
“Acho importante que as pessoas conheçam o percurso expressivo de quem escreve profissionalmente", explica Trevisan, em nota. "Tenho uma longa história como escritor. Na oficina, pretendo dar exemplos da minha experiência no trato literário. Não apenas questões relacionadas à escritura dos livros mas também aquilo que a literatura me ensinou para me expressar”.
Ele avalia: “Parte da minha vida floresceu em contato com as obras que li. Minha adolescência num seminário católico sofreu uma guinada graças a um livro que li, a ponto de decorar trechos no francês original. Os dois primeiros contos que publiquei quando adolescente e me deram dois prêmios nacionais foram importantes para desenvolver minha vocação literária”.
João Silvério Trevisan, que lançou o seu recente romance Meu irmão, eu mesmo (Alfaguara), estrutura a oficina em duas vertentes básicas nos trabalhos: "escrever a partir de exercícios propostos; e discutir. Todos os textos precisam ser discutidos por todo o grupo. O debate é importante para dar e colher opiniões entre colegas".
Já é a quarta turma que a Balada Literária promove junto ao escritor. “Não se trata de curso de extensão universitária. Uma oficina literária requer mais do que a simples dedicação intelectual. Implica basicamente um trabalho de treinamento”, apontou Trevisan. “Também não se trata de um cursinho em 10 lições práticas para ser escritor/a, porque toda fórmula é avessa à criatividade. Criar, seja através da prosa ou da poesia, é o que interessa".
“Também darei exemplos da minha própria obra, para ilustrar dificuldades e soluções encontradas em muitos momentos da minha produção. Compartilhar os bastidores da escritura dos meus livros pode amadurecer quem se interessa em escrever ou simplesmente gosta de ler”, comenta.