Durante a premiação, foi conhecida a classificação nas nove categorias: Ciências Humanas; Ciências Naturais e Matemáticas; Ciências Sociais; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências da Vida; Linguística, Letras e Artes; Projeto Gráfico; Tradução; e Literatura Infantojuvenil. Mas a cerimônia contou com muito mais. Ela se iniciou com um vídeo de abertura comemorativo aos 10 anos da premiação, trazendo depoimentos de jurados, autores premiados em outros anos, editores e representantes da ABEU.
Em sua fala de abertura da cerimônia, a vice-presidente da ABEU, Rita Virginia Argollo, pontuou o constante desafio e resistência das editoras universitárias e de quem faz livro no Brasil, referenciando inclusive os recentes resultados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. “O livro nos livra do embotamento, da cegueira social, da mesmice, do tédio. Se é o livro que nos favorece viagens e fantasias, fundamentais para a sobrevivência da espécie, é ele também que nos liberta. Neste sentido, não poderia deixar de citar a recém-lançada pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, uma grande referência para todos nós. Ela só comprova aquilo que a gente já sabia. Perdemos cerca de sete milhões de leitores. Mas será que um dia os tivemos? Deixo o convite para que possamos refletir sobre o que nos levou a este resultado. Isso fala sobre letramento, sobre acesso a bibliotecas e mediadores de leituras. Sobre investimento em educação e políticas públicas voltadas à leitura”, reforçou Rita Argollo.
Além de levantar as questões e inquietações que ocupam qualquer profissional que atua no setor, a vice-presidente da ABEU reforçou a vitória do Prêmio da Associação chegar aos seus 10 anos. A iniciativa surgiu da mente do antigo editor da Editora Unisinos, Carlos Alberto Gianotti, tendo sindo implantado durante a gestão de João Carlos Canossa, atual Diretor de Comunicação da ABEU e Editor da Editora Fiocruz. A emoção dominou também os discursos daqueles agraciados com o 1º lugar em cada categoria. Ao agradecerem o reconhecimento, autores e pesquisadores aproveitaram para celebrar o papel da ABEU em dar destaque às publicações que trazem pesquisas e estudos realizados no país.
A Associação Brasileira das Editoras Universitárias continua em sua missão de valorizar o livro acadêmico e científico, ansiando para que mais outros 10 anos venham pela frente. Os obstáculos vão sempre existir, mas o esforço coletivo da ABEU sempre provou que é possível manter viva a valorização do livro acadêmico e da pesquisa científica no Brasil.
Confira a classificação final das categorias do 10º Prêmio ABEU:
CIÊNCIAS HUMANAS
- 1º lugar: História dos saberes psicológicos na cultura brasileira (Editora da Universidade de São Paulo), de Marina Massimi.
- 2º lugar: A educação entre a ética e a estética: os álbuns ilustrados paulistas (1915-1929) (EDUFU), de Raquel Discini de Campos.
- 3º lugar: Etnografia para educadores (Editora Unesp), de Amurabi Oliveira.
CIÊNCIAS NATURAIS E MATEMÁTICAS
- 1º lugar: Brasil em 50 alimentos (Embrapa), organizado por Jorge Duarte.
- 2º lugar: Abordagens Científicas no Seridó Geoparque Mundial da Unesco: contribuições do comitê científico (Edições UERN), organizado por Matheus Lisboa Nobre da Silva e Marcos Antonio Leite do Nascimento.
- 3º lugar: Exposições em Botânica: os segredos das plantas (Museu Paraense Emílio Goeldi), de Monyck Jeane dos Santos Lopes.
- Menção Honrosa: Tópicos em otimização inteira (Editora UFRJ), de Ana Flávia Uzeda Macambira, Luidi Simonetti, Rosiane de Freitas Rodrigues e Nelson Maculan.
CIÊNCIAS SOCIAIS
- 1º lugar: Entre o “fogo cruzado” e o “campo minado”: a “pacificação” das favelas cariocas (Editora UFRJ), de Palloma Menezes.
