No meu último dia em Frankfurt, era hora de fechar alguns negócios. A meta de comer e beber gratuitamente no stand alheio estava batida, bem como o plano de reencontrar os amigos, iniciar o contato com os que publicam brasileiros, tirar umas fotos legais para as redes sociais da editora. No Brasil, os autores da Rua do Sabão aguardavam por notícias. Queria assinar alguns pré-contratos, que não tem valor legal, mas são meio caminho andado. Comecei o dia me encontrando com a Ayse Ozden, editora do Reino Unido que já havia comprado meu primeiro livro, e que gosta de infantis e infantojuvenis. Fechamos um acordo para mais dois títulos, a serem publicados tão logo ela resolva uns problemas de distribuição pós-Brexit. Questões inglesas. Em seguida, encontrei pela primeira vez o Akif Pamuk, editor de Istambul com quem troco e-mails há seis meses. Mais dois acordos fechados. Escrevendo desta forma pode parecer fácil, então preciso explicar melhor. Semanalmente, pesquiso editoras independentes, que tenham um catálogo enxuto. Negociar com os grandes grupos é muito complicado, porque em geral os interlocutores não têm poder de decisão. Depois, é preciso ter o livro que se adeque ao perfil da editora: não adianta oferecer alta literatura para quem publica títulos infantis. E, por fim, é necessário desenvolver uma relação de reciprocidade e confiança. A feira, o encontro presencial, é o momento de apertar as mãos e fechar o negócio. Clique no Leia mais para conferir a íntegra deste artigo.

O grupo HarperCollins Brasil está em busca de um designer, para atuação 100% home office. O designer ficará responsável por atividades como desenvolver peças gráficas com base nos briefings recebidos e peças de comunicação para canais digitais e off-line, propor soluções de artes e conceitos com as campanhas, além de trabalhar cooperativamente com redator e analista de marketing para produzir o design final para campanhas da HarperCollins Brasil. É necessário que os candidatos tenham domínio dos pacotes Adobe Creative Cloud e Office, de composições, diagramação, cores e do uso de tipografia. É esperado que haja comprometimento com prazos e qualidade da entrega, além de inglês intermediário a avançado. Também é desejável que o designer tenha experiência em software de 3D (criação de mockups), em Motion Design e animação com foco em redes sociais, fotografia e ilustração. Os interessados podem se inscrever clicando aqui.

A Global Editora está à procura de um editor de materiais didáticos que resida em São Paulo ou Grande São Paulo. Os requisitos incluem formação em Letras, Produção Editorial, Educação ou similares; experiência em leitura crítica, tratamento de originais, conhecimento do processo editorial completo; ter mais de quatro anos de experiência no mercado editorial de didáticos; ter experiência no desenvolvimento de projetos editoriais para materiais didáticos voltados a PNLD/EJA; ter experiência com preparação e revisão de textos didáticos, com aplicação de estilagem; experiência com processos de validação de iconografia; e experiência com desenvolvimento de conteúdo para objetos digitais, de acordo com normas do PNLD. Dentre as atribuições do cargo estão a leitura crítica de originais e edição de materiais didáticos; edição de textos didáticos e acompanhamento do texto até seu fechamento; contato com autores, leitores críticos e outros colaboradores; acompanhamento da produção editorial junto ao Coordenador Editorial responsável pelo projeto; análise de edital; edição de conteúdos digitais; aprovação de provas gráficas; contratação de prestadores de serviço; entre outros. A editora trabalha com pretensão salarial. Interessados devem encaminhar currículos para recrutamento@globaleditora.com.br informando no assunto o nome do cargo desejado.

