Maior evento do mercado editorial, a Feira do Livro de Frankfurt inicia sua 74ª nesta semana. Com centenas de eventos espalhados pelos pavilhões e pela cidade, pode ser difícil se organizar e decidir o que ver na feira. Por isso, o PublishNews reuniu alguns temas e atrações que merecem uma atenção especial. Começando pelo áudio, segmento em constante crescimento na indústria editorial e que já é destaque na Feira de Frankfurt há uns quatro anos. Mais uma vez, tudo relacionado ao tema estará no Frankfurt Audio (Hall 3.1) em um espaço de 250 m². Players internacionais como Spotify, Zebralution, Beat Technology, Bookwire, Pozotron, I-Contact, Saga Egmont e Blackstone Publishing Audio terão seus próprios estandes ou estações de trabalho na área. Na quinta (20), às 16h, especialistas em áudio e interessados na publicação de audiolivros poderão acompanhar Nir Zicherman, do Spotify, falando sobre a visão da empresa por trás de sua nova divisão de audiolivros. E no Publishing Perspectives Forum, Jens Klingelhöfer, da Bookwire; Nathan Hull, da Beat Technology; e Sharon Baiden, da AkooBooks Audio, discutirão os últimos desenvolvimentos no cenário de varejo da publicação de áudio e compartilharão conhecimentos e perspectivas regionais de diferentes mercados de áudio. O Publishing Perspectives Forum reunirá os principais nomes da indústria editorial global para discutir os desafios e tendências do setor. Os palestrantes incluirão Charlie Redmayne (CEO, HarperCollins UK), Núria Cabutí (CEO, Penguin Random House Grupo Editorial), entre outros. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A Biblioteca Nacional divulgou os vencedores da edição de 2022 de seu prêmio literário. Desde sua primeira edição, em 1994, a proposta é o reconhecimento da qualidade intelectual de obras publicadas no Brasil, tanto de grandes editoras como de selos independentes. Nesta edição, o Prêmio Literário Biblioteca Nacional contemplou obras em oito categorias. O troféu de cada uma presta homenagem ao nome de um grande autor ligado ao gênero. Foram divulgados os três primeiros colocados em cada categoria. As editoras Relicário, Patuá, Elo e Companhia das Letras foram destaques, cada uma levando dois prêmios. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota e a lista completada dos vencedores.

O episódio do Podcast do PublishNews desta segunda-feira (17) tem sem dúvida um caráter especial. Ele é uma espécie de prévia da maior reunião do mercado editorial no mundo, a Feira do Livro de Frankfurt. A expectativa é enorme pelo retorno do gigantesco evento ao formato presencial, depois de dois anos sem reunir representantes do universo livreiro em seus corredores. Quem participa no bate-papo é João Varella, editor da Lote 42 e Banca Tatuí, que foi um dos selecionados para participar do Frankfurt International Booksellers, novo projeto da feira que leva 15 livrarias de vários países para participação de um programa que inclui treinamentos, seminários e networking. O podcast também conta com a participação remota de Gustavo Faraon, da Editora Dublinense, selecionado para participar do Fellowship Programa Booksllers, programação voltada para jovens editores. Na correria para viajar à Alemanha, ele conseguiu um tempo para responder algumas perguntas do PN. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Uma notícia surpreendeu neste final de semana entre as publicações sobre mercado editorial no grandes jornais. Na coluna Painel das Letras, na Folha, Walter Porto informou que a Planeta demitiu Cassiano Elek Machado, diretor editorial da casa por oito anos. A editora de sede espanhola não anunciou substituto para o cargo e fala em reestruturar a operação brasileira. Machado afirma que soube de seu desligamento numa vídeoconferência com José María Calvín, diretor geral da multinacional com forte presença em boa parte dos países hispânicos, quando Machado assumiu o comando da editora, a Planeta tinha três selos editoriais, que se ampliaram para nove. O ex-diretor terá de desmarcar cerca de 60 reuniões que tinha marcado para a Feira de Frankfurt, que começa nesta semana. No Estadão, Ian McEwan, escritor inglês de 74 anos que gosta de explorar eventos do mundo real em sua ficção, falou sobre Lições (Companhia das Letras), lançado agora no Brasil. O protagonista, Roland, é um garoto na Inglaterra do pós-guerra enviado para um internato, onde conhece uma professora de música que se aproveita de sua vulnerabilidade. O autor passa a contar a trajetória do rapaz, entrelaçada com os principais acontecimentos das últimas décadas, como o colapso da usina de Chernobyl, a queda do Muro de Berlim e o atentado de 11 de Setembro. Na entrevista, McEwan fala do perigo à democracia provocado pelo atentado a Salman Rushdie. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Underline Publishing vai participar da Miami Book Fair 2022, uma das maiores feiras de livros dos EUA, nos próximos dias 18, 19 e 20 de novembro. Autores brasileiros que fazem parte do catálogo da editora estarão presentes autografando seus livros. Entre eles, Regina Drummond, Graziela Bozano Hetzel, Marcos Rossi, Carlos Borges e Fernanda do Valle. A editora foi criada pela escritora Nereide Santa Rosa em 2018, na Flórida, e desde então publica obras literárias nos gêneros infantojuvenil, young adult, romance, biografia e artes. Autores brasileiros residentes na Europa e nos EUA estão sendo publicados pela Underline Publishing como porta de entrada para o disputado mercado internacional e norte-americano. Clique no Leia mais para acessar íntegra desta nota.

