A Nielsen Bookscan e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) divulgaram os números do segundo Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2022. Analisando os principais varejistas do país, a pesquisa mais uma vez aponta que o setor editorial continua com boa performance. Conforme os dados apurados, entre 31 de janeiro e 27 de fevereiro, foram vendidos 4,6 milhões de exemplares, uma variação positiva de 16,3% em relação a 2021, quando foram comercializadas 3,9 milhões de obras. Essas vendas geraram um faturamento de R$ 210,9 milhões, ou seja, um crescimento de 17,1% em comparação com o mesmo período do ano passado, que movimentou R$ 180,1 milhões. Seguindo essa variação positiva, o número de novos ISBNs cresceu 4,61%. Se no ano passado, nesse período, foram feitos pouco mais de 149 mil novos cadastros, em 2022 este número já passa dos 156 mil. Já no preço médio, a variação foi mínima, de apenas 0,70%, passando de R$ 45,21 no ano passado para R$ 45,33 este ano. A matéria completa pode ser lida no PublishNews+, a área exclusiva para assinantes do PN. Os artigos estão disponíveis gratuitamente na plataforma e para acessá-los é preciso fazer um cadastro prévio clicando aqui. Com o cadastro feito e logado na plataforma, você poderá ler a matéria clicando aqui.

A texana Colleen Hoover foi bem-sucedida em dose dupla na Lista dos Livros Mais Vendidos do PublishNews. Nesta semana, ela estreia com dois livros na categoria Ficção: Até o verão terminar, na 12 ª posição, com 832 exemplares vendidos, e Verity, na 17ª posição, com 683 exemplares. Ela começou a lançar livros há dez anos, em autopublicação, e desde a segunda metade da década passada se consolidou como nome forte no gênero jovem adulto. Já a lista de Não Ficção teve muitas mudanças, com seis novos títulos ganhando seu espaço. O jogo dos dilemas (Matrix Editora), de Viviani Zumpano, estreia no pódio, em terceiro lugar. Para ensinar valores éticos às crianças, o livro que vendeu 801 exemplares vem numa caixinha com 40 cartas apresentando situações para fazer a criança refletir. A obra que estreia na lista liderando a categoria Negócios também é a mais vendida na Lista Geral desta semana. Com 3.511 livros comercializados, Oséias Gomes faz sucesso com Negócio escalável (Gente), onde ele explica aos jovens empresários como evitar as possíveis causas que derrubam um empreendimento ainda em sua fase inicial. Para um expressivo aumento geral de 26% nas vendas da semana, quem mais contribuiu foi a categoria Infantojuvenil, com incríveis 55% de crescimento. Muita colaboração também da categoria Negócios, com aumento de 47%. Ficção teve crescimento de 15% e Autoajuda chegou perto, com 14%. Nessa semana de bons negócios, a categoria Não Ficção teve aumento de 7%. Clique no Leia Mais para acessar a íntegra desta nota.

A Associação de Quadrinistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo (AQC-ESP) anunciou os vencedores do Troféu Angelo Agostinji, a mais tradicional premiação brasileira de quadrinhos, promovida há 37 anos. Devido à pandemia, que provocou atraso na edição anterior do prêmio, neste ano estão sendo premiado as produções nacionais de quadrinhos lançadas em 2020. Pela primeira vez, sete das 11 categorias do prêmio apresentam mulheres entre as vencedoras. A cerimônia de premiação, on-line, será no dia 27 de março, às 16h, com transmissão pelo Youtube da AQC-ESP. Clique no Leia Mais para acessar a íntegra desta nota.

A Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil (Aeilij) divulgou nesta sexta (18), os finalistas da quinta edição do seu Prêmio de Literatura. Ao todo, 20 obras foram selecionadas e divididas entre as quatro categorias do galardão. Em Texto Literário Infantil foram selecionados A África que você fala (Globo), de Cláudio Fragata; Só sei que foi assim... vol 1 (Melhoramentos), de Fernanda de Oliveira; Vidas de porcelana (Duna Dueto), de Ana Rapha Nunes; e Carona, de Guilherme Karsten e Os invisíveis, de Tino Freitas, ambos publicados pela Companhia das Letrinhas. No Conjunto de ilustrações, estão na disputa Maurício Negro (A África que você fala / Globo); Aline Abreu (Achou? / Companhia das Letrinhas); Daniel Araújo (As roupas novas dos reis (Companhia das Letrinhas); Gabriela Gil (Gualín / Melhoramentos) e Biry Sarkins (Se... / Abacatte Editora). Os vencedores serão conhecidos em 18 de abril. Clique no Leia Mais para ter acesso á íntegra desta nota e conferir a lista completa dos finalistas.

De olho nas vendas para o Dia das Mães, a Rocco lança no final deste mês a nova edição do livro Laços de Família, de Clarice Lispector. Com capa dura e forração de tecido, a obra faz parte da coleção Clarice Essencial, iniciada em 2021 pela Rocco e que reúne os livros fundamentais da autora. O novo projeto gráfico foi idealizado por Victor Burton, em comemoração ao centenário da autora, e conta com o posfácio inédito da professora e pesquisadora Clarisse Fukelman. Originalmente publicado em 1960, Laços de Família apresenta 13 contos da autora, entre eles os conhecidos Amor, O crime do professor de Matemática, O búfalo e Feliz aniversário. Com uma provocação existencial dos personagens gerada a partir de acontecimentos que mudam suas percepções de realidade e em seus cotidianos, as histórias buscam reflexões filosóficas e profundas na vida de seus protagonistas. A coleção Clarice Essencial já tem dois títulos em seu catálogo: Perto do Coração Selvagem e Aprendendo a Viver.

