Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo terá Carla Madeira, Ilko Minev, Ariana Harwicz e outros nomes
PublishNews, Redação, 02/09/2024
Veja a programação completa do evento que chega à sua terceira edição

Museu Judaico de São Paulo realiza terceira edição do seu festival literário | © Fernando Siqueira
Museu Judaico de São Paulo realiza terceira edição do seu festival literário | © Fernando Siqueira
O Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo (FLIMUJ) chega à sua terceira edição entre os dias 18 e 21 de setembro, sob a curadoria de Daniel Douek. "Como reparar o mundo?" é o tema que norteia o festival que recebe convidados brasileiros e internacionais, entre eles, o escritor búlgaro Ilko Minev, radicado em Manaus (AM), conhecido por romances ambientados na Amazônia, e a escritora belo-horizontina Carla Madeira, autora do best-seller Tudo é rio (Record), entre outros. Ambos participam da mesa "Que Brasil é Esse?", no dia 19 de setembro, e conversam sobre como percepções sobre o Brasil inspiram o seu trabalho e as estratégias de escrita para alcançar tantos leitores.

Entre outros nomes confirmados agora pelo Museu, estão a escritora argentina Ariana Harwicz, o ativista norte-americano Gershon Baskin, a autora nascida no Azerbaijão Olga Grjasnowa, o historiador radicado em Israel Avraham Milgram e o escritor cubano Leonardo Padura.

Confira a programação completa abaixo:

FliMUJ – Festival Literário do Museu Judaico 2024

  • QUARTA-FEIRA, 18 DE SETEMBRO

19h – ABERTURA

Felipe Arruda

MESA 1 | Como terminar uma guerra?

Gershon Baskin

Mediação: Thais Bilenky

Após várias décadas de conflito entre israelenses e palestinos, foram erguidos mais do que cercas, muros e postos de controle: existem barreiras psicológicas que impedem a convivência entre os povos. O que fazer, então, para estancar o ciclo de violência? O ativista Gershon Baskin, internacionalmente conhecido por mediar a negociação entre o governo de Israel e o Hamas na troca do soldado israelense Gilad Shalit por 1.027 prisioneiros palestinos, em 2011, argumenta que não resta alternativa senão mudar o paradigma daquilo que entendemos por paz. Na mesa de abertura do Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo, ele conta sobre sua experiência como mediador e apresenta ideias para que se alcance uma solução.

Esta mesa tem o apoio do Instituto Brasil-Israel.

  • QUINTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO

17h – MESA 2 | Que Brasil é esse?

Carla Madeira e Ilko Minev

Mediação: Adriana Ferreira Silva

Muitos são os jeitos de escrever no Brasil. Autores são capazes de nos levar a lugares distantes, onde encontros inesperados acontecem, ou proporcionar um mergulho profundo, dentro de nós mesmos. Podem denunciar processos violentos, oriundos de desigualdades históricas, ou celebrar certa convivência entre grupos tão diversos quanto indígenas e imigrantes – europeus, árabes, judeus –, que formam alianças inusitadas diante de desafios comuns. E a depender da história que se deseja contar, podem dar visibilidade a mazelas sociais, determinantes na vida das personagens, ou a personagens que tornam-se sujeitos de suas próprias vidas e se insurgem contra o olhar indulgente que lhes é dirigido. Nesta mesa, a autora mineira Carla Madeira e o autor amazonense Ilko Minev, ambos acostumados a frequentar listas de livros mais vendidos do país, dialogam sobre como percepções sobre o Brasil inspiram o seu trabalho e as estratégias de escrita para alcançar tantos leitores.

19h – MESA 3 | Você quer que eu te conforte ou que eu te confronte?

Antonio Prata e Ariana Harwicz

Mediação: Rita Palmeira

Livros podem ser reconfortantes, como um abraço, ou desconfortáveis, como um soco no estômago. Mas a que se presta a literatura e qual o papel fundamental de um autor? Produzir acordos ou estimular controvérsias? Atenuar dissensos ou implodir consensos? Nesta mesa, o brasileiro Antonio Prata e a argentina radicada na França Ariana Harwicz, dialogam sobre o sentido de seu trabalho em tempos de polarização ideológica, crise de imaginação, profusão de clichês e cancelamentos.

Esta mesa tem o apoio da Embaixada da França no Brasil.

  • SEXTA-FEIRA, 20 DE SETEMBRO

11h – MESA 4 | O que fazer quando tudo está em crise?

Ligia Gonçalves Diniz e Vladimir Safatle

Mediação: Daniel Douek

A confluência de crises – afetivas, ambientais, econômicas, políticas, psíquicas, sociais – e as tragédias que se anunciam demandam um esforço coletivo para a reinvenção das formas de existir individual e socialmente. Dialogando sobre temas como amor, desejo, ética, feminilidade, masculinidade, política e sexo, a professora de literatura comparada e teoria literária Ligia Gonçalves Diniz e o filósofo Vladimir Safatle refletem sobre como gerar sujeitos capazes de estabelecer relações mais igualitárias entre si e com o mundo.

