A GfK e a Associação Nacional de Livrarias (ANL) fecharam o seu relatório mensal que acompanha o varejo de livros no Brasil. De acordo com o instituto de pesquisa, a venda de livros em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento caiu 18,3% em valor e 15,7% em volume. O período analisado é de 2 a 29 de março e a queda é referente à comparação com igual período de 2019. Lembrando que as maiores cidades brasileiras determinaram o seu fechamento na semana do dia 23, ou seja, a interseção entre o intervalo do monitoramento e o período de isolamento é de apenas uma semana. Em números absolutos, a GfK fala que foram vendidas 3,1 milhões de cópias, o que redundou em faturamento de R$ 140 milhões. Segundo o instituto de pesquisa, no acumulado do ano, já foram vendidos 11,9 milhões de exemplares, 3,2% a menos do que o apurado em igual período de 2019, quando nos três primeiros meses os estabelecimentos monitorados venderam 12,3 milhões. Na mesma base de comparação, o faturamento caiu 5,4%, fechando o primeiro trimestre em 590 milhões, ante os R$ 620 milhões apurados em 2019. Clique no Leia Mais para ter acesso à íntegra desta nota.

Uma das queixas recorrentes de livreiros e sebistas que utilizam a plataforma Estante Virtual é que, no período em que o marketplace ficou nas mãos da Livraria Cultura (2017 – 2020), houve uma diminuição dos investimentos em marketing digital, o que, segundo os vendedores da Estante Virtual, impactava diretamente no volume de negócios na plataforma. Agora, sob o comando do Magazine Luiza, a Estante Virtual anuncia incremento desta modalidade de investimentos. O objetivo é “ajudar micro e pequenos vendedores de livros a migrarem para a plataforma e venderem pela internet o seu estoque físico parado nas lojas”, como está escrito no comunicado enviado à redação do PublishNews. Além disso, quer atrair novos livreiros para vender na plataforma que reúne quase seis milhões de clientes. “Seguimos dando todo apoio à nossa rede de milhares de parceiros. Estamos abertos para receber novos livreiros que precisam de uma resposta rápida para voltar a vender”, diz Ana Maia, gerente comercial e de relacionamento da Estante Virtual. Outra medida para atrair novos vendedores é a isenção da mensalidade nos dois primeiros meses. Clique no Leia Mais e confira a íntegra desta nota.

O Globo fez uma análise sobre as últimas listas dos mais vendidos. É que clássicos da literatura passaram a superar outros títulos vendedores como A sutil arte de ligar o foda-se, título mais vendido de 2018 e 2019. Para entender o novo cenário, o jornal conversou com editores da Record, Companhia das Letras, Intrínseca, a agente literária Lucia Riff e o livreiro Daniel Louzada. “Como é natural que as empresas reduzam a produção, quem possui uma variedade maior de publicações consegue reagir ao presente e encontrar, no catálogo, títulos que tenham ressonância com o presente. Assim, navegam melhor na crise”, resumiu o publisher da Companhia, Otávio Marques da Costa. Também n'O Globo, matéria contou como pequenas livrarias estão enfrentando a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. A partir da iniciativa de Beatriz Alves de mapear livrarias que, mesmo com as portas fechadas, estão fazendo entregas, o jornalista Ruan de Sousa Gabriel conversou com pequenos livreiros que estão aproveitando diversas brechas para fazer seus livros chegarem aos leitores. Clique no Leia Mais e confira o que mais foi notícia no fim de semana.

Com o mundo em uma crise sanitária sem precedentes, o mercado editorial no mundo inteiro sofre com as consequências. Depois do tombo das duas maiores redes de livrarias do país, o mercado por aqui dava sinais de recuperação, acompanhando também o crescimento dos e-books e dos audiolivros, visto no resto do mundo. Já conversamos em episódios anteriores do Podcast do PublishNews, sobre os efeitos dessa pandemia na indústria do livro brasileira e nos nossos eventos literários. Esta semana, procuramos saber como anda a situação na América Latina. Com suas livrarias também fechadas e feiras canceladas, como outros mercados da América Latina estão reagindo? O governo tem ajudado? Quais ideias eles colocaram em prática? E qual o impacto até o momento? Para ajudar a ampliar nossa visão convidamos Beatriz Alves, gerente comercial para a América Latina da HarperCollins, podcaster e fotógrafa. A conversa com Bia começou procurando entender de onde surgiu a ideia do mapa colaborativo que ela criou para ajudar o público a encontrar as livrarias mais próximas da sua localização. "Acho que todo mundo pensou várias coisas, mas ninguém achou que poderia ser tão simples quanto criar um mapa no Google Maps que é uma plataforma grátis que você vai lá e coloca", explicou. "Para mim, meu objetivo foi 100% concluído, porque as pessoas pararam para pensar no tema [...] e cada um, de sua forma, foi melhorando isso ou adaptando para o seu próprio negócio", disse se referindo à outras ideias que surgiram e que também estão dando certo. "A semente foi plantada", concluiu. Clique no Leia Mais para ouvir o episódio da semana.

A entrevistada desta segunda-feira do projeto Arena Virtual é Rita Von Hunty, drag queen, professora e escritora que tem uma visão muito interessante sobre literatura, teatro, sociologia, antropologia e política. Ela vai estar com Taty Leite na live que vai ao ar logo mais, às 16h, pelo perfil da Câmara Brasileira do Livro (CBL) no Instagram (@cbloficial). O Arena Virtual é realizado pela CBL em parceria com o PublishNews e com o projeto Vá Ler um Livro e busca trazer convidados que têm uma relação estreita com o livro e com a literatura. Já passaram pelo projeto nomes como Antonio Fagundes, Monja Coen e Lazaro Ramos. E por falar em lives, o PublishNews criou uma agenda de encontros virtuais que estão pipocando durante o período de isolamento social. Para conferir as próximas lives, clique aqui.

