A Nielsen e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) acabam de divulgar os resultados do Painel do Varejo de Livros no Brasil referente aos dias compreendidos no intervalo de 23 de março a 19 de abril. Em comparação com igual período de 2019, as vendas caíram 47,6% em valor e 45,35% em volume. Isso quer dizer que os estabelecimentos monitorados pelo instituto de pesquisa deixaram de vender 1.314.781 exemplares no período. Na mesma base de comparação, o faturamento caiu de R$ 125,3 milhões para R$ 65,7 milhões, perda de quase R$ 60 milhões. De 31 de dezembro de 2019 até 19 de abril de 2020, os comércios monitorados pela Nielsen faturaram R$ 537 milhões, queda 8,81% frente aos R$ 589 milhões apurados em igual período de 2019. No acumulado do ano, a variação no volume é negativa em 8,7%. Nos quatro primeiros meses do ano, foram vendidos 11,1 milhões de exemplares, enquanto que em igual período do ano passado, foram vendidas 12,2 milhões de cópias. Clique no Leia Mais e confira a íntegra desta nota.

A Metabooks, em parceria com o PublishNews, realiza nesta quinta-feira (7), a primeira edição do Conexão Metabooks, série de conversas que irá reunir profissionais do mercado editorial de diversas partes do mundo para discutir sobre o futuro da indústria do livro. Editores, livreiros e profissionais do mercado editorial em geral devem estar se perguntando que medidas tomar em no momento atual, em que a pandemia mudou a realidade do mundo inteiro. A resposta definitiva não existe, mas discutir os diversos cenários existentes e avaliar as oportunidades pode ser um começo. Por isso, a Metabooks irá conectar nesta primeira conversa, Alemanha, EUA e Brasil, com a participação de Ronald Schild (Alemanha), CEO da MVB, empresa-mãe da Metabooks; Edward Nawotka (EUA), jornalista da Publishers Weekly; e Alexandre Martins Fontes (Brasil), diretor executivo da Livraria Martins Fontes Paulista para discutirem sobre o assunto. A conversa, que acontece nesta quinta, às 15h, será mediada por Ricardo Costa, CEO da Metabooks e será transmitida pela página do PublishNews no Facebook.

Nesta quarta-feira (6) acontece o segundo Bate-papo com PublishNews, projeto que tem como objetivo aproximar autores de seu público em uma conversa descontraída. A convidada desta edição é a autora Amanda Bonatti que vai falar sobre seu próximo livro, Eleanor e as cores do amor (Coerência), seus outros livros e sobre a importância de protagonistas femininas fortes. Bonatti é formada em Pedagogia e Letras e tem pós-graduação em Supervisão Escolar e em Revisão de Textos. Apaixonada por livros, escreveu contos, poemas e publicou seis livros entre os anos de 2013 e 2019. Atualmente dedica-se profissionalmente apenas à literatura. A conversa, que será mediada por Maju Alves, responsável pelos projetos especiais do PN, acontece às 17h, no Instagram do PublishNews (@publishne.ws). Quem quiser participar das próximas conversas é só mandar um e-mail para maju@publishnews.com.br. Sempre bom lembrar que o PublishNews tem atualizado regularmente a sua Agenda de Lives. Ali estão diversos eventos virtuais relacionados ao universo do livro.

O Prêmio Goncourt, o mais importante da literatura francófona, anunciou os finalistas da sua edição de 2020 nas categorias Romance, Conto e Biografia. Em Romance, os escolhidos foram Maylis Besserie com o livro Le tiers temps, no qual um senhor irlandês conta sua história e seus últimos dias no lar de idosos onde reside; Anne Pauly, autora de Avant que j’oublie, que acompanha uma filha que após a morte do pai, visita a casa em ruínas que ele deixou. Enquanto separa seus pertences, ela revisita as memórias que teve com seu pai. A terceira finalista na categoria é a autora Constance Rivière com o livro Une fille sans histoire. A obra conta a história de uma mulher que inventa ser vítima dos ataques terroristas de novembro de 2015 em Paris, dizendo ser companheira de um homem morto a tiros na ocasião. A história de uma impostora e que aborda a necessidade de existir na mídia. Para apoiar os livreiros afetados economicamente pelo novo coronavírus, os jurados do Goncourt decidiram antecipar o anúncio dos vencedores para o dia 11 de maio, mesmo dia em que está prevista a reabertura do comércio no país. A programação inicial era que o anúncio só saísse em junho. No mesmo dia, também será conhecido o poeta premiado. Clique no Leia Mais para conferir a lista completa dos finalistas.

