Autora recifense Manoella Valadares lança livro de estreia na sua cidade natal
PublishNews, Redação, 08/08/2024
Poemas publicados pela Telaranha relacionados ao mar dialogam com raízes de escritora nascida no Recife

Escritora e poeta Manoella Valadares | © Edson Rosas
Escritora e poeta Manoella Valadares | © Edson Rosas
Nesta quinta-feira (8), a escritora Manoella Valadares lança seu primeiro livro, Ninguém morreu naquele outono (Telaranha), na Livraria da Praça (Praça de Casa Forte, 454, Casa Forte – Recife / PE). O evento será às 18h e conta com a participação da autora recifense e dos convidados Bernardo Bryner e Renata Pimentel.

A obra traz poemas de caráter irresoluto. Marli, Alba e Gilda são personagens que aparecem e desaparecem, por vezes conversando entre si ou com um desconhecido. Uma das características essenciais do livro é justamente a incompletude.

“O livro é um quebra-cabeça com peças perdidas. E se há uma peça que caberia naquele espaço, ela nunca vai se encaixar, porque está carcomida, pendente, fragmentada”, diz Valadares.

O escritor e professor Rafael Zacca, que assina o prefácio do livro, também comenta sobre esta característica da obra. “Como se não pertencessem a uma vida nem a outra, esses poemas se situam na passagem ela mesma”.

Ao mesmo tempo, os poemas inconclusos conversam com temáticas como pertencimento, processos imigratórios, feminismo e questões de gênero, sendo a obra completa, inclusive, considerada pela autora como um livro queer.

Sobre as personagens que aparecem no livro, a escritora Marcella Faria escreve no posfácio: “São bruxas íntimas, amigas e amantes; são mulheres, traços da voz no papel”.

Outro aspecto marcante em Ninguém morreu naquele outono é o diálogo quase constante com temas “marítimos”. Vivendo há quase dez anos em Londres, uma capital sem mar, Valadares traz o oceano em seus poemas reforçando a conexão com o Recife, onde o mar é muito significativo.

A autora afirma ainda que a ideia do tempo é outra característica central de sua escrita. “Eu invento memórias. O tempo é um objeto que muito me interessa. Mas não numa linha reta, gosto dos desvios, dos círculos, de como a gente brinca de inventá-lo”, explica.

Por fim, Ninguém morreu naquele outono também começou a nascer em um momento em que a escritora pensava constantemente sobre a morte — individual e coletiva. O mecanismo que Valadares utilizou para conviver com este medo foi a observação daquilo que via e não via: “todas coisas vivas, mas na iminência do desaparecimento”.

Lançamento de Ninguém morreu naquele outono com participação de Manoella Valadares + Bernardo Bryner e Renata Pimentel

Quando: quinta-feira, 08 de agosto

Horário: 18h

Onde: Livraria da Praça (Praça de Casa Forte, 454 — Casa Forte, Recife | PE, 52061-420)

[08/08/2024 11:10:00]