Na última quarta-feira (22), a Feira do Livro de Frankfurt emitiu um comunicado expressando sua preocupação com todos os afetados pelo novo coronavírus e frisando que sua prioridade é a saúde e segurança de seus expositores, visitantes e público em geral. A manifestação veio depois do anúncio do cancelamento da tradicional Oktoberfest, que acontece entre o fim de setembro e o início de outubro. A Feira, no entanto, mantém, até o momento, a sua programação original: de 14 a 18 de outubro, informando que qualquer decisão no sentido contrário só será tomada em meados do mês de junho. Enquanto isso, os planos para o evento continuam e a Feira do Livro de Frankfurt irá mais uma vez dar destaque para os conteúdos, serviços e produtos de áudio. Para ampliar ainda mais a conversa sobre o assunto e incluir aspectos inovadores para a indústria ao áudio, o evento abriu três vagas gratuitas de 30 minutos no Frankfurt Audio Stage nos dias de visita comercial da feira (14 a 16/10). As inscrições estão abertas para sugestões de apresentações, painéis de discussão ou formatos semelhantes. O evento pode ser realizado em inglês ou alemão e será gravado e publicado como um arquivo de áudio. A feira procura por especialistas do setor internacional de áudio, incluindo produtores e narradores de audiolivros, provedores de serviços, serviços de streaming, institutos de pesquisa, podcasters, provedores de tecnologia e editores. As inscrições terminam no dia 31 de maio e para se inscrever é só clicar aqui.

Em Tudo em seu lugar – Primeiros amores e últimas histórias (Companhia das Letras, 248 pp, R$ 69,90 – Trad.: Laura Teixeira Motta), o leitor terá acesso às várias facetas do neurologista Oliver Sacks, um dos cientistas mais acessíveis de todos os tempos. Desde sua paixão por plantas, museus e peixes, até histórias pungentes sobre pacientes com esquizofrenia, demência e Alzheimer, tudo está na obra. Oliver Sacks foi um grande contador de histórias, amado pelos leitores tanto por seus relatos como neurocientista quanto pelo fascínio com o comportamento humano em sua acepção mais ampla.

Os textos de Jia Tolentino tratam dos principais conflitos e contradições do nosso tempo, e apontam as mudanças que parecem ocorrer todos os dias na sociedade, na cultura e no mundo digital. Os nove ensaios inéditos de Falso espelho (Todavia, 368 pp, R$ 79,90 – Trad.: Carol Bensimon) são escritos numa rara combinação de agudeza e generosidade, inteligência e coragem. A obra é uma jornada pelo oceano de autoilusão que corre logo abaixo da nossa superfície. Seja tratando de sua própria relação com a internet e as redes sociais, seja investigando heroínas na literatura ou o uso de roupas de ginástica, Jia Tolentino mostra como é difícil enxergar a si mesmo em uma cultura que gira permanentemente em torno do eu. Assim, um ensaio sobre os primórdios das redes sociais revela — não sem autocrítica e autoironia — o pesadelo coletivo do qual passamos a depender cada vez mais. E quando narra sua experiência de ter sido criada no universo de uma megaigreja evangélica no Texas, ela examina sua busca por transcendência e a perda da fé à luz das drogas e da cena local de hip-hop.

É 1997 e Charles Lewis passa os dias quentes das férias andando de bicicleta pela cidade. Às vezes, ele também lê. Não há nada mais para fazer quando se está afastado dos amigos, a família está caindo aos pedaços e não se tem ideia de qual será o próximo passo. Mas os dias tediosos e vazios de Charlie estão prestes a ter fim. Ao se deparar com uma companhia de teatro ensaiando Romeu e Julieta, sua primeira reação é fugir, mas ele talvez tenha encontrado um bom motivo para ficar: Julieta. No caso, a atriz que vai interpretar a personagem. Fran Fisher, uma garota bonita, confiante e metida a artista. Mas quem nos conta essa história, repleta de idas e vindas no tempo, não é o garoto Charles. É o adulto, que, às vésperas de seu casamento, rememora — com uma mistura sutil de humor e melancolia — um verão intenso, que moldou o homem que é hoje. Uma dor tão doce (Intrínseca, 384 pp, R$ 54,90 – Trad.: Carolina Selvatici), livro de David Nicholls, é uma tragicomédia sobre a confusão da vida familiar e o caminho tortuoso para a vida adulta. Uma homenagem à breve explosão do primeiro amor, que só pode ser bem compreendida depois que para de queimar.

Em seu segundo livro de contos, Histórias mínimas (Kafka Edições, 74 pp, R$ 25), o escritor e jornalista Jonatan Silva examina o abismo que separa vida e arte. Os contos que dão forma ao livro são narrativas breves e uma ode ao absurdo do cotidiano, às mudanças do dia a dia e aos pecadilhos que consomem tudo e todos. Alfinetes, o conto que abre o volume, é uma narrativa sobre a loucura e a obsessão, sobre a ideia estar preso em lugar que não é o seu. A Flor é uma tentativa de escape, um grito de socorro diante dos escombros que teima em soterrar as pequenas esperanças. Em Neve, Silva propõe uma reflexão sobre as contradições e conversões que dão corpo à sociedade e durante todo a obra, cria um universo particular e que oscila entre luz e sombra.