Uma nova era editorial que abre as portas para um novo tempo
PublishNews, Ricardo Almeida*, 11/08/2023
A literatura independente, afinal, é o mais puro retrato da diversidade que define o nosso mundo atual

Quando o Clube de Autores iniciou suas operações, em 2009, o mercado editorial estava imerso em neblinas densas o suficientes para transformar qualquer palpite de futuro em um exercício pueril de futurologia. As grandes redes e suas megastores teriam redefinido o mercado? Haveria espaço digno para autores independentes? E-books substituiriam impressos?

Avance 14 anos e temos, ao que parece, uma definição muito mais clara, nítida, e base para previsões mais fáceis de futuro. Ao que parece, prevaleceu o que era óbvio.

As megastores fecharam as portas e cederam espaço aos marketplaces e com seus estoques infinitos e entregas relâmpago; os e-books, ao invés de canibalizarem os impressos, trouxeram novas levas de leitores e cresceram todo o mercado; e os independentes, até então uma minoria relegada à periferia literária, assumiram o protagonismo máximo.

Hoje, em 2023, temos um mercado dinâmico e democrático capaz de transformar até mesmo o mundo em que vivemos.

Há dois gráficos interessantes que devem ser compartilhados aqui: o de livros publicados por mês no Clube de Autores e o de novos autores registrados em nossa base.

De maio de 2022 para cá, é nítida uma explosão de novos títulos publicados – títulos que encontram distribuição gratuita nas maiores livrarias e marketplaces do mundo e que, assim, chegam às mãos de uma infinidade de leitores espalhados pelos quatro cantos do planeta. Isso significa que, até o final do ano, devemos ter mais de 25 mil livros publicados no Clube de Autores em 2023 – número 50% maior que em 2022. A título de parâmetro, a Nielsen BookData, em sua Pesquisa de Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, apontou que o ano de 2022 fechou com 46 mil livros publicados.

Mas mais impressionante mesmo é a quantidade de novos autores se cadastrando na plataforma.

Aqui, o crescimento em relação tanto ao ano anterior quanto aos meses anteriores é ainda mais acentuado, apontando para um futuro cada vez mais dominado por independentes. Em média, cada autor do Clube publica 2,8 livros, o que significa que apenas os que se cadastraram em julho devem ser responsáveis por quase 2.600 novos títulos.

Sobre que assuntos? Todos – e essa é a beleza da literatura independente.

Há, em todo esse acervo, lendas quase esquecidas de tribos indígenas espalhadas pelo Brasil; biografias de líderes quilombolas; romances passados nas regiões mais inóspitas do nosso semiárido; poesias; tratados religiosos; filosofias; métodos revolucionários de inovação para negócios; tudo.

O tudo, aqui, é o que mais se deve sublinhar: a literatura independente, afinal, é o mais puro retrato da diversidade que define o nosso mundo atual. Diversidade que tem encontrado respaldo em uma base crescente de leitores cada vez mais interessados em conhecer a vida que pulsa além dos tradicionalismos com os quais nos educamos e dispostos em formar suas visões de mundo a partir de relatos não de seus líderes políticos ou sociais, mas de seus pares. Todos estão dispostos a ler todos, todos podem contar as suas histórias.

Até algum tempo atrás, era comum ouvir que a História era sempre contada pelo lado dos vencedores. A absoluta democracia da literatura independente e a amplitude de canais de distribuição por ela ofertada revolucionaram esse conceito; hoje, finalmente, a História pode ser contada por quem quiser.

Ganha a diversidade. Ganha a liberdade. Ganha, enfim, a própria evolução da nossa sociedade humana que abre as portas para um novo tempo.


* Ricardo Almeida é fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação em língua portuguesa no mundo.

* Este artigo é um publieditorial. Para saber como ver a notícia da sua empresa aqui, escreva para Daniela Carqueijó no e-mail comercial@publishnews.com.br com o assunto "Publieditorial".

[11/08/2023 08:40:00]