Escritor Márcio Souza morre em Manaus aos 78 anos
PublishNews, Redação, 12/08/2024
Recentemente, parte da sua obra foi reeditada pelo Grupo Editorial Record​; Editora Valer também publicou diversos de seus trabalhos

Márcio Souza (1946-2024) | © Editora Valer
Márcio Souza (1946-2024) | © Editora Valer
Morreu na madrugada desta segunda-feira (12) o escritor e dramaturgo Márcio Souza, autor de Mad Maria, Galvez, o imperador do Acre e diversas outras obras. De acordo com um comunicado da família e produção do autor, Márcio passou mal na noite de domingo e foi para um spa na capital amazonense. Teve crise de diabetes e, antes de partir, teve uma parada respiratória. Informações sobre velório e enterro ainda serão divulgadas.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, decretou luto oficial de três dias. "Lamento profundamente a morte do escritor amazonense Márcio Souza, um dos grandes nomes da cultura do nosso estado. Márcio deixa um rico legado para a literatura brasileira", escreveu o governador.

Márcio Souza foi romancista, dramaturgo, ensaísta, contista e diretor de cinema. Sua obra é permeada pela busca constante em desvendar a Amazônia e sua riqueza cultural e histórica.

Recentemente, parte da sua obra foi reeditada pelo Grupo Editorial Record. A Editora Valer, que também publicou diversos de seus trabalhos, lamentou a morte do escritor, "que foi acima de tudo um dos grandes intelectuais da nossa Amazônia".

"Para nós, da editora Valer, essa é uma notícia que nos pegou desprevenidos, porque sempre esperávamos mais obras de Márcio e, também, de desfrutar da sua companhia, dado que ele era um dos maiores conhecedores das Amazônias e um dos nossos maiores intelectuais, um grande conhecedor da literatura, do teatro e do cinema. Nós lamentamos profundamente a morte de Márcio Souza”, disse Neiza Teixeira, coordenadora editorial da Valer.

O processo de colonização do Norte do país, a exploração do látex na passagem do século XIX para o XX, durante o chamado ciclo da borracha, a questão indígena e os abismos sociais nascidos do embate entre modernidade e arcaísmo na região estão entre as matérias-primas de suas narrativas.

“Nos grandes embates sobre a defesa das Amazônias, da sua literatura, dos seus autores, dos povos originários e das minorias, Márcio sempre emprestou a sua voz. No período da ditadura militar, ele não se calou, defendeu a liberdade e a vida de todos os brasileiros”, disse Neiza.

A partir da perspectiva de Márcio, o Brasil e o mundo puderam conhecer melhor o que se passava na Amazônia e descobriram a riqueza de sua história e de seu povo.

Pela Valer, ele publicou livros como A caligrafia de Deus, Ajuricava – O caudilho das selvas e A substância das sombras.

Sobre Márcio Souza

Márcio Souza nasceu em Manaus (AM), em 1946. Foi romancista, diretor de teatro e ópera. Estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo e escreveu críticas de cinema e artigos em diversos jornais e revistas brasileiras, como Senhor, Status, Folha de S. Paulo e A Crítica.

Em 1976, lançou seu primeiro romance, Galvez: imperador do Acre, sucesso de crítica e de vendas.

Como administrador, foi diretor de planejamento da Fundação Cultural do Amazonas, diretor da Biblioteca Nacional e presidente da Funarte.

Foi professor assistente na Universidade de Berkeley e escritor residente nas universidades de Stanford, Austin e Dartmouth. Como palestrante, foi convidado pela Universidad de San Marcos, Sorbonne, Toulouse, Aix-en-Provence, Heidelberg, Coimbra, Universidade Livre de Berlim, Harvard e Santiago de Compostela.

Dirigiu o Teatro Experimental do Sesc (Tesc) do Amazonas, hoje extinto. Foi presidente do Conselho Municipal de Política Cultural e membro da Academia Amazonense de Letras.

Repercussão

Colegas, amigos e admiradores do escritor usaram as redes sociais para lamentar o ocorrido. Veja abaixo a repercussão:

[12/08/2024 10:40:00]