A cerimônia de abertura da 20ª Bienal do Livro Rio aconteceu na manhã desta sexta-feira (03), com uma apresentação do Slam das Minas e fez questão de deixar clara em todos os momentos, a importância da sua realização. Os organizadores apresentaram uma edição que, não só marca uma retomada, mas que reafirma o papel da Bienal como protagonista cultural no cenário literário nacional e a sua vocação para ser um lugar de múltiplas vozes. "A Bienal do Livro Rio chega a sua 20ª edição com um senso de importância que transcende sua própria história", destacou Marcos da Veiga Pereira, em seu último discurso de abertura de uma Bienal como presidente do Sindicado Nacional de Editores de Livros (SNEL). Ele, que deixa em 2022 a presidência da entidade, destacou ainda que o principal objetivo dessa edição é resgatar a importância do livro como instrumento transformador da nação. "Vivemos num momento de polarização em que a leitura precisa resistir", concluiu. Resumindo a construção dessa edição da Bienal em três palavras - resiliência, coragem e esperança -, Marcos lembrou que a previsão é que o mercado de livros feche esse ano com um aumento nas vendas na ordem de 25% e destacou a presença do prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes, que "vestiu a cidade de Bienal" e mostrou seu apoio ao evento. Clique no Leia Mais e confira a íntegra desta nota.

A Folha noticiou que a Bienal do Livro do Rio surpreendeu expositores com crescimento de vendas. A alta pode ser explicada por múltiplos fatores. O primeiro são as promoções agressivas. A Globo Livros, por exemplo, baixou de R$ 44,90 para R$ 20 quase todos os seus títulos juvenis. Já o Submarino oferece dinheiro de volta para mais compras no estande, de até 50%. Outro fator importante é o investimento da prefeitura carioca. Todos os 40,7 mil alunos da rede municipal de ensino receberam vales de R$ 20 para usar na feira. Os 47.600 servidores da educação também foram contemplados, com R$ 200, assim como as 1.561 escolas, com valores que vão a até R$ 1.600, para atualizar suas bibliotecas. O aumento das vendas de livros também foi notícia em matéria do Jornal Nacional, d'O Globo e na coluna de Lauro Jardim. A BBC News Brasil informou que o líder da Igreja Universal, Edir Macedo, perdeu uma ação que tinha proposto contra donos de um sebo no interior do Rio de Janeiro por causa de uma placa com uma piada que tinha sido colocada na porta. Na vitrine de seu sebo Gregas e Troianas, em uma discreta rua em Resende (RJ), o casal Luciano Gonçalves e Mariângela Ribeiro havia colocado um banner com a intenção de "ser algo divertido". "Se você é racista, machista, homofóbico, se não acha que as 'obras' de Bolsonaro, Malafaia e Edir Macedo envergonham a humanidade... Entre! Esta é uma casa de inteligência e cultura. Nós podemos ajudar você", dizia o cartaz. Clique no Leia Mais e confira outros destaques do noticiário relacionado ao mercado editorial e publicado pelos principais jornais, revistas e sites no fim de semana.

Na semana passada, a Livraria Leitura inaugurou a sua 92ª loja. Desta vez, o ponto escolhido foi o Salvador Shopping (Av. Tancredo Neves, 3133 - 2º piso - Caminho das Árvores, Salvador – BA). A nova unidade fica a três quilômetros da loja do Shopping da Bahia, inaugurada no mês passado. A loja do Salvador Shopping ocupa uma área de mil metros quadrados e o cliente encontrará mix de produtos contendo livraria, papelaria, presentes e informática e uma estrutura física que contempla espaço para eventos, seção infantil, área geek e café. A rede deve crescer mais um pouco, ainda em 2021. A previsão é a inauguração de uma loja em Fortaleza (CE) e outra em São José dos Campos (SP).

