Andreas Kim Seonggon é um completo fracasso. Na vida profissional, familiar e financeira. Não importa o quanto se esforce, quantos planos mirabolantes invente, tudo sempre parece levá-lo ao mesmo buraco. Até quando toma a decisão de desistir de viver, é incapaz de se jogar nas águas daquele rio escuro pelo mais irrisório dos motivos: o mergulho parece tão pouco convidativo… Mas, de repente, das profundezas do abismo, Seonggon se torna obcecado por algo aparentemente irrelevante: corrigir sua postura corporal. O que começa com fotografias presas ao espelho de uma quitinete claustrofóbica ― árduos lembretes diários de uma vida negligenciada ― logo se torna uma série de pequenos gestos que desencadeiam mudanças transformadoras. Em meio a altos e baixos, ele vai aprender que o importante é nunca parar de tentar. O novo romance de Won-pyung Sohn é, em muitos aspectos, um espelho e uma extensão de seu primeiro livro, Amêndoas. Se esse era a história de um menino que se sentia perdido no mundo e incapaz de estabelecer qualquer conexão com os outros, O impulso (Rocco, 272 pp, R$ 59,90 – Trad.: Núbia Tropéia) narra o delicado processo de transformação de um homem que, assolado pelas intempéries da vida, é capaz de recuperar a esperança com a ajuda, muitas vezes aparentemente diminuta, daqueles que o cercam. Afinal, chegar ao fundo do poço é apenas o primeiro passo para sair dele.