
Um menino apaixonado por rádio se tornou um dos maiores nomes da TV brasileira. O lado B de Boni (BestSeller) conta episódios inspiradores que fizeram parte da longa trajetória de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho. O treinamento silencioso de Dias Gomes no rádio, a relação da ditadura militar com a Globo, a amizade profunda com Dercy Gonçalves e as inúmeras criações com estrelas da grandeza de Chacrinha, Fausto Silva, Galvão Bueno, Glória Maria, Jô Soares, Marília Gabriela e Renato Aragão. Um dos maiores nomes da televisão brasileira receberá os leitores na Livraria da Travessa do Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - Loja 205 A, Leblon – Rio de Janeiro / RJ) no dia 06 de agosto e na Livraria da Travessa Iguatemi (Av. Brig. Faria Lima, 2232, Piso Superior, Jardim Paulistano – São Paulo / SP) no dia 20 de agosto, às 19h.
“Me siga apenas, sempre em silêncio”. A frase que marcou o treinamento de um jovem amante de rádio de 14 anos conta o começo inusitado de Boni no rádio. Ao finalmente encontrar Dias Gomes e expressar seu desejo de dirigir uma emissora, Boni recebeu a resposta improvável que seria o primeiro passo para sua carreira. A estranheza inicial não o impediu de continuar. O novato seguia o renomado autor por todos os cantos em absoluta mudez, prestando atenção em cada movimento. Dos bastidores da Rádio Clube do Brasil, da qual Dias Gomes era diretor artístico, sairia o talento que percorreu as rádios e TVs mais populares do país.
Depois de alguns anos de profissão e de passagens pelos maiores grupos de comunicação do país, Boni se encontrou com a empresa que seria marcante para o seu legado: a TV Globo. Abraçou a missão de transformar a emissora iniciante em uma influenciadora de peso. Lá, ele impulsionou a criação os programas que se tornariam parte da rotina dos brasileiros, como o Jornal Nacional, o Fantástico e novelas sucesso de audiência.

O lado B de Boni também relata as histórias improváveis das estrelas, como a vez que presenteou a amiga Dercy Gonçalves com um carro. O uso do automóvel foi diferente do imaginado: a estrela o vendeu e jogou o valor arrecadado no bingo. Outro episódio tragicômico é a perseguição de Daniel Filho por sua então esposa Dorinha Duval. Ela descobriu um caso do marido e entrou na sala de Boni a procura de Daniel enquanto empunhava uma faca e jurava o esposo de morte. Felizmente, o famoso diretor da Globo escapou da fúria de Dorinha. O relacionamento terminou por outros motivos e ambos casaram com outras pessoas. Tempos depois, o Brasil recebeu a notícia de que a atriz assassinara a tiros seu marido Paulo Sérgio Garcia de Alcântara.
De curiosidades aos acontecimentos mais relevantes da TV brasileira, a biografia fala sobre as primeiras transmissões ao vivo de eventos esportivos na copa de 1970 e também na Fórmula 1 em 1972. Boni conta detalhes do nascimento de produtos estabelecidos do jornalismo como o Fantástico e Jornal Nacional, bem como o processo criativo por trás da programação de carnaval da Globo. O lado B de Boni chega às livrarias no início de agosto revelando a história do homem que tornou a televisão o que ela é hoje.
Boni nasceu em Osasco em 1935. Aos 5 anos, passou a acompanhar o pai até a Rádio Cultura de São Paulo, onde ele trabalhava como músico. Começou a carreira em 1949, na carioca Rádio Clube do Brasil, como estagiário de Dias Gomes. Em 1950, trabalhou com Manoel de Nóbrega. Em 1952, ingressou na Rádio e TV Tupi de São Paulo. Nos anos seguintes, ocupou cargos em outras emissoras de rádio e TV, agências de publicidade e produtoras. Em 1963, transferiu-se definitivamente para a TV, ingressando em 1967 na Globo, na qual atuou por mais de trinta anos. Foi diretor-geral de programação e de produção e, em seguida, chefiou o Jornalismo, a Engenharia e a Comunicação, tornando-se vice-presidente. Em 2003, abriu a própria empresa, a Rede Vanguarda, no interior do estado de São Paulo. Foi presidente do conselho gestor da TV Cultura. É membro titular da Academia Brasileira de Marketing e conselheiro da Escola Superior de Propaganda e Marketing. Em 2017, recebeu do Ministério da Cultura a Ordem do Mérito Cultural.