Da ideia de profissionalizar o autor brasileiro, Adriana Chaves, publisher da Monolito Editorial, criou um portal de cursos de qualificação e serviços para escritores com foco em ficção, a Sala do Escritor. O site oferece workshops, grupos de estudos e cursos sobre os segredos do mercado editorial, autoedição, como elaborar diálogos em ficção, e sobre técnicas usadas por autores como Agatha Christie e Jane Austen. No portal, as aulas são ao vivo e os workshops podem durar de três horas a quatro semanas e na área vip, os participantes têm acesso a vídeos, debates de livros, grupos exclusivos, desafios, concurso interno para seleção de contos e seleção para participação em uma obra digital. O Clube funcionará com uma assinatura mensal de apenas R$11,90.

Esse volume reúne Bate-se numa criança (Zahar, 104 pp, R$ 44,90 – Trad.: Kristina Michahelles e Vera Ribeiro), de Sigmund Freud, e Fantasias de surra e devaneios, de Anna Freud – ensaios que abordam a fantasia sob duas perspectivas diferentes: a do analista e a do analisando. Traduzido diretamente do alemão, o estudo de Freud baseia-se em algumas análises conduzidas por ele, entre as quais a de sua filha Anna; trata-se de um ensaio importante, escrito por Freud num momento significativo de sua obra. O artigo de Anna Freud, sua primeira produção teórica, foi seu passaporte para a sociedade psicanalítica; até agora inédito no Brasil, foi traduzido a partir da versão em inglês inteiramente revista pela autora. Costurando o volume, o psicanalista e psiquiatra Marco Antonio Coutinho Jorge, coordenador da coleção, apresenta, contextualiza e comenta ambos os textos, além de indicar leituras adicionais. Um título para o público de psicanálise e educação, com apelo também para interessados sem formação na área.

Em A voz no divã (Aller / Editora 106, 104 pp, R$ 80 - Trad.: Mário Sagayama), o autor e psicanalista Jean-Michel Vives desenvolve sua tese sobre a voz enquanto objeto primordial do sujeito, antes mesmo do seio materno - como a psicanálise tem defendido até agora. Com coerência clínica e clareza conceitual, Vives analisa os três tipos musicais – a ópera, a música sacra e eletrônica. Entrelaça esse universo às questões psicanalíticas para demonstrar como os temas desenvolvidos despertam afetos específicos no ouvinte, do mais puro prazer ao horror desmedido. O livro busca entender como os sons que tocam, envolvem e ressoam no corpo do sujeito permitem que se produza paisagens e presenças. Vives afirma ainda a necessidade do ponto surdo para que o sujeito possa fazer-se voz.

De modo geral, as pessoas buscam a ajuda de um terapeuta para melhor compreender as angústias, os medos, a culpa ou quaisquer outros sentimentos que causam desconforto e sofrimento. Mas o terapeuta está imune à gama de questões que ele auxilia seus pacientes a dirimir e superar, dia após dia? A autora best-seller e terapeuta Lori Gottlieb mostra que a resposta a essa pergunta traz revelações interessantes. Quando ela se vê emocionalmente incapaz de gerenciar uma situação que perturba sua vida, uma amiga lhe faz uma sugestão: Talvez você deva conversar com alguém (Vestígio, 448 pp, R$ 54,90 – Trad.: Elisa Nazarian). Combinando histórias reunidas a partir de sua trajetória como terapeuta (distribuídas entre quatro personagens inesquecíveis) à sua própria experiência como paciente, Lori oferece ao leitor um relato leve e comovente sobre a universalidade de nossas perguntas e ansiedades, e reafirma a capacidade que temos de mudar nossas vidas.

Confrontando a visão dos psicólogos evolucionistas, moralistas utilitários e materialistas filosóficos como Richard Dawkins e Daniel Dennett, o autor e filósofo Roger Scruton argumenta em Sobre a natureza humana (Record, 126 pp, R$ 44,90 – Trad.: Lya Luft) que seres humanos não podem ser explicados simplesmente como objetos biológicos. “Não somos apenas animais humanos: somos pessoas, essencialmente ligadas a outras pessoas por obrigações e direitos. Nosso mundo é compartilhado e para compreendê-lo, precisamos nos comunicar com as pessoas face a face, eu a eu”, diz na obra. Scruton desenvolve e defende sua visão perpassando toda a história intelectual, de Platão e Averróis a Darwin e Wittgenstein, e oferece uma nova maneira de compreender como a autoconsciência afeta a questão sobre a forma como deveríamos viver. O resultado é uma visão da natureza humana, que desafia as noções mais consolidadas sobre a nossa espécie.