Édouard Louis e Juan Cárdenas são confirmados na 22ª edição da Flip
PublishNews, Redação, 15/07/2024
Dois novos nomes foram confirmados na programação principal Festa Literária Internacional de Paraty, que será realizada de 09 a 13 de outubro de 2024

Édouard Louis é um dos autores confirmados na Flip 2024 | © Arnaud Delrue
Édouard Louis é um dos autores confirmados na Flip 2024 | © Arnaud Delrue
Dois novos nomes foram confirmados na programação principal da 22ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que será realizada de 09 a 13 de outubro de 2024: Édouard Louis e Juan Cárdenas.

Aos 31 anos, com seis romances publicados e celebrado como uma importante voz da literatura contemporânea francesa, Édouard Louis aborda questões imprescindíveis da atualidade, como masculinidade, homofobia, lutas de classe, anti-intelectualismo e a posição da mulher na sociedade patriarcal. “Édouard Louis é um dos intelectuais mais fundamentais do mundo, ao personificar na sua belíssima mistura de ensaio e memória, uma série de questões incontornáveis para entender o mundo hoje”, explica a curadora Ana Lima Cecilio.

Escritor colombiano, Juan Cárdenas é tradutor de Machado de Assis e Guimarães Rosa para o espanhol. Em O diabo das províncias, a ser lançado em breve por aqui pela DBA, combina o horror e a beleza das cidades pequenas da América do Sul. Além de escritor e tradutor, atua como curador e crítico de arte. "Com um pé no suspense e outro no erudito, Cárdenas criou uma narrativa difícil de definir. É elegante e visceral. Sua escrita e suas reflexões prometem refrescar a discussão literária no Brasil", diz o texto de divulgação da Flip.

Louis

Édouard Louis estreou em 2014 com o sucesso O fim de Eddy (Tusquets, 2018), sobre um jovem gay que sofre grande pressão social. Em 2016, publicou História da violência (Tusquets, 2020), que narra um estupro que sofreu. Assim que foram lançados, os livros causaram grande impacto no meio literário mundial, tornando Louis um sucesso de vendas na França. Quem matou meu pai (Todavia, 2023), de 2018, e Lutas e metamorfoses de uma mulher (Todavia, 2023), de 2021, foram as publicações seguintes, que abordam, respectivamente, a vida de de seu pai e de sua mãe, relatos de pobreza e opressão que servem de ponto partida para reflexões sobre questões políticas na França de hoje em dia.

Em 2021, também foi lançado Mudar: Método (Todavia, 2024), obra que mergulha em temas como homofobia, vingança, desejo, as diferenças de classe e as relações familiares. Em 2024, publicou Monique se liberta, romance que também tem como ponto focal a mãe, com previsão de lançamento para setembro deste ano, logo antes da Flip, pela editora Todavia.

“Louis tem sido muito lido e discutido desde o lançamento de O fim de Eddy no Brasil, e certamente sua presença ajudará a entender primeiro porque hoje se faz tão presente na leitura dos brasileiros as chamadas autoficções, como é, por exemplo, o caso da Annie Ernaux, que ganhou o Nobel e foi um imenso sucesso na Flip de 2022. Depois, porque é importante discutir como a mobilidade social é um instrumento poderoso para lidar com o ódio, com as diferenças sociais e como o papel dos escritores e da leitura é central nisso”, conclui a curadora Ana Lima Cecilio.

Édouard Louis nasceu na vila operária de Hallencourt, França, em 1992. O autor é formado pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, e estreou na literatura em 2014. Importante expoente da autoficção contemporânea, as obras de Louis partem de experiencias pessoais do autor para produzir relatos contundentes, em que a homossexualidade e as injustiças de classe são retratadas através de uma escrita honesta e afiada.

Quem traduziu no Brasil: Francesca Angiolillo (O fim de Eddy; História da violência) e Marília Scalzo (Quem matou meu pai; Lutas e metamorfoses de uma mulher; Mudar: método; Monique se liberta).

Juan Cárdenas

De acordo com a DBA, O diabo das províncias é "um romance hipnótico e inquietante de um dos narradores latino-americanos mais geniais da última década".

No livro, um biólogo com vários diplomas estrangeiros que não lhe servem de nada volta à sua cidade natal, na Colômbia, depois de quinze anos. Esperava encontrar trabalho em uma universidade de alto nível, mas acaba se tornando professor em um internato feminino perturbador em que muitas das estudantes estão grávidas e outras tantas desaparecem sem que ninguém diga nada. O biólogo sabe que voltar à sua origem implica, também, enfrentar fantasmas: um irmão morto, um idioma que já não reconhece e um país em que a violência política, econômica e ambiental está por toda parte.

“O diabo das províncias é, em última análise, uma fábula extraordinária, hipermoderna e pós-colonial. Um romance escrito com aquela prosa translúcida, exata e transfigurada em oralidade que dá uma identidade inconfundível aos livros de Cárdenas”, diz o autor mexicano Emiliano Monge no blurb do livro. A tradução é de Mariana Waquil.

[15/07/2024 10:30:00]