada Diamantina (BA), com a temática central de Etnicidade e Diversidade. A homenageada escolhida para a estreia da feira foi a escritora Carolina Maria de Jesus, uma das autoras mais importantes da história do país. O evento vem na esteira da Fligê - Festa Literária de Mucugê – trazendo a experiência já consolidada na Chapada Diamantina. Esse circuito de feiras no Nordeste, que fortalecem a identidade e cultura locais, tem a curadoria de Alexandre de Jesus e a coautoria de Ester Figueiredo. Na programação geral, as atividades serão variadas, como diálogos étnicos, exposições, cortejo e circuito literário, espetáculos teatrais e musicais, oficinas e performances artísticas, exposição de venda de livros e cordéis, e muitas outras. Entre os nomes confirmados, estão Lívia Natália, Valdeck Almeida de Jesus, Domingos Ailton, Eliane Nardoto, Luz Marques, Rita Queiroz, Maria José Matos, Gleice Ferreira, O Velho Viajante, Jorge Washington, Luciana Moreno, Rebeca Tárique e Zulu Araújo. Clique no Leia mais para saber mais da programação.

A Casa Guilherme de Almeida (Rua Cardoso de Almeida, 1943 – São Paulo / SP), instituição que integra a Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo, está com inscrições abertas para dois programas de formação direcionados à tradução literária: o Programa de Aprimoramento em Tradução Literária e o Programa Formativo para Tradutores Literários; e um encontro de tradutores, intitulado VIII Encontro “Tradução dos Clássicos no Brasil”. O Programa de Aprimoramento em Tradução Literária, destinado a profissionais interessados em desenvolver seu senso crítico em relação a questões estéticas suscitadas pela literatura traduzida, dura um ano. Já para o Programa Formativo para Tradutores Literários, serão realizados um conjunto de cursos e atividades sobre o fazer tradutório, que visa a colaborar para a preparação de profissionais da área. O VIII Encontro “Tradução do Clássicos no Brasil” é uma atividade, gratuita, que tem como objetivo trazer uma reflexão a respeito das diversas visões de mundo associadas à Antiguidade e tomadas como referência nas áreas de estudo da poética e da filosofia, que revelam o modo de traduzir e o legado textual do mundo antigo. Clique no Leia mais para saber como se inscrever e ler a nota na íntegra.

O autor da coleção infantojuvenil O diário das fantásticas viagens de Giovana, Délio Galvão, lança o seu primeiro livro para o segmento adulto intitulado Crônicas para casais quase modernos. O evento de lançamento acontecerá na Blooks Livraria (Praia de Botafogo 316 – Rio de Janeiro / RJ), nesta quarta-feira (7), a partir das 18h. O título é uma coletânea de 27 crônicas sobre a família e as aventuras e desventuras que marcaram suas vidas, com a cidade do Rio de Janeiro como plano de fundo. A história acompanha três casais, desde a gravidez até a adolescência de suas filhas, com os sustos e alegrias de todos os pais de primeira viagem, as mudanças no relacionamento do casal, e as inúmeras peripécias de seus bebês. É como se o leitor estivesse acompanhando esses personagens podendo, até mesmo, imaginar os três maridos em uma mesa de bar dividindo seus "causos" entre si. São histórias que evocam a memória de pais e mães de todas as idades. Este livro também irá interessar às leitoras que planejam entrar nesta verdadeira aventura da vida, que é ter filhos. No estilo Veríssimo de contar histórias, o autor promete levar o leitor a se emocionar, sorrir e até chorar com as 27 crônicas do livro. "Será impossível não se identificar com uma dessas histórias".

Encerrando a programação da Roda de Leitura: um dedo de prosa, promovida pelo Itaú Cultural, a professora especialista em teoria literária Renata Pimentel media um bate-papo com o público sobre o conto Eu sou o silêncio do mundo, da gaúcha Luisa Geisler. O encontro, o último promovido em 2022 de maneira online, terá duração de 60 minutos e acontecerá nesta quarta-feira (7), às 19h30. A atividade é gratuita e a classificação é livre. Para se inscrever, é necessária a retirada de ingresso neste link. No trecho do livro Eu sou o silêncio do mundo (e tão perto de casa), Luiza apresenta a história de um casal homoafetivo formado por mulheres, e expõe raízes familiares e afetivas que as pessoas criam durante a vida. Por meio desse jovem casal e a experiência de afeto que sai do convencional, a autora aborda uma relação com todas as complexidades de qualquer enlace amoroso, mas com a particularidade, por sua natureza, de se opor à normatização. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Publicado pela primeira vez em 2011, A visita cruel do tempo (Intrínseca, 368 pp, R$ 79,90 - Trad.: Fernanda Abreu), romance de Jennifer Egan vencedor do Pulitzer, ganha relançamento em um novo formato. Na obra, Bennie Salazar é um executivo da indústria fonográfica. Sasha é sua assistente cleptomaníaca. E é a partir da história desses dois personagens que Jennifer retrata, em uma narrativa caleidoscópica, a passagem do tempo e a transformação das relações. Da São Francisco dos anos 1970 até a Nova York de um futuro próximo, a autora cria um romance de estilo ímpar sobre continuidade e rupturas, memória e expectativas. A visita cruel do tempo combina diferentes pontos de vista sobre histórias que se entrelaçam de maneiras inesperadas. Ao longo dos sabores e dissabores da vida dos personagens, Egan traça um envolvente panorama sobre crescimento, perda e ambição e reflete sobre o que acontece entre o que esperamos de nossa vida e o que de fato se concretiza.

