Nos últimos anos, o varejo livreiro, especialmente as livrarias, passaram por muitos desafios: crise no mercado do livro, queda das principais varejistas do país e, mais recentemente, a pandemia do coronavírus que fechou as portas das livrarias por um longo período. O Anuário, segundo a ANL, tem por objetivo mapear a localização das livrarias e identificá-las e também contribuir para ações empresariais futuras de investimento no setor livreiro.
De acordo com os dados do anuário, o Sudeste lidera com 1.814 espaços, seguido pelo Sul (561), Nordeste (334), Centro-Oeste (165) e Norte (98).
O estudo também especifica as livrarias. Em primeiro lugar estão as lojas de Interesse Geral / Literatura, com 1.047 pontos; em segundo Infantil / Juvenil / Quadrinhos, com 914 e em terceiro, as Evangélicas com 321.
Católicas (290), Técnicas / Científicas (158), Sebos / Novos / Usados (102), Didáticas (52), Idiomas (46), Espíritas (36) e Outras religiões (6) também aparecem na contagem.
“Podemos considerar que os dados apresentados nos trouxeram informações positivas de modo geral”, considera a organização do Anuário. Em 2022, cerca de 100 novas livrarias abriram no Brasil e em 2023, o resultado é mais positivo do que negativo. “Não ouve declínio do varejo do livro, mas sim uma reinvenção, consolidação e enfrentamento positivo do comércio livreiro”.
No intervalo entre o último anuário - publicado em 2013 - e o atual, a queda no número de livrarias foi de 1,8%, um declínio considerado mínimo por Marcus Teles, presidente da ANL.
O presidente da entidade também faz algumas ressalvas: há, com certeza, livrarias faltantes.
Isso porque o Anuário computou dados entre o segundo semestre de 2022 e o primeiro semestre de 2023. Desde deste então, houve uma movimentação no setor com a Saraiva fechando diversas lojas e a Travessa indo na direção contrária - só para citar dois exemplos. Segundo Marcus, há uma diferença de pouco mais de 2% entre lojas que abriram e fecharam após a publicação do estudo.
Outras questões lembradas por Teles são as livrarias de saldo e de livros usados. "Temos vários pontos que devem ser analisados para considerar um espaço uma livraria ou não: tem que estar aberta o ano inteiro, tem que ter um número relevante de exemplares sendo vendidos, só para citar alguns exemplos. Dito isso, as livrarias de saldo ficaram de fora e muitos sebos também", explicou ao PN. "Mesmo assim, o Anuário é importante porque nos oferece uma base. É um dado 100% preciso? Não. Mas é o mais próximo que temos da realidade".
O Anuário contou com contribuição da Catavento Distribuidora, Disal Distribuidora, Distribuidora Loyola, Distribuidora de Livros Curitiba, Inovação, Rede Livrarias Leitura e Distribuidora e AEL-RJ.
Segundo Marcus, a ideia é ter a publicação do estudo a cada dois anos. O presidente da ANL adiantou ainda que pretende divulgar em breve um novo levantamento mais detalhado mostrando as cidades que não possuem livrarias e a média de pontos por habitantes no país.
Confira o número de livrarias por estado:
- Acre- 7
- Alagoas- 16
- Amapá- 4
- Amazonas- 22
- Bahia- 60
- Ceará- 71
- Espírito Santo- 42
- Goiás- 44
- Maranhão- 21
- Mato Grosso- 34
- Mato Grosso do Sul- 33
- Minas Gerais- 353
- Pará- 27
- Paraíba- 36
- Paraná- 161
- Pernambuco- 50
- Piauí- 36
- Rio de Janeiro- 252
- Rio Grande do Norte- 25
- Rio Grande do Sul- 293
- Rondônia- 18
- Roraima- 10
- Santa Catarina- 107
- São Paulo- 1.167
- Sergipe- 19
- Tocantins- 10
- Distrito Federal- 54