O assinante do PublishNews mais atento deve ter observado a escalada das HQs e mangás na Lista dos Livros Mais Vendidos. Dos 20 livros de Ficção mais vendidos de 2021, quatro são mangás, por exemplo. Complementar a este fenômeno, o RPG faz uma dobradinha entre literatura e games e também impacta o mercado editorial brasileiro, vide o recorde que a Editora Jambô, especializada no tema, bateu no Catarse em 2019. Naquele ano, foi o projeto que mais arrecadou na plataforma de financiamento coletivo: R$ 1,1 milhão. O recorde já foi batido por um novo projeto também ligado a esse universo geek, a coleção Nerdcast RPG: Cthulhu, que passou dos R$ 5,5 milhões arrecadados, em 2020. Nessa semana, o Podcast do PublishNews quis entender melhor como funciona esse segmento do mercado editorial e convidou Karen Soarele e Guilherme Dei Svaldi, ambos da Jambô, e Cassius Medauar, editor da Conrad, colunista do PN e profundo conhecedor do assunto. Na conversa, eles contaram sobre os desafios do gênero no mercado brasileiro, da relação com as livrarias, do contato com os leitores e um pouco dos segredos das suas editoras. O Podcast do PublishNews é um oferecimento da MVB, a empresa que torna os seus livros visíveis com serviços como Metabooks e Pubnet, e da UmLivro, novo modelo de negócios para o mercado editorial: mais livros e mais vendas. Você também pode ouvir o programa pelo Spotify, iTunes, Google Podcasts, Overcast e YouTube. Clique no Leia Mais para ouvir o programa.

A Companhia das Letras abriu nesta segunda (06), as inscrições para o curso gratuito Introdução ao mercado editorial. A iniciativa é parte dos compromissos firmados pela editora em prol de mais diversidade no mercado de livros e vai selecionar 20 alunos para receber treinamento sobre as diferentes etapas do processo editorial. No mínimo 60% das vagas serão destinadas a pessoas negras e, ao fim do curso, dois alunos serão convidados a participar do primeiro programa de trainee da Companhia das Letras. As inscrições terminam já nesta terça (07). As aulas serão ministradas a partir de março, em modalidade on-line, por funcionários da editora. A ideia é que os alunos entendam o processo completo de produção do livro, com temas que vão de marketing a direitos autorais, passando por edição, aquisição, arte, vendas, novos negócios e financeiro. O curso é destinado a jovens com no mínimo ensino superior incompleto que tenham interesse em trabalhar no mercado editorial. A seleção inicial será feita por análise do formulário a ser preenchido pelos candidatos no site da editora e as pessoas selecionadas passarão por dinâmica em grupo e entrevista. O programa de trainee terá a duração de um ano e será presencial, no escritório da Companhia das Letras. É necessário que o trainee resida em São Paulo ou em cidades adjacentes, devido ao deslocamento diário. Na inscrição, o candidato deve manifestar interesse em concorrer para as vagas de trainee ou apenas em fazer o curso. Clique no Leia Mais para conferir a íntegra desta nota.

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo divulgou os finalistas ao 11º Prêmio Governo do Estado de São Paulo para as Artes 2020. O laurel busca dar reconhecimento a profissionais do setor cultural que se destacaram ao longo de 2020 por suas realizações. Os vencedores em cada uma das 15 categorias serão conhecidos na próxima segunda-feira (13) e ganharão R$ 30 mil cada, além do troféu. Na área de Livro, leitura e bibliotecas, concorrem Ana Teberosky, do Espaço da Leitura; Isabel Santos Meyer, da Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura; Fernanda Diamant e Paulo Werneck, realizadores da revista Quatro Cinco Um, Cibeli Moretti de Oliveira, do Festival Literário de Votuporanga, e Pierre Ruprecht, das bibliotecas de São Paulo e Villa-Lobos. Para conhecer os finalistas das outras categorias, clique aqui.

O Grupo Editorial Serena – do escritor Gabriel Chalita – abriu duas vagas. A primeira delas é para um estágio no departamento editorial. É preciso cursar entre o terceiro ou quarto ano de Produção Editorial, Jornalismo ou Letras; ter conhecimento da língua inglesa para leitura e escrita; boa redação e espírito de equipe. O contratado dará suporte e agilizará os processos operacionais da área editorial. Os interessados devem enviar currículos para o e-mail editorial@editoraserena.com.br. Já a segunda vaga é para assistente administrativo-financeiro que também dará suporte para a área. A editora pede que os candidatos tenham experiência em carteira de cobrança no ramo editorial; conhecimento básico para emissão de notas fiscais e boletos de cobrança; em controle de Mapas de vendas consignadas; e em realizar relatórios de direitos autorais. Os currículos devem ser enviados para financeiro@editoraserena.com.br.

