Estavam em uma festa. Ou antes de uma festa, estavam com paramilitares na puberdade e traficantes confundidos pelo vício. Ou depois de uma festa, num retiro para aristocratas que pretendem aflorar ou perder os sentidos. Nessa festa, promovida por uma elite decadente, enfants terribles e literatos presenciam uma espécie de milagre que vai mudar o curso de suas vidas. Em seu novo romance O bom massacre (Telaranha, 280 pp, R$ 86), o autor Leonardo Marona conduz os leitores a mais um roteiro com elementos caros também à sua poesia – o abuso de substâncias químicas, a devassidão e as dinâmicas de poder para compor, enfim, a escrita sobre a escrita. Os leitores talvez possam encontrar um colo para se deitarem, entorpecidos pelo sexo e pela violência. Leonardo Marona é escritor, tradutor e jornalista. Por quase duas décadas, foi livreiro na Livraria da Travessa e organizou saraus e clubes de leitura de poesia.