A ideia do livro Uma nova história, feita de histórias - Personalidades negras invisibilizadas da história do Brasil (Jandaíra, 272 pp, R$ 49,90) nasceu do desejo do empresário Maurício Rocha de apresentar ao público personalidades da históricas que ele gostaria de ter tido como referências quando criança. Ele procurou Djamila Ribeiro para propor um edital convocando autores e autoras negros de todo o país a produzir textos biográficos sobre pessoas negras importantes que nunca tiveram o devido reconhecimento. Os textos foram lidos e selecionados por Maurício Rocha, Djamila Ribeiro e Lizandra Magon de Almeida, sócia-editora da Jandaíra. Mais de 200 trabalhos foram enviados, de todas as partes do Brasil. Como previsto no edital, foram selecionados os 15 textos e, após alguma deliberação, decidiu-se incluir mais um: a biografia do escravizado Ventura Mina, liderança que se rebelou contra a escravização na Revolta de Carrancas, ocorrida na região de São João Del-Rei, em 1833, escrita pelo filósofo e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Renato Noguera. Assim, Personalidades negras é um compêndio de histórias de 16 brasileiros e brasileiras, de vários estados e épocas, de vários ofícios e talentos. A obra está em ordem cronológica, não exatamente da data em que a pessoa biografada nasceu, mas do momento em que mais se destacou em sua contribuição para a história.

Luiz Antonio Simas decidiu contar a história do Brasil de uma maneira singular: pela ótica da umbanda, com a qual ele tem contato desde garoto. Umbandas: uma história do Brasil (Civilização Brasileira, 192 pp, R$ 49,90) tem esse título no plural porque a umbanda se manifesta de maneiras peculiares em diferentes territórios do país. Um exemplo dessa capilarizarão diversa da umbanda está também na vida pessoal do historiador, influenciado por sua avó, que era alagoana e, ao mudar-se para o Rio, carregou com ela suas crenças e seus ritos. O autor defende que enquanto o catolicismo veio imposto pelos jesuítas, o culto aos orixás chegou ao Brasil com os escravos trazidos da África e, ao contrario dos ensinamentos rígidos dos europeus, foi se modificando até se tornar uma religião efetivamente brasileira. Em abordagem documental, Simas conta as disputas que se estabeleceram no campo simbólico que constitui a umbanda como religião. O volume pode ser considerado um documento sobre as religiosidades não brancas no país. Ele traz os primeiros registros fonográficos da palavra umbanda, a origem dos patuás e a diferença entre eles e os amuletos. O leitor também poderá conhecer significados de ritos que hoje são populares no Ano Novo e no Carnaval.

São fortes os laços que unem o Brasil e a África – estão na música, nas artes, na religiosidade, na arquitetura, no gestual, na fala etc. Paradoxalmente, porém, a África ainda é uma ilustre desconhecida para muitos. A consequência disso é grave: não entendemos bem a nós mesmos e, por extensão, o mundo e a própria modernidade. Em busca da África: Pretitude e modernidade (Zahar, 416 pp, R$ 89,90 – Trad.: Denise Bottman) transpõe generalizações e clichês sobre o continente e apresenta aos leitores uma África profunda e complexa, que se constitui em diálogo franco e constante com o pensamento de intelectuais como Frantz Fanon, Malcom X, James Baldwin, Richard Wright, Spike Lee e Édouard Glissant. Em prosa elegante e fluida, que combina o tom intimista da memória e a descontração do relato de viagem, Manthia Diawara perpassa a política local e a geopolítica mundial, a literatura, a música, o cinema e as artes plásticas, de modo a compor um retrato multifacetado, que entrelaça dilemas centrais da África contemporânea com eventos fundantes da história do século XX. O resultado é um reposicionamento radical da África – e da diáspora africana – no mundo moderno.

No século XI, o Papa convocou legiões de guerreiros para invadir a parte controlada por muçulmanos no Mediterrâneo oriental e tomar posse da cidade de Jerusalém, local disputado por seguidores de ambas as religiões. Por 220 anos a partir dessa invasão, chamada a Primeira Cruzada, os dois lados do conflito travaram batalhas brutais. Para entender melhor esse longo e importante episódio na história mundial, protagonizados por dois adversários que, cada uma a seu modo, lutavam por suas crenças, o box As Cruzadas (Novo Século, 784 pp, R$ 89,90) pode ser um guia eficiente e uma leitura bem agradável. Thomas Asbridge escreve os cinco volumes, que são vendidos dentro de uma caixa que traz também pôster, caderno de imagens e marcadores de página. Ele expõe as motivações do Ocidente e do Islã para a disputa da Terra Santa, reproduzindo experiências vividas pelos soldados dos dois lados do embate. Mesmo com o rigor histórico esperado de um especialista no assunto, o autor consegue imprimir um ritmo de aventura em muitas passagens. Estes são os volumes da obra: A chegada dos cruzados, A reação do Islã, O desafio dos campeões, A luta pela sobrevivência e A vitória no Oriente.