O protagonista desse livro é ridículo. As pessoas riem dele, e talvez ele risse junto, se não tivesse pena delas, pena porque ele sabe a verdade, e elas, não. Envolto por uma profunda melancolia, este homem decide tirar a própria vida, mas adormece ao lado de seu revólver carregado. No limiar entre a consciência e o sonho, o homem é levado do abismo do suicídio para as planícies de um paraíso perdido, no qual é introduzido a uma terra utópica em que a harmonia reina sobre o caos. Escrita em 1877, após o período de trabalhos forçados na Sibéria, O sonho de um homem ridículo (Antofágica, 240 pp, R$ 69,90) é uma obra-chave para a literatura de Dostoiévski. Essa curta narrativa condensa grandes obsessões que atravessam toda o trabalho do autor, sobretudo a oposição entre sentimento e razão, e a contestação à visão científica de mundo, que ele considera autodestrutiva para a humanidade. Esta edição da Antofágica, traduzida diretamente do russo por Lucas Simone, conta com ilustrações de Helena Obersteiner e apresentação do neurocientista e especialista em sonhos Sidarta Ribeiro. Os posfácios são assinados por Cecília Rosas e Flávio Vassoler.

Piranesi vive na Casa. Talvez, sempre tenha vivido. Em seus diários, dia após dia, ele registra de maneira clara e cuidadosa todas as maravilhas que encontra: o labirinto de salões, as milhares de estátuas, as marés que invadem as escadarias, as nuvens que se movem em uma procissão lenta pelos cômodos de cima. Habitualmente, encontra-se com o Outro, sua única companhia e com quem divide as pesquisas e explorações. Às vezes, Piranesi também leva oferendas aos mortos, mas, na maior parte do tempo, está só. De repente, mensagens começam a surgir no chão, rabiscadas a giz. Há alguém novo na Casa. Mas quem é essa pessoa e o que ela quer? Assim, segredos esquecidos precisam ser revelados e o mundo que Piranesi pensava conhecer acaba se tornando obscuro e perigoso. Piranesi (Morro Branco, 232 pp, R$ 59,90 - Trad.: Heci Regina Candiani ), obra de Susanna Clarke, venceu o Women’s prize 2021. Segundo o júri do prêmio, Susanna criou “um mundo além da nossa imaginação que também nos diz algo profundo sobre o que é ser humano”.

Nos anos 1980, sob o comando da primeira-ministra Margaret Thatcher, a economia do Reino Unido agonizava, atingida por uma recessão. Em Glasgow, na Escócia, a taxa de desemprego disparou condenando boa parte da classe trabalhadora à miséria e ao vício. É nesse cenário sombrio que cresce Shuggie Bain, filho caçula de uma família disfuncional. A mãe, Agnes, vive com o segundo marido, um taxista mulherengo e grosseirão, que decide abandonar a família em uma vila de mineradores para nunca mais voltar. Numa busca inútil e desesperada por algum conforto, ela se afunda no alcoolismo. Livro de estreia de Douglas Stuart, A história de Shuggie Bain (Intrínseca, 528 pp, R$ 79,90 - Trad.: Debora Landsberg), venceu o Booker Prize 2020. Na obra, um a um os filhos de Agnes vão desistindo de ajudá-la, mas mesmo com os próprios problemas, o único que não cede é Shuggie. Apesar de suas tentativas de ser um “menino normal”, todos acham que há “algo de errado” com ele. Agnes quer apoiar e proteger o filho, mas a força de seu vício é tamanha que eclipsa todos ao seu redor, inclusive seu amado Shuggie, que acaba sendo vítima de abuso sexual sem ter a menor ideia de que está sofrendo uma violência. A crueldade da pobreza, os limites do amor, o vazio do orgulho, a violência dos vícios, a dor da perda e da autodescoberta. Tudo isso está em A história de Shuggie Bain, um livro de estreia comovente sobre o amor irrestrito e inexplicável que somente as crianças sentem por seus pais.

Jules e Holly são melhores amigas desde os tempos de faculdade. Elas compartilham tudo, desde detalhes do cotidiano até segredos e confissões. Saul, filho de Holly, e Saffie, filha de Jules, cresceram juntos, com apenas três anos de diferença. Quando Saffie faz uma denúncia grave contra Saul, nenhuma das duas amigas está preparada para o impacto devastador que o fato terá na amizade e na vida das suas famílias. Em quem você confiaria? Na sua melhor amiga e confidente por décadas? Ou no seu próprio filho? Em quem você deve acreditar quando um acusa o outro de um crime hediondo? Eu não sei quem você é (Dublinense, 400 pp, R$ 69,90 – Trad.: Davi Boaventura) parte de uma acusação que coloca em lados opostos os filhos de duas amigas inseparáveis. Para além de descobrir se a verdade está com a vítima ou com o acusado, o que faz o livro de Penny Hancock ganhar relevo é a maneira como ela aborda os efeitos que a denúncia provoca na dinâmica entre as personagens e suas famílias. E é na construção de uma delicada rede de desconfianças e tensões que Penny entrega um romance surpreendente, mergulhando com tudo em um dos temas mais relevantes e espinhosos dos dias de hoje.