O cotidiano de forma estranhada
PublishNews, Redação, 22/05/2025
Contos de 'Playtime' usam referências à sétima arte e linguagem experimental para criar narrativas frenéticas

Playtime (7Letras, 124 pp, R$ 47) é o nome de um longa-metragem do cineasta francês Jacques Tati (1907-1982), considerado inovador, surrealista, crítico à conformidade social e incrivelmente divertido. Estes mesmos adjetivos se aplicam ao volume de contos com mesmo título, de Sebastião Albano – carioca radicado no Rio Grande do Norte, onde dá aulas na Faculdade de Comunicação Social da UFRN. Aficionado por cinema, usa referências à sétima arte e linguagem experimental para criar narrativas frenéticas, gozadas, por vezes chocantes, que convidam os leitores a uma experiência fora do seu lugar de conforto e, por isso mesmo, fascinante. Na prática, os contos de Playtime versam sobre situações do cotidiano, mas de uma forma “estranhada” (palavra do autor). O ogó e a cabaça traz um personagem que pode ser um traficante, um viciado ou uma pessoa com problemas psiquiátricos, que encontra um ex-colega de escola, travesti, e os dois se unem para usar drogas. CSS mostra uma mulher, a princípio inominada, que viaja a Nova York e conhece um professor de engenharia da informação com quem logo começa a se relacionar. Autópsia plus anatomia narra a história de dois amigos que roubam livros na adolescência e mantém um pacto entre si.

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[22/05/2025 07:00:00]