Fernando é um jovem membro do movimento estudantil que, após uma passagem repentina pela prisão, precisa deixar o Brasil imediatamente. A escolha é o Uruguai, e o plano é cruzar a fronteira em Aceguá, no Rio Grande do Sul, até Melo — de onde, sob nova identidade, seguirá para Montevidéu. Porém, é preciso chegar até lá, e a tarefa de conduzi-lo por uma estrada repleta de incertezas cabe ao cauteloso Jorge Augusto, pai do seu melhor amigo de infância. Através dos silêncios e contrastes entre esses dois protagonistas, embarcamos em uma jornada sobre os medos e as expectativas de quem deixa a própria vida para trás na tentativa de não abandonar tudo aquilo que acredita. A solidão do amanhã (Dublinense, 128 pp, R$ 59,90) é mais um livro escrito por Henrique Schneider, que já possui outras publicações como O grito dos mudos (vencedor do Prêmio Mauricio Rosenblatt de Romance) e Contramão (finalista do Prêmio Jabuti).

Elizabeth Finch é uma mulher enigmática que dá aulas de Cultura e Civilização para adultos e compartilha das ideias do imperador Juliano, “o Apóstata”, em relação ao monoteísmo. De seus alunos, ela exige, acima de tudo, que raciocinem de forma clara e independente. Em Elizabeth Finch (Rocco, 192 pp, R$ 59,90 - Trad.: Léa Viveiros de Castro), o seu mais novo romance, Julian Barnes, vencedor do Man Booker Prize de 2011, presenteia o público com a história dessa personagem belamente construída. A partir daí, o autor ― que costuma tecer habilmente elucubrações filosóficas em meio a suas ficções ― aborda temas como religião, devoção e reverência. A trama é narrada da perspectiva de Neil, um dos alunos de Finch. Depois da morte da personagem-título, por quem nutria um amor platônico e com quem manteve contato durante anos, ele herda seus diários e cadernos de anotações. Enquanto considera mergulhar nos estudos sobre Juliano e dar continuidade ao trabalho da professora, Neil também sai em busca de mais informações sobre a vida dela.

Fefo narra a história de Ataliba, jornalista especializado em obituários, com quem aprendeu a arte da escrita jornalística e que passou a ser seu modelo de vida. O jovem Fefo herda de Ataliba o estilo e a técnica de produzir obituários, e o seu bem mais precioso, um arquivo com centenas de pastas, cada qual com a pesquisa sobre mortes inusitadas, mas que passaram despercebidas, mortes mundanas de pessoas comuns, desconhecidas. Os obituários de Ataliba dão voz aos mortos, e são debatidos por um grupo de amigos que se reúne no cemitério Araçá. Entre eles, Lázaro, funcionário burocrata do cemitério que sonha em abrir um sebo de livros, Ide, uma senhora aposentada, acumuladora compulsiva que frequenta bailes da terceira idade, Grego, um policial aposentado, investigador por opção, e uma professora de português desencantada com a vida. Todos juntam-se a Fefo e Ataliba, para conversar sobre os obituários, sobre a morte e, mais ainda, sobre a vida. Com a morte de Ataliba, Fefo passa a narrar as lembranças que tem sobre a vida do amigo. São imagens fragmentadas, que tenta recompor, reconstruindo o todo a partir dos pedaços. O objeto reconstruído nunca é idêntico ao original, pelo contrário, carrega as marcas das cicatrizes revelando onde as partes foram rejuntadas e coladas. Na busca pelas partes quebradas da cerâmica, Fefo encontra novas histórias e personagens, colando assim cada pedaço; mas faltava uma parte, perdida dentro do O arquivo dos mortos: histórias de um obituarista (Reformatório, 360 pp, R$ 64).