Obras finalistas do 2º Women's Prize for Non Fiction abordam poder da esperança e necessidade de resistência
PublishNews, Talita Facchini, 26/03/2025
Segundo o júri, livros trazem 'histórias meticulosamente pesquisadas de mulheres desafiando o poder e que iluminam assuntos complexos com autoridade, nuance e originalidade'; vencedora será conhecida em 12 de junho

A lista de seis finalistas da segunda edição do Women’s Prize for Non Fiction foi divulgada e, segundo o júri, são obras que de alguma maneira “são unidas pelo poder da esperança e pela necessidade de resistência para iniciar a mudança”.

Celebrando as narrativas de não ficção escritas por mulheres, seguem na disputa:

  • A thousand threads, de Neneh Cherry
  • The story of a heart, de Rachel Clarke
  • Raising Hare, de Chloe Dalton
  • Agent Zo: The untold story of courageous WW2 resistance fighter Elżbieta Zawacka, de Clare Mulley
  • What the wild sea can be: The future of the world’s Ocean, de Helen Scales
  • Private revolutions: Coming of Age in a New China, de Yuan Yang

“Incluídos em nossa lista estão narrativas que honram o mundo natural e seu vínculo com a humanidade, histórias meticulosamente pesquisadas de mulheres desafiando o poder e livros que iluminam assuntos complexos com autoridade, nuance e originalidade”, disse Kavita Puri, presidente do júri.

Em A thousand threads, a cantora sueca Neneh Cherry conta sua história, relembrando os altos e baixos, as amizades e amores, e os vícios e traumas que a moldaram como mulher e artista. No centro disso está a família: as três gerações de artistas e músicos que são sua herança e seu legado. “Este é um livro sobre pertencimento, família, como encontramos nosso lugar na sociedade e, claro, música”, descreveu o júri.

Na obra The story of a heart, a Dra. Rachel Clarke conta a história de como a dor de uma família se transformou em um presente que salvou vidas. No livro, ela relata a jornada urgente de um transplante de coração de uma criança para outra e explora a história das notáveis inovações médicas que o tornaram possível. Rachel também é autora de A vida perto da morte, publicado por aqui pela Nacional.

Em Raising Hare, Chloe Dalton narra sua jornada durante a pandemia cuidando de um filhote de lebre. Na obra, o leitor testemunha um relacionamento entre humanos e animais, reacendendo seu senso de admiração pela natureza e pela vida selvagem. Esse improvável vínculo de confiança serve para lembrar que as experiências mais marcantes, que inspiram mais esperança, geralmente surgem quando menos esperamos.

Agent Zo é a história de Elzbieta Zawacka, a combatente da resistência da Segunda Guerra Mundial conhecida como "Zo". A única mulher a chegar a Londres vinda de Varsóvia durante a Segunda Guerra Mundial como emissária do comando do Exército Nacional Polonês, Zo realizou duas missões na capital antes do treinamento secreto da SOE no interior britânico. Como a única mulher membro das Forças Especiais de elite polonesas, Zo se tornou a única mulher a saltar de paraquedas da Grã-Bretanha para a Polônia ocupada pelos nazistas alemães.

Após a guerra, ela foi desmobilizada como uma das mulheres mais condecoradas da história polonesa. No entanto, o regime comunista do pós-guerra apoiado pelos soviéticos não apenas a aprisionou, mas também garantiu que sua história notável permanecesse escondida por mais de quarenta anos. Agora, por meio de novas pesquisas de arquivo e entrevistas exclusivas com pessoas que conheceram e lutaram ao lado de Zo, Clare Mulley traz essa heroína esquecida de volta à vida.

Já Helen Scales escreve sobre o furuto do oceano em What the wild sea can be. Começando com sua história profunda, Scales conecta o passado ao presente para mostrar como a ecologia oceânica pré-histórica contém lições para o oceano de hoje.

Por fim, Yuan Yang conta em Private revolutions, as histórias de quatro mulheres chinesas que lutam por um futuro melhor em uma sociedade desigual. De June, que sonha em ir para a universidade em vez de criar porcos, a Sam, forçada a se esconder enquanto seus colegas ativistas são tirados das ruas, este é um retrato singularmente envolvente de uma nação em rápida mudança – e da coragem daqueles pegos na onda.

A vencedora leva para casa o prêmio de £ 30 mil e será conhecida no dia 12 de junho, juntamente com a vencedora do Women’s Prize.

[26/03/2025 09:00:00]