JBC aproxima Penguin Random House global do mercado de mangás, diz Matinas Suzuki Jr.
PublishNews, Talita Facchini, 19/04/2023
Em encontro que reuniu o diretor de operações, a editora Marina Shoji, Marcelo Del Greco e o autor Raoni Marqs, a JBC ainda adiantou dois lançamentos e falou sobre a aposta nos autores independentes e mangás brasileiros

Na manhã desta terça (19), a JBC – editora especializada na publicação de mangás – reuniu jornalistas e influenciadores para estreitar relações e apresentar algumas novidades do seu catálogo e planos para o futuro.

Adquirida pelo Grupo Companhia das Letras no início de 2022, a JBC segue sob o comando editorial das irmãs Luzia e Marina Shoji e se destaca pelo pioneirismo na publicação de mangás no Brasil, bem como pela boa e estreita relação com as editoras japonesas – algo primordial para o sucesso desse segmento. “Com a JBC nós temos uma participação realmente efetiva na história da Penguin Random House (PRH), porque em nenhum outro país eles têm acesso às editoras japonesas”, contou Matinas Suzuki Jr., diretor de operações da Companhia.

Matinas Suzuki, Marina Shoji, Marcelo Del Greco e Raoni Marqs
Matinas Suzuki, Marina Shoji, Marcelo Del Greco e Raoni Marqs
Matinas destacou ainda o timing "perfeito" da compra da JBC pelo Grupo, já que – segundo ele – na semana seguinte da aquisição, a PRH reuniu seus representantes globais para falar justamente sobre mangás. “Agora eles querem ter esse acesso. A JBC e a Marina têm sido uma ponte muito importante para aproximar a Penguin desse mercado”.

Resumindo a história da editora criada por seu pai, Masakazu Shoji, Marina dividiu a trajetória da JBC em três fases. A primeira, com os mangás presentes nas bancas; a segunda, com a inclusão nas livrarias; e a terceira com foco no e-commerce e publicação de novos títulos e em formatos diferentes.

Com a pandemia e depois o crescimento das vendas de mangás pelo mundo, a editora procurou uma maneira de ter mais sustentabilidade e continuar no mercado. E conseguiu com a aquisição pela Companhia. "A gestão da editora é das irmãs [Luzia e Marina]. Nós não damos palpites em nada. A sabedoria é deixar que elas cuidem do negócio", destacou Matinas, mais uma vez.

Aposta em autores nacionais

Com mais de 250 títulos publicados, o plano da JBC agora é investir nos mangás brasileiros e trazer os autores independentes para a editora com os selos Start e JBCStudios.

Um dos exemplos é a aposta em Raoni Marqs, autor de Como fazer mangá e que iniciou esta semana um curso, realizado pela Companhia, sobre o assunto. “A origem desse projeto é tentar instruir a pessoa que está entrando nesse universo e mostrar as muitas vias possíveis que ela pode seguir”, disse Marqs. A história terá quatro volumes e o segundo volume já está em produção.

O que vem por aí

Além dos volumes 34, 35 e 36 de My hero Academia, que já estão em produção, a JBC adiantou que lançará ainda este ano Héroes, de Inio Asano, uma fábula que fala sobre preconceito e hipocrisia e acompanha um grupo de heróis das mais variadas espécies que se reúne numa floresta para lutar contra as trevas.

A outra novidade é o mangá My home Hero, de Naoki Yamakawa e ilustrado por Masashi Asaki. A história que acabou de ganhar um anime está com 20 volumes e traz uma trama mais adulta, com ação e mistério: quando o trabalhador Tetsuo Tosu começa a suspeitar que sua filha Reika está em risco por causa do namorado, ele decide investigar e descobre que ele não só está ligado à yakuza, como tem histórico de feminicídio em seu passado. Para proteger a filha, Tosu acaba matando o jovem, mas isso terá um preço alto para sua vida.

[19/04/2023 16:00:00]