Evento discute o protagonismo de Belo Horizonte no modernismo brasileiro
PublishNews, Redação, 20/01/2023
Evento gratuito na Casa do Baile (21 e 22) apresenta rico repertório mineiro, contribuindo para discussão de que o modernismo não foi um movimento apenas paulista

Para discutir o protagonismo de Belo Horizonte na segunda geração do modernismo, neste final de semana (21 e 22), a Casa do Baile (Av. Otacílio Negrão de Lima, 75 – Belo Horizonte / MG) recebe o projeto ECOS – Modernismo Plural. O evento gratuito, composto por palestras, mini talks, oficinas, intervenções urbanas e visitas mediadas ao complexo arquitetônico da Pampulha, objetiva demonstrar que o tema merece celebrações e reflexões contínuas e visa também potencializar o território da Pampulha enquanto Patrimônio da Humanidade. Não são necessários ingressos, mas o evento é sujeito a lotação.

O evento busca apresentar aos interessados o patrimônio histórico e artístico de BH, por meio de uma possibilidade de leitura do modernismo brasileiro para além da discussão paulista, reivindicando o lugar de protagonismo de Belo Horizonte e a transversalidade do modernismo mineiro com a discussão nacional.

Todas as ações serão no entorno da Lagoa da Pampulha, tendo como foco um seminário no auditório da Casa do Baile. Na orla, integra a programação, um city tour que será conduzido por leituras de poemas de Cecília Meireles, promete atrair os amantes das artes – especialmente literatura e arquitetura. Haverá também uma oficina de educação patrimonial com foco no processo de musealização da Igrejinha São Francisco de Assis. Outra atividade especial será o passeio de bicicleta (tweed ride) pelo complexo arquitetônico da região. O encerramento do evento contará com o tradicional PicLindy do grupo BeHoopers, que reforçará o caráter original da Casa do Baile.

Segundo o idealizador do projeto, historiador da arte e gestor cultural Lucas Amorim, que atualmente é gestor da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, - um apaixonado por arte, cultura e inovação - a História da Arte Brasileira, em especial, a História das Exposições, carecem de estudos e maior atenção, já que a projeção e relevância do Modernismo Brasileiro foi por décadas suprimida pela Semana de Arte Moderna de 1922, ou pelos nomes de grandes artistas, habitualmente ligados à temática nacionalista. “Muitos foram os desdobramentos do modernismo desde a Semana, mas pouco ainda se fala sobre a chegada da caravana modernista a ainda pacata Belo Horizonte de 1944, por meio de uma ação fomentada pelo então prefeito Juscelino Kubitscheck, onde reuniram-se na cidade os mais importantes artistas e intelectuais do período para conheceram o complexo da Pampulha e participarem da Exposição de Arte Moderna, que teve oito obras giletadas”, comentou.

Confira a programação na íntegra:

SÁBÁDO, 21/01

  • 10h às 12h | Mini Curso - Laboratório de Crítica

Rodrigo Vivas, Professor de História da Arte na UFMG, apresenta o papel da crítica para a consolidação das artes plásticas em Minas Gerais e aspectos da escrita da história da arte em Belo Horizonte.

  • 10h às 12h | Mini Curso - Educação Patrimonial - Igrejinha da Pampulha

A historiadora Thaís Alvim e a museóloga Rayane Rosário apresentam no mini curso noções de proteção, preservação e valorização do patrimônio histórico e cultural, com ênfase no Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis, que passa por um processo de musealização.

  • 14h às 15h | Mesa de Abertura

Rodrigo Vivas, professor de História da Arte na UFMG; e Lucas Amorim, idealizador do ECOS, apresentam um breve panorama da História da Arte de Belo Horizonte.

  • 15h às 16h | Mesa redonda

Museus, Literatura e Modernismo, com Alisson Valentim - mestre em Design, arquiteto urbanista e pesquisador de museus, equipamentos culturais e metodologias de gestão destes espaços; Breno Fonseca – pesquisador da literatura brasileira e do patrimônio histórico e cultural e Rayane Rosário – museóloga e especialista em Gestão do Patrimônio Histórico e Cultural discutem o papel das instituições museológicas para preservação da cultura e a contribuição da literatura na consolidação das políticas de patrimônio no Brasil.

  • 16h às 17h| Nessa rua tem um rio

Thereza Portes, artista , professora e pesquisadora realiza sua tradicional “Mesa de Thereza” e conversa sobre seu projeto de intervenção urbana “Nessa Rua Tem um Rio”, que propõe de uma maneira relacional novos usos e significados do Espaço Público.

  • 17h às 18h| MiniTalk - História Cultural de BH

João Perdigão – pesquisador, escritor e atua com produção cultural e arte educação; e Rafael Perpétuo – gestor do Museu de Arte da Pampulha, discutem a efervescência cultural de Belo Horizonte em suas dimensões éticas, políticas e sociais.

DOMINGO 22/01

  • 10h às 12h | CityTour - Cecília Meireles e a Pampulha

Breno Fonseca conduzirá um city tour no complexo da Pampulha, apresentando a visão de Cecília Meireles sobre o complexo da Pampulha, a partir dos poemas da escritora e a transversalidade entre a Literatura e Modernismo.

  • 10h às 12h | Tweed Ride - Concentração na Casa do Baile e passeio de bicicleta pela Orla da Lagoa.
  • 14h às 15h | MiniTalk - Design, Arquitetura e Modernismo

João Caixeta - designer, curador, diretor do Museu da Cadeira Brasileira e pesquisador modernista brasileiro e Maíra Onofri - arquiteta e mestre em preservação do patrimônio cultural, conversam sobre cidades, cultura e patrimônio.

  • 15h às 16h | Palestra - Arte, Mercado e Modernismo

Flaviana Lasan - educadora, artista visual, contribui com discussão sobre o mercado da arte/história/educação e o protagonismo feminino.

  • 16h às 17h | PicLindy e Baile de Encerramento

Em uma interessante mistura de piquenique com música e dança, ao ar livre, em celebração à arte e cultura modernista, a Casa do Baile celebra a sua vocação original. É só chegar com paz, amor no coração e boas energias. Quem quiser leve tecido para forrar no chão, comidinhas e bebidinhas. Não esqueça de levar recipiente para recolher seu lixo e deixar a Casa do Baile limpa, como encontrou.

[20/01/2023 11:00:00]