Felipe Rodrigues lança 'A forma do fogo' pela editora Patuá em São Paulo
PublishNews, Redação, 1˚/03/2024
Autor traz a poesia clássica para o mundo contemporâneo dos memes em novo livro, que trata de temas universais de forma contemporânea

Capa do livro A forma do fogo e o autor Felipe Rodrigues © Divulgação
Capa do livro A forma do fogo e o autor Felipe Rodrigues © Divulgação
O esgotamento dos dias, a solidão, a dor, a ânsia de viver, a ansiedade e a liberdade. Tudo parece ser tema para o poeta, advogado e professor universitário Felipe Rodrigues, autor do livro A forma do fogo (Patuá). Ao chegar ao terceiro livro da carreira, o escritor campineiro traz poemas que se debruçam sobre diversas questões universais da humanidade, como solidão, a necessidade de conexões, o descompasso entre desejos e realidades, entre outras angústias existenciais e sentimentais. O autor também já participou do Selo Off Flip de 2023 e de 2024, além de outras antologias e revistas literárias. A obra será lançada no sábado, dia 2, na Livraria Patuscada (R. Luís Murat, 40 – São Paulo / SP), a partir das 17h.

O autor parte de uma perspectiva atenta, crítica, por vezes divertida, por vezes pessimista, muitas vezes recorrendo a grandes mestres poetas e escritores como Arthur Rimbaud, James Joyce, Fernando Pessoa, entre outros. Mesclando o clássico e o contemporâneo, Felipe não tem medo de usar uma linguagem mais rebuscada, nem versos em segunda pessoa, nem interjeições e exclamações à la século 19. Sua poesia faz uso de uma linguagem precisa e atenta para desvelar os tempos atuais. Revezando textos longos e breves, os poemas também estão antenados com a cultura dos memes e das selfies, das monetizações e dos metaversos, abordando, por exemplo, a dificuldade de se construir uma identidade em um mundo de telas.

A sua contemporaneidade também aparece quando flerta com os poetas concretos, fazendo uso da materialidade do espaço em branco para brincar com palavras como em “Moneytease”, “Sopradores” e “O Vazio e a Falta”. Em “Enter, o assassino”, por exemplo, joga com a clássica quebra de linha dos poemas com o enter do computador que seria uma espécie de “assassino do poema”.

Quando questionado sobre o que versam seus poemas, afirma que escreve cerca de 40 a 50 poemas por ano e que busca se afastar de assuntos estritamente subjetivos e privados para chegar a uma universalidade, tentando alcançar e tocar mais pessoas, voltando sua atenção para temas como “a ansiedade e a depressão da liberdade, a desintegração da personalidade no tudo e nos pequenos-todos, o apagar (in)voluntário dos sonhos, a completa fusão e confusão das pessoas, das coisas, do mundo. A falta de sentido e sentimento”.

Aos 31 anos, Felipe Rodrigues é formado em Direito pela Unesp, com mestrado pela mesma universidade. Atualmente realiza doutorado na USP. A poesia, porém, atravessou toda a sua vida: o escritor chega à marca de três livros de poesia publicados no Brasil e em Portugal, tendo também diversos poemas presentes em antologias brasileiras e de países de língua portuguesa.

Suas poesias não são pessoais. “Não procuro usar os textos artísticos para defender diretamente ideias ou teorias, por mais importantes que sejam - diferentemente da maioria do que se produz hoje - e embora muita coisa esteja ali, compartilhada”, aponta. Ele acredita que tudo que é verdadeiramente novo é, automaticamente, tradicional e crítico, na esteira de T. S. Eliot. Aliás, Felipe está escrevendo sua tese de doutorado sobre a obra poética e crítica de T. S. Eliot e interpretação jurídica. “Pretendo publicar a tese e ainda algum outro livro de poesia. Tenho projetos de romances também. Continuar a escrever, sempre.”

SERVIÇO

  • Lançamento A forma do fogo (Editora Patuá)
  • Data: sábado, 2 de março
  • Horário: 17h
  • Local: Livraria Patuscada (Rua Luís Murat, 40 – São Paulo / SP)
[01/03/2024 10:00:00]