Contos do cotidiano
PublishNews, Redação, 27/06/2025
Em 'A culpa deve ser do Sol', Gustavo Alkmim traz contos que mostram cenas e situações de um cotidiano em que o preconceito e a violência foram normatizados

Em seu segundo livro de contos, A culpa deve ser do Sol (7 Letras, 240 pp, R$ 69), Gustavo Alkmim começa pisando nos calos dos leitores ao mostrar cenas e situações de um cotidiano em que o preconceito e a violência foram normatizados. Mas se a pisada dói, ela é amenizada pela excelência ao narrar histórias mais que envolventes: ora com a voz sólida de um narrador onisciente, ora em primeira pessoa crível e fidedigna. Os contos são divididos em três grupos. O primeiro, intitulado O cálice amargo, mostra um casal interracial cujo relacionamento tropeça no racismo estrutural; um senhor aferrado aos bons costumes que presencia um furto na rua, entre outros textos. A segunda parte, intitulada O mistério, suaviza o toque e traz situações relativas ao amor. O terceiro e último conjunto, chamado A procissão, faz rir, ou pelo menos, sorrir (nunca o riso gratuito). A culpa deve ser do Sol começa duro e, aos poucos, afaga e acolhe. E se incomoda um pouco, também transforma ao despertar a empatia em cada um de seus personagens.

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[27/06/2025 07:00:00]