Bienal do Livro Rio: Quadrinistas independentes ganham espaço no evento
PublishNews, Redação, 05/09/2023
'Artists Alley', um espaço que funde literatura e arte, permite a interação entre leitores e ilustradores e quadrinistas, desde seus processos criativos à habilidade de criação; evento também anunciou que se tornou carbono free

Estande da JBC @ Divulgação JBC
Estande da JBC @ Divulgação JBC
A Bienal do Livro Rio abriu caminho em sua edição comemorativa de 40 anos para o Artists Alley, um espaço que funde literatura e arte, e permite a interação entre leitores e seus ilustradores e quadrinistas preferidos, desde seus processos criativos à habilidade de criação em primeira mão. Com cerca de 30 estandes de autores independentes, o Artists Alley está localizado na rua Z do Pavilhão Verde.

Outra novidade anunciada pela Bienal nesta terça-feira (5) é a de que o evento se tornou "carbono free". A ideia é neutralizar as emissões de gases que contribuem para o efeito estufa nas fases de pré-produção, montagem, realização e desmontagem do evento. A iniciativa ocorre por meio de inventário e com a compra de créditos de carbono de projetos que protegem a biodiversidade, preservam a Floresta Amazônica (REDD+) e geram de energia renovável (eólica), em parceria com a patrocinadora Shell Brasil.

O Artists' Alley

Pela primeira vez na Bienal do Livro Rio como visitante e autor convidado, o cartunista gaúcho Rafael Fritzen, criador das tirinhas Ângulo de vista, se surpreendeu com sua participação no Artists Alley já nos primeiros dias. “Eu não esperava que fosse ter fila de gente para comprar meus livros, conversar, pegar um autógrafo. É muito legal viver essa experiência!”, afirma. Fritzen considera a interação com os leitores a parte mais importante do espaço, sem contar as vendas – que, segundo ele, estão de vento em popa. “Eu trouxe uns 500 livros e já foi praticamente metade em três dias. Está no nível da CCXP, que é o maior evento de quadrinhos do Brasil”, garante ele – que nesta quarta-feira (6), vai participar da mesa “Por trás do traço: bate-papo com artistas do mundo independente”, no Estação Plural, às 14h.

Para o ilustrador Anderson Awyas, participar de um evento da proporção da Bienal é um fôlego para a cena carioca dos HQs que, segundo ele, tem tido poucas oportunidades. “Estar inserido num evento de tamanha visibilidade privilegia os artistas independentes, ideal para dar acesso a quem quer produzir e consumir coisas novas. Além disso, facilita a vida do público, que passa a encontrar os quadrinistas todos em um mesmo lugar. A experiência tem sido intensa e incrível”, afirma.

Fãs do trabalho de Gustavo Borges, autor de Morte Crens e Cebolinha: Recuperação, as amigas Julia Maia e Juliana Simão tiveram a oportunidade de conhecê-lo no Artists Alley.

Elas aprovaram a nova área da Bienal e já esperam que continue crescendo nas próximas edições. “Eu achei a ideia muito legal, porque dá oportunidade pros autores independentes, que não costumam ter muito espaço”, elogiou Juliana. “E também pude conhecer o Gustavo. Ele me explicou um pouco do projeto dele, que Morte Crens foi seu primeiro livro. É uma troca que a gente só tem aqui”, destaca.

Além do Artists Alley, alguns dos expoentes da nona arte estão por todo lado na Bienal do Livro. No Pavilhão Verde, a Comix BookShop tem tido boa movimentação desde os primeiros dias do evento. Os mangás são os mais procurados no estande, especialmente pelos leitores mais jovens. Títulos como One Piece, Demon Slayer e Jojo’s Bizarre Adventure estão na lista dos mais vendidos.

No Pavilhão Azul, a Companhia das Letras – que recentemente adquiriu a JBC (Japan Brazil Communication), editora referência em mangás no mercado editorial brasileiro – tem percepção semelhante. A Panini, no mesmo pavilhão, também registrou grande procura por mangás. Mas, apesar da febre dos quadrinhos japoneses, o pódio das vendas na editora — ao menos nos primeiros quatro dias de festival — foi 100% da Turma da Mônica, que completa 60 anos em 2023. O quadrinho mais vendido no estande da editora é o Cebolinha: 1973, uma edição com as primeiras tirinhas do personagem de Mauricio de Sousa.

Confira a lista completa dos expositores:

[05/09/2023 21:00:00]