Histórias, sempre acreditei, têm uma vontade própria, uma espécie de força que salta das ideias espremidas entre suas letras com o objetivo de se espalhar por todas as geografias que puder.

Não que essa força intrínseca não encontre resistência, claro. Aliás, se tem uma coisa que livros – os mais tradicionais guardiões de histórias – sempre enfrentaram, foi resistência.

Do passado distante que queimava ideias consideradas perigosas ao passado recente que as submetia a um filtro excessivamente severo de curadoria mercadológica, em que poucas poderosas editoras emulavam Deus ao escolher quais livros mereciam as prateleiras das igualmente poucas livrarias, os livros sempre travaram uma heróica e eterna luta pela sobrevivência.

Exemplos dessa luta não faltam: alguns dos mais revolucionários escritores do mundo, ao encontrar portas fechadas de editoras para suas obras-primas, autopublicaram-se rumo à imortalidade. Mário de Andrade, Lewis Carroll, Proust, Mark Twain, Tólstoi e Manuel Bandeira são apenas alguns dos autores que investiram diretamente nas suas histórias quando nenhuma instituição de suas épocas quis patrociná-las justamente por serem diferentes do tradicional.

Mas os tempos, claro, mudaram – como sempre mudam.

Em nossos dias, feitos de autopublicação gratuita, comunicação descentralizada, impressão sob demanda e venda pulverizada por incontáveis marketplaces Internet afora, não são mais os autores os únicos a entenderem que dependem apenas de si mesmos para compartilhar suas histórias com o mundo.

Modelos que se consolidaram como padrão no mercado editorial – como a consignação – somados a quebras de grandes redes livreiras (sempre acompanhadas de calotes que costumam ser fatais) e a fluxos de caixa invertidos, onde primeiro se paga os custos para depois – com alguma sorte – receber as vendas, empurraram grupos editoriais pequenos e médios para um mundo até então dominado pelos autores independentes: a autopublicação. Para que investir em tiragens, afinal, quando se pode imprimir apenas o que se vende (e apenas depois de se vender) e contar com a Internet para distribuir seus livros por centenas de prateleiras virtuais?

Apenas no Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação em língua portuguesa do mundo, já há mais de 620 editoras utilizando o modelo de venda e distribuição pelos mais diversos marketplaces, no Brasil e na Europa, como maneira de ampliar o alcance a custo zero.

Seus investimentos, assim, ficam concentrados no que elas sabem fazer de melhor: escolher livros alinhados às suas respectivas marcas, trabalhá-los editorialmente, lapidar histórias e construir um arcabouço de marketing capaz de atrair o público certo. Nada que não seja óbvio, se pararmos para pensar: faz muito mais sentido investir no produto, no livro, do que no papel que o materializa – principalmente quando se pode imprimir de maneira 100% sob demanda, efetivamente anulando qualquer custo desnecessário.

Isso funciona? A resposta vem dos próprios números.

Essas 620 pequenas e médias editoras que publicam-se via Clube de Autores – um número ínfimo se comparado aos mais de 60 mil autores cadastrados na plataforma – são responsáveis por 15% de todas as vendas da empresa.

São números que, além de surpreender, atestam essa silenciosa – porém definitiva – mudança no mercado: a democratização editorial é, hoje, uma realidade cujo alcance ultrapassa autores e abraça todo um universo de pequenas e médias editoras, garantindo um tipo de diversidade literária que o mundo nunca havia testemunhado.

* Esta nota é um publieditorial. Para saber como ver a notícia da sua empresa aqui, escreva para Karina Lourenço no e-mail comercial@publishnews.com.br com o assunto "Publieditorial".