
A 12ª edição do Fliaxará terminou no último domingo (23) e em cinco dias de programação recebeu cerca de 25 mil pessoas. O público presente pôde acompanhar as reflexões de 110 escritores e escritoras presentes no evento literário, que promoveu atividades acessíveis, inclusivas, antirracistas, éticas, educativas e em equilíbrio com a diversidade, economia criativa, raça, gênero e pessoas com deficiência.
Com o tema “Memória, Literatura e Diversidade”, o Fliaraxá equiparou os convidados em termos de gênero, raça e também de origem geográfica no Brasil, mantendo o equilíbrio entre homens e mulheres, com representatividade de autores negros, brancos, indígenas e de diferentes estados brasileiros.
Neste ano, o evento teve curadoria nacional de Afonso Borges, Tom Farias, Sérgio Abranches e curadoria local de Rafael Nolli, Luiz Humberto França e Carlos Vinícius Santos da Silva. O curador da programação infantojuvenil foi o escritor e professor Leo Cunha.

Também houve conversas sobre ética do cuidado e espiritualidade como no encontro entre Djamila Ribeiro e Bruna Lombardi; ou a literatura em diálogo com outros campos artísticos nas abordagens feitas por Aline Bei, Afonso Cruz, Marcelino Freire e Stefano Volp. Os afetos e a descolonização deles também foram pontos salientados em diferentes mesas, como a conversa entre Denise Fraga e Renato Nogueira e as participações, em dois momentos diferentes, de Geni Núñes.
Os autores participantes também compartilham relatos sensíveis, como foi o depoimento de Luana Tolentino, autora do livro Sobrevivendo ao racismo, que, no formato de cartas, narra situações de racismo que enfrentou principalmente no ambiente escolar. Outro momento comovente foi a conversa entre Marcelino Freire, Socorro Acioli e Eliana Alves Cruz, que falaram da fé na literatura.
Em fala por streaming no encerramento da 12ª edição do Fliaraxá, a ministra do STF Cármen Lúcia destacou a importância dos festivais literários na atualidade para a democracia brasileira, a exemplo do que foram os festivais de música no período da ditadura militar. A ministra participou da mesa de Conceição Evaristo, Calila das Mercês e Afonso Borges.
Números do 12º Fliaraxá
Neste ano, a equipe envolvida na organização do evento foi composta por 18 profissionais da área audiovisual, 11 pessoas no universo web e na imprensa e duas fotógrafas - isso sem contar as dez pessoas que trabalharam na produção do evento, juntamente a 15 profissionais destinados à montagem e 14 à recepção do Festival. Motoristas, seguranças, carregadores e equipe de limpeza somaram um número de 40 profissionais, enquanto a livraria dispôs de sete pessoas trabalhando no local. A Rua da Economia Criativa contou com a atuação de 58 pessoas, o que resultou em 250 profissionais envolvidos, entre empregos diretos e indiretos.
A infraestrutura contou com 980m² de área coberta e piso elevado, 220 m² de impressão digital, 1.800 metros de cabeamento para iluminação e de revestimentos diversos e mais de 50 pontos de iluminação decorativa e de serviço - o que acarretou em mais de 45 toneladas de estrutura e equipamentos.
A Fundação Calmon Barreto, local de realização do evento, recebeu uma das maiores livrarias já montadas, com 440m² e 30 mil títulos. Foram vendidos cerca de 7 mil exemplares.
Quanto às redes sociais, mais de 22 mil seguidores acompanharam as divulgações online, que refletiram em mais de 43 mil visualizações do perfil e quase dois milhões de impressões. Aproximadamente 150 atividades foram transmitidas simultaneamente e estão disponíveis para serem assistidas, em qualidade 4K, no canal do YouTube do Fliaraxá.
Há 12 anos apresentado pela CBMM via Lei Rouanet, toda a programação foi gratuita, garantindo a democratização do acesso. O evento contou, também, com o patrocínio do Itaú e Bem Brasil.
Participaram, na qualidade de apoio cultural, a Prefeitura de Araxá, a Fundação Cultural Calmon Barreto, a TV Integração, a Embaixada Francesa no Brasil, o Institut Français e a Academia Araxaense de Letras.