Prêmio Nobel de Literatura em 2016, o cantor e compositor americano Bob Dylan, 81 anos, vai lançar um livro de ensaios sobre música. O jornal The New York Times adiantou trechos de The philosophy of modern song (em tradução livre, "A filosofia da canção moderna"), que vai sair pela Simon & Schuster. O lançamento está marcado para 08 de novembro. No livro, Dylan fala sobre 66 canções de rock, pop, blues e folk. A coleção de pequenos ensaios traz desde Strangers in the night, consagrada por Frank Sinatra, e I gota a woman, de Ray Charles, até My generation, hino de rebeldia da banda britânica The Who, ou London calling, clássico punk do Clash. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O Quintal da Língua Portuguesa, realizado pelo Instituto de Leitura Quindim, recebe a escritora cabo-verdiana Vera Duarte Pina para discutir sobre as interfaces culturais e artísticas do universo das obras literárias dos países que falam português. O encontro será online e acontecerá no dia 22 de outubro, às 14h (Brasília) / 17h (Bissau) / 18h (Lisboa e Luanda) e 19h (Maputo), com transmissão via plataforma Zoom. De ficção a poesia, passando por outros gêneros, a escritora tem diversas obras lançadas, além de participação em mais de 60 trabalhos e contribuições em jornais e revistas, com prosa e poesia. Formada em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa, Vera Duarte Pina é presidente da Comissão Nacional para os Direitos Humanos e Cidadania, conselheira do presidente da República, juíza conselheira do Supremo Tribunal de Justiça, além de integrar a Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos e a Comissão Internacional de Juristas. São inúmeros prêmios e títulos que reconhecem e validam o compromisso com a escrita, a justiça social e o ensino. Interessados em participar do bate-papo literário podem fazer uma contribuição espontânea, de R$ 10 a R$ 50, na Loja Quindim, e ter acesso ao link para participar do bate-papo.

Professores e profissionais de educação de Língua Portuguesa, Literatura, História e disciplinas afins, e interessados em aprofundar seus conhecimentos nas obras de Dias Gomes, Graciliano Ramos e Carlos Drummond de Andrade, estão convidados a participar do Ciclo Record Educacional, evento on-line e gratuito que será realizado de 18 a 20 de outubro, das 15h às 17h. As palestras serão transmitidas ao vivo pelos canais de YouTube do Grupo Editorial Record e da Árvore, empresa que oferece solução digital de leitura. Será concedido certificado virtual aos participantes. Em outubro de 2022, Dias Gomes completaria 100 anos, Graciliano, 130, e Drummond, 120. Entre os palestrantes escalados estão Humberto Werneck, biógrafo de Drummond, Milton Hatoum, grande conhecedor e admirador da obra de Graciliano Ramos, e Laura Mattos, pesquisadora da vida e obra de Dias Gomes. A fala dos especialistas será precedida pela participação de professores parceiros da Árvore. No encerramento de cada dia haverá um testemunho afetivo dos herdeiros dos autores. A mediação será do editor-executivo da Record, Rodrigo Lacerda.

