
É quase como uma lenda que todos conhecem e que é difícil dimensionar até chegar até aqui.
Já havia participado de feiras em outros países, mas nenhum lugar que você visite te prepara para o que vemos nos pavilhões da Messe Frankfurt.
Participar da Feira de Frankfurt além da realização de um sonho é um desafio. O trabalho começa meses antes com a organização das agendas e a leitura dos manuscritos. Esse ano, especialmente, o ritmo das disputas estava mais acirrado do que o normal. E quem fala isso não sou eu. É o nosso diretor editorial que participa dessa feira há mais de 20 anos, Pedro Almeida.
Dias antes de pisarmos na Alemanha já estávamos fazendo diversas ofertas e, segundo ele, fazia tempo que o mercado não estava tão aquecido.
Como essa é a minha primeira vez, é a imagem que ficará de Frankfurt. De um mercado acelerado e extremamente disputado.
Com a agenda lotada, a feira para mim começou antes do início oficial. Na terça-feira, dia que o evento abre apenas para agentes e seus convidados, nosso dia já estava preenchido. Desde a manhã começamos a percorrer os corredores do Agents Centre buscando nossos agentes para tentar descobrir as novidades. Um dos primeiros aprendizados é aprender a se localizar nos corredores. A reunião é no 43D, a próxima no 16C. Onde é a próxima? 02B. Corre pra lá!
O ritmo é corrido. Com reuniões a cada meia hora você mal tem tempo para beber água ou dar uma passadinha no banheiro.
Quando uma reunião acaba uns minutinhos antes é a chance que temos de nos permitir um luxo: tomar um café.
Entre a bateria de reuniões, o legal de participar desse dia pré-feira é poder acompanhar a montagem dos estandes.
E lá estávamos nós vendo o estande do Brasil tomar forma. A oportunidade de ver esses bastidores deixa a feira com um gostinho mais especial.
Depois de um dia exclusivamente na área dos agentes (que inclusive precisa de um passe especial para transitar) a feira de fato começou.
Se o dia anterior foi acelerado, com a abertura oficial do evento as coisas ficam ainda mais caóticas. As reuniões que antes eram apenas no Agents Centre se estendem para outros pavilhões. Agora a correria não é só entre corredores. É também entre escadas e andares. Fazer tudo em 30 minutos parece cena de Missão Impossível. Tom Cruise pode até escalar o Burj Khalifa, mas duvido que ele consiga fazer tantas reuniões igual a nós: editores, agentes e livreiros.
Um outro fator muito característico da feira é o barulho. É uma torre de Babel da vida real. São muitos idiomas e todos falados de maneira enérgica. Entender o que a pessoa ao seu lado está falando pode ser um desafio.
Ao fim das reuniões além do cansaço fica a expectativa para o próximo dia. E também o sentimento dúbio de tristeza por estar chegando ao fim algo que foi tão esperado, mas de realização por tudo ter dado tão certo!








