Não é apenas um jogo
PublishNews, Redação, 21/02/2025
Em 'O peão', diante de um tabuleiro de xadrez, dois homens de mundos opostos se enfrentam

Estocolmo, inverno de 1962. Arturo Pomar, que um dia foi o menino prodígio espanhol, um peão nas mãos de Franco, encara Bobby Fischer, um jovem excêntrico e ambicioso, o peão estadunidense no xadrez político da Guerra Fria. Diante de um tabuleiro de xadrez, dois homens de mundos opostos se enfrentam. Mas nunca é apenas um jogo. Tendo o jogo entre Pomar e Fischer como fio condutor, O peão (Manjuba, 256 pp, R$ 78 – Trad.: Marina Waquil) traça a vida de numerosos peões dedicados a uma causa política na Espanha de Franco e nos Estados Unidos de Kennedy naquele turbulento 1962. Comunistas, trabalhadores, socialistas, membros da ETA, cristãos, republicanos, estudantes, falangistas, afro-americanos, pacifistas, indígenas, ativistas antinucleares, esquerdistas ou soldados cegamente obedientes. Pessoas que se sacrificaram diante de seus governos, pagando o preço da morte, da prisão, do exílio ou da solidão. Como uma colagem estruturada nos 77 lances do jogo Fischer-Pomar, Paco Cerdà tece uma história original sobre o comprometimento pessoal, o xadrez e o poder de refletir sobre duas questões: o lugar ocupado pelos pequenos na História em letras maiúsculas e o sacrifício individual nas lutas coletivas.

[21/02/2025 07:00:00]