- 2º lugar: As comissões da verdade e os arquivos da ditadura militar brasileira (Editora Universidade de Brasília), de Mônica Tenaglia.
- 3º lugar: Ardis da arte: Imagem, agência e ritual na Amazônia (Editora da Universidade de São Paulo), de Carlos Fausto.
- Menção Honrosa: Experiências transmasculinas: o limiar entre corpo, gênero e desejo na constituição de um sentido de si (EDUFBA), de Andressa de Freitas Ribeiro.
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
- 1º lugar: Estado de direito e populismo autoritário: erosão e resistência institucional no Brasil (2018-22) (Editora FGV), organizado por Oscar Vilhena Vieira, Raquel de Mattos Pimenta, Fabio de Sa e Silva e Marta Rodriguez de Assis Machado.
- 2º lugar: Genealogia da cidade (Editora UFMG), de Carlos Antônio Leite Brandão.
- 3º lugar: O Brasil no capitalismo do século XXI: desmodernização e desencadeamento intersetorial (Editora da Unicamp), de Marcio Pochmann e Luciana Caetano da Silva.
CIÊNCIAS DA VIDA
- 1º lugar: Um naturalista no Antropoceno: um biólogo em busca do selvagem (Editora Unesp Digital), de Mauro Galetti.
- 2º lugar: Geografia da fome – 75 anos depois: novos e velhos dilemas (Faculdade de Saúde Pública da USP), organizado por Tereza Campello, Patricia Jaime, Ana Paula Bortoletto e Marina Yamaoka.
- 3º lugar: Nascimento prematuro: repercussões no desenvolvimento integral (Editora Fiocruz), organizado por Maria Dalva Barbosa Baker Méio e Denise Streit Morsch.
LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES
- 1º lugar: Texto e imagem: A ilustração literária de Poty Lazzarotto (Editora da Universidade de São Paulo), de Fabrício Vaz Nunes.
- 2º lugar: De Gregório a Raul: literatura baiana em curso, vol. 1 (Editus e UEFS Editora), de Jorge de Souza Araujo.
- 3º lugar: O vírus bandido: linguagem e política na pandemia (Editora da Unicamp), de Heronides Moura.
- Menção Honrosa: João Cabral de Melo Neto em vinte quadros (Editora da Unicamp), de Éverton Barbosa Correia.
LITERATURA INFANTOJUVENIL
- 1º lugar: Coleção 'Entre Rios' de Educação Ambiental (EDUFU), de Marcelo Lapuente Mahl.
- 2º lugar: Avilendas (Editora UFMG), de José Carlos Aragão.
- 3º lugar: Maiara e o castelo das descobertas (Editora UFMG), de Virgínia Schall, Carla Gruzman, Simone Kropf e Thelma Lopes.
PROJETO GRÁFICO
- 1º lugar: Coleção Prismas (Editora da Universidade de São Paulo), projeto da Casa Rex.
- 2º lugar: Aves do Parque Nacional da Furna Feia (EDUFERSA e Editora IABS), projeto de José Arimatéia da Silva.
- 3º lugar: Texto e imagem: A ilustração literária de Poty Lazzarotto (Editora da Universidade de São Paulo), projeto da Casa Rex.
TRADUÇÃO
- 1º lugar: Manet: Uma revolução simbólica (Editora da Universidade de São Paulo), tradução de Rosa Freire d’Aguiar.
- 2º lugar: Primeiros tempos: A visão histórica de um povo afro-americano (Editora da Universidade de São Paulo), tradução de Julia Ruiz Di Giovanni.
- 3º lugar: Carta sobre os cegos e Carta sobre os surdos-mudos (Editora Unesp), tradução de Franklin de Mattos, Maria das Graças de Souza e Fábio Stieltjes Yasoshima.
- Menção Honrosa: Ensinando tradução: programas, disciplinas e abordagens pedagógicas (EDUFU e Editora UFMG), tradução de Marileide Dias Esqueda e Igor A. Lourenço da Silva.