Uma existência voltada ao coletivo e ao bem comum
PublishNews, Redação, 14/05/2025
'Para viver o pão nosso' aproxima o leitor à origem espanhola do autor, revelando o caminho escolhido e a língua que o acolheu, e que foi acolhida por ele

Poeta e místico, Pedro Casaldáliga cria versos que abarcam o sentido de uma existência voltada ao coletivo e ao bem comum. Em seus poemas, surgem também o amor que ele nutria pelo rio Araguaia e os cenários da vida simples que levava e pregava, em estreita conexão com a terra e a natureza. É no “leve fluir do cotidiano”, como escreve Paulo Gabriel, prefaciador da obra, que se dá a “experiência do divino: a canoa que o vento leva, frágil como um beija-flor; o passarinho morto pela crueldade humana; noite de estrelas e mistério; uma rede para balançar o mundo no sertão vestido de buritis, na solidão da aurora; e o coração cheio de nomes!” A edição bilingue de Para viver o pão nosso (Peirópolis, 96 pp, R$ 59 – Trad.: Maria Mercedes Pérez Bertachini) aproxima o leitor à origem espanhola do autor, revelando o caminho escolhido e a língua que o acolheu, e que foi acolhida por ele. O autor Pedro Casaldáliga foi bispo emérito de São Félix do Araguaia. Espanhol nascido em Barcelona, realizou no Brasil boa parte do exercício de sua atividade missionária. Foi fundador de missão claretiana no norte do estado de Mato Grosso, uma das regiões mais isoladas do país, onde aportou em 1968 e fez sua vida, lutando pelos direitos humanos e contra a desigualdade, a concentração de renda e os latifúndios.

[14/05/2025 07:00:00]