Um romance megalítico
PublishNews, Redação, 16/12/2024
'Escalavra', novo romance de Marcelino Freire, conta a história de um pai e de um filho e do silêncio sepulcral entre eles

Escalavra (Amarcord, 152 pp, R$ 54,90), novo romance de Marcelino Freire, reencena a mágica prosa ao contar a história de um pai e de um filho em cenário e solo bem brasileiros. Cada página é um “tijolo”, uma parte da construção nessa narrativa sobre o silêncio entre eles. Tudo contado (ou cantado) a partir de uma oralidade antiga, um vento sonoro, nada eólico, em que uma palavra vai “escalavrando”, ralando, friccionando, enganchando uma frase na outra, numa espécie de estrutura megalítica como a daqueles monumentos pré-históricos erguidos, pedra sobre pedra, para o descanso dos mortos. Livro que, enfileirado ao lado de outros livros em sua estante (ou uns por cima e outros por baixo), comporá o que de mais original há no cenário da nossa literatura latino-americana, de raiz sertaneja-brasileira. Articulador cultural de destaque na cena da literatura, Marcelino Freire é criador da Balada Literária, encontro de escritores que é destaque na agenda cultural de São Paulo desde 2006 e que acontece também em Salvador, Teresina e Recife. Sua oficina de escrita criativa é uma das mais concorridas do Brasil, tendo revelado talentos como Aline Bei, Mariana Salomão Carrara e Bethânia Pires Amaro.

[16/12/2024 07:00:00]