Nesta terça-feira (18), o publicitário Nizan Guanaes e o médico Arthur Guerra vão lançar em São Paulo Você aguenta ser feliz? (Sextante), livro que escreveram a quatro mãos. A partir das 19h, os dois recebem leitores na Livraria da Travessa no Shopping Iguatemi (Av. Faria Lima, 2.232, Pinheiros – São Paulo / SP). A dupla de autores é formada por um paciente com hábitos nocivos que tinham desencadeado uma grave situação de saúde e um psiquiatra triatleta que acredita no poder das mudanças no estilo de vida para melhorar a saúde mental. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Em As primas (Fósforo, 160 pp, R$ 64,90 - Trad.: Mariana Sanchez), romance de formação, definido por Alan Pauls como “a meio caminho entre a autobiografia delirante e a etnografia íntima”, Aurora Venturini recria o território de sua infância na La Plata dos anos 1940 e, numa mescla desconcertante entre o trágico e o cômico, constrói o retrato de mulheres abandonadas que, para além da pobreza, são obrigadas a lidar com deficiências físicas, mentais e imaginárias. Enquanto frequenta “institutos para limitados”, em casa, a jovem Yuna cresce mergulhada no cotidiano precário de sua mãe, “professorinha mixuruca e olhe lá”, no de suas primas Petra e Carina, também portadoras de deficiências, e de seus tios e tias, todos às voltas com os cuidados da irmã Betina, infantilizada para sempre em uma cadeira de rodas. Quando conhece o professor José Camaleón, entusiasta do seu talento para a pintura, Yuna vislumbra a possibilidade de escapar do que o destino parece ter lhe reservado. A cada palavra descoberta no dicionário e a cada nova tela pintada, ela acredita superar seu mundo de imperfeições, bem como o lar da “família estranha” onde cresceu. Esse viver áspero, repleto de histórias de estupro, aborto, prostituição e assassinatos, assombra as figuras observadas por Yuna e torna-se tema de sua arte, que garante melhorias materiais para a família e a esperança de se redimir da estranheza que as singulariza. Mas, se Yuna responde à opressão do mundo com a pintura, Petra se vale de toda sorte de ardil para sobreviver e vingar os seus.

Aos 40 anos, Solène é uma advogada bem-sucedida que mora sozinha em um apartamento localizado em um sofisticado bairro de Paris. Quando mais nova, sonhava em ser escritora, mas, cedendo à pressão dos pais, acabou seguindo carreira no Direito. No dia em que testemunha a morte de um cliente que se atira do prédio após ser condenado, toda a base que a sustentou até ali desmorona. Diagnosticada com burnout, a advogada é aconselhada a dar um tempo da profissão e a se dedicar ao trabalho voluntário no abrigo conhecido como Palais de la Femme, criado pela pioneira Blanche Peyron, figura-chave do ativismo francês do início do século XX. No livro As vitoriosas (Intrínseca, 224 pp, R$ 49,90 - Trad.: Carolina Selvatici), as histórias das duas se entrelaçam, alternando entre ficção e realidade, e cada uma, à sua maneira, aprendem – e ensinam – a importância da esperança, da empatia e da solidariedade entre mulheres. A autora francesa Laetitia Colombani ficou conhecida pelo sucesso A trança, seu romance de estreia, que já vendeu mais de 1,4 milhão de exemplares na França, foi traduzido para 40 línguas e será adaptado para os cinemas em breve.

Mesmo rio (Record, 240 pp, R$ 59,90), primeiro romance da psicanalista Elisama Santos, convida os leitores a conhecer as histórias e as mentes de Rita, Marília e Lucas, três irmãos que cresceram na mesma casa, mas se depararam com faces diferentes de dona Maria Lúcia. O nome do livro parte da teoria de Heráclito: “ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio”. Da mesma forma, é impossível ser a mesma mãe para todos os filhos e isso tem consequências marcantes para a construção familiar. Rita inicia a história retornando à casa onde viveu uma infância traumática. Passou a vida inteira sendo desprezada pela mãe, enquanto via os irmãos recebendo seu amor. Para a irmã Marília, tal amor tinha um alto custo, pois dedicava-se inteiramente a agradar dona Maria Lúcia. Já Lucas, o primogênito, ganhava o afeto da mãe de graça, sem esforço nenhum. Com idas e vindas no tempo, o leitor entra na mente de cada personagem e vai entender suas dores e desejos. A impossibilidade de encontrar esse amor faz com que Rita, aparentemente de forma inesperada, feche o portão de casa para não mais voltar. Embora os irmãos acreditem que foi uma atitude drástica – afinal, a mãe que tiveram não mereceria aquilo –, o rompimento de Rita com a mãe que ela conheceu acontece aos poucos. Tão lentamente, que Lucas e Marília nem se deram conta. A noite que marcou a vida dos personagens vem com frequência às suas memórias, junto com a imaginação de como a vida e as relações seriam diferentes.

Narrado por Cecília Matzenbacher, Diorama (Companhia das Letras, 288 pp, R$ 69,90) percorre os meandros de uma existência marcada por um crime brutal. Enquanto a protagonista adulta tenta manter de pé a vida refeita nos EUA, sua versão criança leva o leitor de volta à Porto Alegre dos anos 1980, revelando pouco a pouco os detalhes íntimos e políticos de um assassinato que marcou o Rio Grande do Sul. Somam-se a isso múltiplas vozes de testemunhas e envolvidos, que erguem um universo de relações estilhaçadas, segredos e violência sempre à espreita. Em uma prosa cinematográfica e envolvente história familiar, o primeiro livro desde que Carol Bensimon venceu o prêmio Jabuti de melhor romance com O clube dos jardineiros de fumaça é embalado por reflexões sobre a natureza e sobre as fraturas que carregamos.