Um resgate da trajetória de Nelson Freire
PublishNews, Redação, 27/02/2024
Obra publicada pela DBA e escrita por Olivier Bellamy conta a história de um dos maiores pianistas de sua geração

Um dos maiores pianistas de sua geração, o mineiro Nelson Freire começou a tocar quando criança, em uma tentativa de imitar a irmã mais velha. Aos 12 anos, foi um dos finalistas do Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro, conquista que lhe rendeu uma bolsa, concedida pelo então presidente Juscelino Kubitschek, para estudar no exterior. Depois de dois anos, o jovem Freire foi convidado a estudar com Bruno Seidlhofer, um dos pilares da Academia de Música de Viena, e foi na Áustria que conheceu uma de suas parcerias mais duradouras, a argentina Martha Argerich. O repertório de Freire era, desde cedo, variado, tendo predileção por compositores como Beethoven, Liszt e Debussy, sem, no entanto, deixar de lado seus conterrâneos, como o compositor das Bachianas Brasileiras Heitor Villa-Lobos. Ao longo de sua carreira, tocou a quatro mãos junto a outros pianistas, além de ter apadrinhado músicos da geração seguinte. Nelson Freire sempre evitou os holofotes. Tímido e introspectivo, o pianista concedeu poucas entrevistas ao longo da vida, sendo considerado um mistério para o mundo da música clássica. Apesar disso, o jornalista Olivier Bellamy conseguiu romper essa barreira e o entrevistou em algumas ocasiões. Nelson Freire: O segredo do piano (DBA, 232 pp, R$ 74,90 – Trad.: Julia da Rosa Simões) é o resultado desta ligação entre biógrafo e biografado; um resgate sensível da trajetória do artista, morto em novembro de 2021, que se tornou um dos maiores intérpretes de todos os tempos.

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[27/02/2024 07:00:00]