
No encontro, o MinC apresentou uma proposta ao BB com o objetivo de financiar circuitos literários no valor de R$ 1 milhão nas cinco regiões do país, para pelo menos dez feiras ou festivais literários existentes em cada região. Detalhes sobre a operacionalidade do edital fazem parte das conversas atuais e o Ministério deve fornecer mais informações em breve.
“O estado de Pernambuco, por exemplo, poderia fazer uma proposta de um circuito de feiras que possa englobar três municípios de Pernambuco, três da Paraíba e três de Alagoas. No mínimo, tem que ser dez feiras”, explica Piúba. “Será um recurso voltado para a propagação dessas feiras de áreas distantes, mas que possam ser compreendidas como uma rede. Isso vai estabelecer uma potencialidade para que elas possam se conectar melhor dentro dos seus territórios. Porque, às vezes, um município menor nem sabe que ao seu lado tem outra feira ou festival literário”, completa.

De acordo com o secretário, em conversa com o PublishNews, só a Bahia, por exemplo, tem 51 festivais literários – são eventos como a Bienal do Livro Bahia, a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), a Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), a Festa Literária de Mucugê (Fligê) e a Festa Literária Internacional de Canudos (Flican).
“Queremos abrir um mapeamento específico junto às câmaras de livros locais e às secretarias estaduais de cultura, porque boa parte desses festivais contam com o apoio de editais estaduais ou da Lei Rouanet. Mas para além das feiras e festivais, a gente também quer incluir saraus e slams”, reforçou Piúba.
Na última semana, por exemplo, o Governo do Estado da Bahia lançou um edital de R$ 24,3 milhões em apoio a festas, feiras e festivais literários. A iniciativa faz parte do Projeto Bahia Literária e, ao todo, 81 propostas serão contempladas. O valor máximo de cada proposta é de até R$ 300 mil. As inscrições ficam abertas até 31 de julho.
A ideia de mapear os eventos literários pelo país não é nova. Em 2013, o MinC lançou um edital com a mesma finalidade, mas ele não avançou. “O mais importante desse circuito é completar a iniciativa da sociedade civil e instituições que atuam com a cultura, com a educação, com o universo político e a literatura. O que cabe ao Ministério da Cultura é dar uma atenção para isso, olhar para esse mapa, olhar para esses territórios, e ver como podemos potencializar essas iniciativas de promoção do livro e da leitura em nosso país".