Evocando as mais diversas relações humanas
PublishNews, Redação, 06/09/2023
Marco Severo coloca uma obra eivada de dor e beleza, de recomeços, buscas por novos caminhos e, sobretudo, da complexidade labiríntica que é estar vivo

Conhecido por suas histórias inquietantes, Marco Severo chega ao seu quinto livro de contos com um título provocador: Não há castigo maior do que um amor que dure para sempre (Moinhos, 174 pp, R$ 65). Um título que pode nos causar, de saída, diversas sensações e questionamentos. Por que um amor que dure para sempre seria um castigo? Pode um amor durar para sempre, sendo a própria vida finita, ou seria aqui um “para sempre” nos moldes de Vinicius de Moraes que, sabendo ser o amor fadado ao fim, “posto que é chama”, que seja infinito enquanto dure? Qual é a real medida do eterno? A obra evoca também Nelson Rodrigues, presente através dos “interlúdios rodrigueanos”, em que Severo busca um diálogo com a obra do autor pernambucano – um provocador de primeira – por meio de contos que ecoam sua obra, mostrando que a realidade – fragmentada, tecnologizada, dura como seja, continua a mesma, porque o ser humano, matéria-prima da qual são feitas estas histórias, também continua o mesmo, não importa o tempo que passe. Em contos que evocam os mais diversos tipos de relações humanas, Marco Severo coloca diante do leitor uma obra eivada de dor e beleza, de recomeços e buscas por novos caminhos e, sobretudo, da complexidade labiríntica que é estar vivo.

Tags: Contos, Moinhos
[06/09/2023 07:00:00]