15h – MESA 5 | Qual é a cor do seu inconsciente?

Isildinha Baptista Nogueira e Lia Vainer Schucman

Mediação: Ilana Katz

Um dos aspectos mais perversos do racismo e do antissemitismo é sua capacidade de penetrar no que as pessoas têm de mais íntimo: a subjetividade. Presentes na cultura, nos processos educacionais e nos meios de socialização, essas formas de discriminação agem sobre a mente das vítimas, aprofundando o sentimento de inadequação. Assim, auto-ódio, introjeção e rejeição são sintomas frequentes entre aqueles que têm a sua humanidade negada. Nesta mesa, a psicanalista negra Isildinha Baptista Nogueira e a psicóloga judia Lia Vainer Schucman debatem sobre como resistir à tentação de incorporar as projeções preconceituosas do outro sobre si.

17h – MESA 6 | Você também se tornou um herege?

Avraham Milgram e Leonardo Padura

Mediação: Micheline Alves

Cuba e Israel são dois países que, de maneira muito distinta, povoam o imaginário das pessoas. No entanto, para quem está longe, é difícil notar as nuances de realidades sempre mais complexas. Melhor para a literatura, que pode desafiar estereótipos e levar o leitor por caminhos surpreendentes. Compartilhando a experiência de viver em sociedades nascidas do sonho socialista, o historiador radicado em Israel Avraham Milgram e o escritor cubano Leonardo Padura conversam sobre a luta pela igualdade e a busca pela liberdade em meio às ortodoxias que nos rodeiam.

  • SÁBADO, 21 DE SETEMBRO

11h – MESA 7 | Ser ou não ser judeu?

Daniel Galera e Olga Grjasnowa

Mediação: Antônio Xerxenesky

Quem sou eu? A que povo pertenço? De quem me diferencio? E por quê? Ele, um escritor brasileiro, filho de mãe judia, frequentou colégio judaico, teve aula de hebraico, celebrou festividades do calendário religioso, mas nunca se identificou como judeu. Até que, com os ataques de 7 de outubro e a guerra em Gaza, se viu novamente refletindo sobre sua relação com o judaísmo. Ela, uma escritora judia, nascida num país socialista de maioria muçulmana – o Azerbaijão –, radicada na Alemanha e autora de um best-seller que se passa na Síria, em meio à Primavera Árabe. Experimentando trânsitos étnicos, nacionais e religiosos, Daniel Galera e Olga Grjasnowa dialogam sobre as potencialidades da ficção para entender a si mesmo e nos fazer imaginar o lugar do outro.

15h – MESA 8 | Quem se importa com os fatos quando estamos em guerra?

Fernanda Mena e João Paulo Charleaux

Mediação: Anita Efraim

O que pode ser mais importante do que a própria sobrevivência? E se é pela sobrevivência que se imagina estar lutando, até que ponto as regras da guerra – ou do jornalismo – precisam ser respeitadas? No campo de batalha, informação é uma arma. Assim, talvez seja inevitável que repórteres se comportem como soldados – ou ao menos que sejam percebidos como tal. De todo modo, fica a dúvida: é papel do jornalista tomar parte num dos lados da disputa – o lado mais fraco, o lado mais certo? Ou é à verdade dos fatos que o jornalista deve prestar a sua continência? Nesta mesa, Fernanda Mena e João Paulo Charleaux, dialogam sobre a cobertura da guerra e dos direitos humanos e seu impacto na opinião pública.

17h – MESA 9 | Rir agora é de bom tom?

Ilana Kaplan e Marcelo Laham

Mediação: Rosana Hermann

Cabe fazer humor em tempos tão sombrios ou seria mais apropriado esperar as coisas melhorarem? Ora, talvez seja justamente nos momentos adversos que o humor se torna ainda mais necessário – não como meio de fugir da realidade, mas principalmente como estratégia para desafiá-la. Afinal, o humor também cumpre um papel de transformação social. Nesta mesa, os atores Ilana Kaplan e Marcelo Laham, que viralizaram fazendo esquetes hilárias dentro de casa durante o período da pandemia, mostram que o humor, mais do que fazer rir, serve para fazer pensar.

19h – MESA 10 | Por que não me avisaram que esse é o melhor livro já escrito?

Courtney Novak e Pedro Pacífico

Mediação: Marília Neustein

Quantos livros se pode ler no tempo de uma vida? E como selecionar aqueles que realmente valem a pena? Sabendo que às vezes é preciso desconfiar das escolhas mais óbvias, a autora e influenciadora norte-americana Courtney Nenning Novak decidiu ler livros de pelo menos um autor de cada país do mundo. Foi assim que descobriu Machado de Assis. Sua resenha no Tik Tok sobre o livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” viralizou e o escritor brasileiro se tornou um fenômeno de vendas nos EUA – e também no Brasil. Nesta mesa, ela conversa com Pedro Pacífico, o Bookster, sobre como despertar o interesse das pessoas pela leitura. Os dois também revelam o segredo para conseguir ler tanto.

[02/09/2024 11:20:00]