
"A Câmara Brasileira do Livro (CBL) lamenta profundamente a perda de Oswaldo Siciliano. Hoje, 22 de agosto de 2023, perdemos um grande defensor da cultura, do livro e do poder transformador das palavras. Ele deixa um legado marcante, não apenas por suas realizações notáveis, mas também por sua paixão inabalável pelo livro e pela leitura", diz uma nota emitida pela instituição.
Segundo a CBL, durante sua gestão, o setor conquistou a mudança na legislação para a desoneração fiscal do livro. Em conjunto com a Abrelivros e o SNEL, ele também participou da criação do Instituto Pró-Livro, em 2006, e da celebração dos 60 anos da Câmara Brasileira do Livro, no mesmo ano.
"Por trás de sua liderança brilhante, residia um homem com uma curiosidade insaciável e um amor profundo pela cultura", diz a nota da CBL. "Sua partida deixa um vazio na comunidade do livro com o seu legado de dedicação que continuará a inspirar escritores, leitores e todos aqueles que valorizam o poder das palavras. Suas realizações continuarão a inspirar gerações futuras a abraçar a magia dos livros".
A Siciliano foi criada em 1928 pelo pai de Oswaldo, Pedro, comercializando jornais e revistas, expandindo sua atuação para outras cidades e realizando também o processo de importação de periódicos norte-americanos. A inauguração da primeira loja de livros, no centro de São Paulo, em 1942, é o marco inicial do que viria a ser a maior rede de livrarias do país. Ainda nos primeiros anos da loja, Oswaldo se envolveu no negócio. Uma marca da rede nas décadas seguintes, entre outras, foi a importação de livros de bolso em inglês.
Em 1988, foi criada a Editora Siciliano, dedicada à publicação de livros infantis e literatura em geral. Entre os nomes que tiveram seus livros lançados pela casa, estão Adélia Prado, Lya Luft, Danuza Leão, Raquel de Queiroz e Mario Vargas Llosa. Ainda na década de 1990, a Siciliano foi uma das primeiras redes a lançar uma loja virtual, com entrega de livros em domicílio. Em 1998, o grupo norte-americano Darby comprou uma parte da empresa, e ela foi vendida por completo para a Saraiva em 2007. Na época, o negócio incluía uma rede com 62 livrarias, quatro selos da editora e a operação de internet.