Paulo Henriques Britto é eleito para a Academia Brasileira de Letras
PublishNews, Redação, 23/05/2025
Escritor, professor e crítico literário já publicou mais de uma dúzia de livros, além de ser conhecido pela tradução de cerca de 120 obras de autores de língua inglesa

Paulo Henriques Britto, novo imortal da Academia Brasileira de Letras | © Chico Cerchiaro / Companhia das Letras
Paulo Henriques Britto, novo imortal da Academia Brasileira de Letras | © Chico Cerchiaro / Companhia das Letras
O escritor e professor Paulo Henriques Britto foi eleito nesta quinta-feira (22) para a Cadeira 30 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na sucessão da escritora Heloisa Teixeira, morta em março deste ano. Ele foi escolhido por 22 votos. Britto já publicou mais de uma dúzia de livros e também é conhecido pela tradução de cerca de 120 obras de autores de língua inglesa, como Jonathan Swift, Charles Dickens, Henry James, Virginia Woolf, V. S. Naipaul, Thomas Pynchon e James Baldwin.

Na poesia, traduziu Byron, Wallace Stevens, Elizabeth Bishop e Frank O’Hara, entre outros. Na PUC-Rio atua em duas linhas de pesquisa, tradução de poesia e poesia brasileira contemporânea. O presidente da ABL, Merval Pereira, disse que Paulo Henriques Britto vai permitir explorar mais profundamente a relação entre poesia, dramaturgia e cultura nacional. “Ele é o maior tradutor de língua inglesa que nós temos, crítico literário e poeta. Tem múltiplas funções e será muito útil para a Academia. Buscamos a representação da cultura em vários setores. Estes momentos são importantes porque são a renovação do inevitável. Por isso chamam de imortal. Quem foi da Academia é sempre lembrado”.

Para Lilia Schwarcz, Paulo Henriques Britto é excelente poeta de sensibilidade impar e grandissíssimo tradutor. "O trabalho dele como tradutor é muito memorável. Conhece as pessoas e vai colaborar muito. E os poetas são sempre bem-vindos". O acadêmico Antonio Torres também comemorou a eleição. “É um belo poeta, um grande tradutor. Tradutor com poucos no Brasil. E, além do mais, é uma pessoa de muito bom convívio. É um professor, um mestre das letras. Ou seja, ele vem para o lugar certo. Ele vem para a Academia Brasileira de Letras. É o lugar dele”.

Sobre Paulo Henriques Britto

Paulo Henriques Britto (Rio de Janeiro, 1951) é escritor, tradutor e professor de tradução, literatura e criação literária. Publicou quatorze livros: oito de poesia — Liturgia da matéria (Civilização Brasileira, 1982), Mínima lírica (Duas Cidades, 1989), Trovar claro (1997), Macau (2003), Tarde (2007), Formas do nada (2012), Nenhum mistério (2017) e Fim de verão (2022); e dois de contos — Paraísos artificiais (2004) e O castiçal florentino (2021) – todos esses pela Companhia das Letras.

Entre os livros de ensaios, estão Eu quero é botar meu bloco na rua, de Sérgio Sampaio (Língua Geral, 2009), Claudia Roquette-Pinto (Eduerj, 2010) e A tradução literária (Civilização Brasileira, 2012) — e um infantojuvenil, As incríveis aventuras do super-herói Cupcake Gigante e seu fiel escudeiro Jarbas (Editora 34, 2025). Antologias de poemas seus foram publicadas em inglês (2007) e em sueco (2014), e sua poesia reunida foi editada em Portugal (2021); seu ensaio A tradução literária foi publicado em espanhol no Chile (2023).

Na PUC-Rio, atua em duas linhas de pesquisa: tradução de poesia e poesia brasileira contemporânea. Alguns dos seus artigos e capítulos de coletâneas sobre os assuntos estão disponíveis neste link: https://www.letras.puc-rio.br/....

Além das traduções do inglês para o português, também verteu para o inglês dez livros de autores brasileiros, inclusive obras de Luiz Costa Lima, Flora Süssekind e Ferreira Gullar. Ganhou diversos prêmios literários, como o Portugal Telecom (atual Oceanos), o Prêmio Bravo! Bradesco Prime e o da Fundação Biblioteca Nacional, e o segundo ou terceiro lugar do Jabuti em três ocasiões.

[23/05/2025 09:55:29]