Andrew Wylie, agente literário de Salman Rushdie, confirmou à imprensa que o autor inglês de origem indiana perdeu um olho e os movimentos de uma das mãos, sequelas do atentado sofrido em 12 de agosto. "Os ferimentos eram profundos. Ele perdeu a visão de um olho. Uma das mãos ficou sem os movimentos, porque os nervos do braço foram cortados. Ele teve três ferimentos graves no pescoço", disse o agente, informando que o escritor tem aproximadamente mais 15 ferimentos no peito e nas costas. Rushdie foi atacado quando se preparava para dar uma palestra numa organização beneficente em Chautauqua, cidade pequena no estado de Nova York. Ele foi esfaqueado inúmeras vezes, na cabeça, no pescoço e no abdômen por Hadi Matar, detido pela polícia. Não há informação se Rushdie continua internado ou já está fora do hospital. Wylie afirmou que localização de Rushdie não será revelada, Assim, o autor de 75 anos volta a uma rotina de permanecer escondido, algo que já vivenciou por muitos anos. Rushdie recebe ameaças de morte do governo do Irã desde os anos 1980. Ele é perseguido por autoridades iranianas que o acusam de blasfêmia pela publicação de Os versos satânicos, em 1988. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Na noite da última sexta-feira (21), o desenhista e mais famoso autor brasileiro de HQs, Maurício de Sousa, foi homenageado pela Cátedra Unesco de Leitura PUC Rio, em São Paulo. O evento aconteceu no Theatro São Pedro e o reconhecimento deu-se às ações de estímulo à leitura e a alfabetização de milhões de crianças por meio de suas obras. A Unesco iniciou uma parceria com o Instituto Mauricio de Sousa para campanhas de estímulo à leitura. A primeira veio a público no último dia 8 de setembro, no Dia Mundial da Alfabetização, com uma história em quadrinhos da Turma da Mônica ressaltando a alfabetização como forma de inclusão e direito de todos. Ainda nesta semana, outro evento envolvendo a turminha: o lançamento do livro Nosso amigo com nanismo pela editora Culturama. O evento acontecerá hoje (25) na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2.073 - São Paulo / SP) a partir das 19h. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Para comemorar a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, a Biblioteca Pública do Paraná (Rua Cândido Lopes, 133 – Curitiba / PR) preparou uma programação especial para adultos e crianças a partir desta terça-feira (25). A agenda inclui lançamentos de livros, contação de histórias, sessão de cinema, palestras e uma apresentação especial da atriz Flávia Scherner (Fafá Conta). Na sexta-feira (28), a partir das 8h30, a Biblioteca promove a distribuição de 700 livros novos para os usuários que realizarem empréstimos. São títulos doados por editoras e autores paranaenses, além de obras publicadas pelo selo editorial da própria BPP. A entrada é gratuita para todos os eventos. Confira a programação completa clicando aqui.

A Fundação Dorina Nowill para Cegos realiza a Semana da Leitura, com atrações para o público interno e externo, para promover a leitura e inclusão social de todos os públicos. A ação acontece entre os dias 24 e 28 de outubro das 8h às 18h, e conta com exibição de filmes, oficina fotográfica, palestra sobre leitura inclusiva e acessível, conversa com autores e visitas à Fundação Dorina e à Biblioteca Pública Louis Braille. Além das atividades presenciais, que ocorrem na própria sede da Fundação Dorina (Rua Diogo de Faria, 558 – São Paulo / SP), será realizado um bate-papo on-line sobre a obra Muito além da visão, na sexta-feira (28), às 15h, com transmissão pelo Youtube da instituição. Os interessados podem se inscrever e obter mais informações pelo e-mail comunicacao@fundacaodorina.org.br. Para acessar a programação completa, clique aqui. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Itamar Vieira Junior, autor do fenômeno de vendas Torto arado (Todavia) é o convidado do programa Provoca, na TV Cultura, que vai ao ar nessa terça-feira (25), às 22 h. Na entrevista com Marcelo Tas, o escritor fala sobre o Brasil profundo, o mito da democracia racial no país, a polarização política e outros temas. O escritor rebate com veemência a ideia a ausência de racismo no Brasil. “Basta olhar os dados oficiais do Estado. Pessoas negras, pardas, indígenas, na base da pirâmide em todos os sentidos, são os mais encarcerados, os que estão desempregados em maior quantidade, os que recebem os menores salários e têm menos tempo de educação. Isso não pode ser uma democracia racial." Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Antes de Boris Yeltsin escolher seu nome para sucedê-lo na presidência da Rússia, Vladimir Putin era um burocrata desprovido de brilho e carisma, que atuou como agente do baixo escalão da KGB, o antigo serviço secreto soviético. Há mais de 20 anos, após a renúncia do antecessor, Putin mal havia assumido o posto quando deixou claro que não estaria disposto a largar facilmente o poder. Em um tempo surpreendentemente curto, ele foi capaz de destruir anos de progresso, transformando o país em uma grave ameaça não só para seus próprios cidadãos, mas também para o mundo, a liberdade e a democracia. Masha Gessen contou em primeira mão todos os detalhes dessa complexa história em O homem sem rosto (Intrínseca, 368 pp, R$ 79,90 - Trad.: Maria Helena Rouanet), que agora ganha nova edição com prefácio inédito, em que discorre sobre o momento atual da Rússia — de repressão e agressão a entidades internacionais, e com a Guerra contra a Ucrânia em curso. No texto, Masha, que nasceu na União Soviética, migrou para os EUA e voltou à Rússia como correspondente internacional, também comenta o real impacto das sanções econômicas impostas pelo Ocidente, além da ameaça de um confronto nuclear. Ao entrevistar diversas figuras importantes que participaram diretamente dos acontecimentos mais emblemáticos do governo, Masha Gessen faz um relato implacável da ascensão de Putin ao poder — e de tudo que ele foi capaz de fazer para permanecer nele.

