Aniversário da banda que é um marco da música brasileira
PublishNews, Redação, 22/08/2023
'Primavera nos dentes' mostra como o Secos & Molhados, que lançou seu álbum de estreia em 1973, se tornou um dos símbolos da rebeldia contra a ditadura militar.

Primavera nos dentes (Record, 364 pp, R$ 79,90) acompanha a vida de cada um dos membros do Secos & Molhados desde antes da fama; o caminho que uniu João Ricardo, Gérson Conrad e Ney Matogrosso; o estouro de suas músicas; a performance única que eles inauguravam em período de repressão; os conflitos que levaram ao fim do grupo. Ao contar essa história, Miguel de Almeida traça também a história do movimento cultural brasileiro durante os duros anos da ditadura militar. Ney fugiu de casa aos 17 anos, brigado com o pai — um militar da Aeronáutica que não aceitava um artista na família. Muitas vezes não tinha o que comer, morava em casas de amigos e tinha uma vida simples, buscando seguir sua carreira de ator, até que conheceu João Ricardo, um jornalista português, e Gérson, um jovem estudante de arquitetura, que procuravam um cantor para sua banda de rock. Nenhum deles imaginava o sucesso que estaria por vir. O primeiro álbum do Secos & Molhados foi lançado em 1973. Em um ano, cerca de um milhão de LPs foram vendidos. Em fevereiro de 1974, a banda protagonizou outro recorde: uma apresentação para 20 mil pessoas no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Nunca antes o show de um único nome brasileiro havia atingido tamanho público — sendo que mais 20 mil pessoas ficaram do lado de fora, sem conseguir comprar ingresso. A rebeldia criativa do grupo driblava a censura, fazendo uso sobretudo da poesia e do teatro, e, com suas performances inusitadas, dava espaço a discussões de gênero e de liberdade, mesmo num período histórico de repressão.

[22/08/2023 07:00:00]