Lançada no mês e no ano em que se completam 100 anos da Marcha sobre Roma, fato que simboliza o início do fascismo, a nova obra Crítica do fascismo (Boitempo, 160 pp, R$ 51), escrita pelo jurista Alysson Leandro Mascaro, é um estudo crítico do fascismo pelo prisma marxista. O autor, doutor e livre-docente em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela USP, sistematiza as variadas análises e interpretações sobre o nazifascismo, apontando as diferenças entre as leituras liberais, as voluntaristas e as do marxismo. A proposta é organizar uma teoria geral crítica a respeito desse movimento, com base em um trajeto de reflexões que vem do século XX até os dias de hoje, teoria que se faz necessária diante das contradições capitalistas do presente. Mascaro tem outros livros publicados pela Boitempo, como Crise e Pandemia (2020), Crise e golpe (2018) e Estado e forma política (2013).

Em 2017, manifestantes se reuniram na porta da Hebraica do Rio de Janeiro para protestar contra uma palestra que aconteceria no clube. Do interior, judeus de viés político conservador aguardavam pelo então candidato à presidência e representante máximo da extrema-direita brasileira, Jair Messias Bolsonaro. Num discurso que se tornaria célebre, o futuro presidente expôs parte da comunidade judaica a uma mistura de antissemitismo, racismo e confusão histórica — e, ainda assim, foi publicamente ovacionado, ao mesmo tempo que criou uma cisão naquela comunidade. Do lado de fora da Hebraica estava Michel Gherman, professor de sociologia da UFRJ, universidade onde também atua como pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos. Além de se manifestar contra o político, o autor colhia impressões que mais tarde elaboraria neste ensaio, O não judeu judeu (Fósforo, 192 pp, R$ 69,90), incontornável para entender o Brasil atual. Nele, Gherman traça um panorama de como Bolsonaro se infiltrou na comunidade judaica e isolou os judeus de esquerda, manejando a influência que construiu a partir do pensamento reacionário de Olavo de Carvalho. Mesclando experiências religiosas pessoais a episódios históricos dos judeus no país, Gherman apresenta parte desse grupo como um recorte da classe média conservadora.

O volume A revolução desarmada – Discursos de Salvador Allende (Ubu, 192, R$ 69,90) reúne, pela primeira vez em português, os mais importantes discursos de Salvador Allende como presidente do Chile. Eleito democraticamente em 1970 com um programa radical de base socialista, Allende simboliza a chegada do povo chileno ao poder. Os discursos, traduzidos ao português por Emerson Silva e publicados em ordem cronológica no livro, narram de forma dramática a mais significativa experiência de governo popular eleito na América Latina até seu desenlace trágico, com a morte de Allende defendendo o poder legítimo do povo chileno, sob bombardeio no Palacio de la Moneda. Desde o discurso da vitória, para uma multidão popular, em que o novo presidente salienta o momento histórico em que a vontade do povo se viu realizada numa eleição limpa e democrática, passando pelos discursos que apresentam a efetivação de seu programa de governo, com a estatização dos bancos, a estatização do cobre e a reforma agrária, o leitor acompanha gradualmente as realizações do governo e, simultaneamente, as dificuldades que este vai encontrando especialmente pela atuação das forças "imperialistas", de grandes empresas e estados nacionais que veem seus privilégios tolhidos pelo novo governo popular.