Na noite desta quinta-feira (24), o Prêmio Jabuti premiou os vencedores da sua 64ª em uma cerimônia presencial – e com transmissão on-line – no Theatro Municipal de São Paulo.

O escolhido como Livro do Ano foi Também guardamos pedras aqui, publicado pela editora Nós e escrito por Luiza Romão. A obra é da categoria Poesia – também premiada em 2018 com Mailson Furtado (À cidade / Independente) e em 2020 com Cida Pedrosa (Solo para vialejo / Cepe) – e fala sobre as pedras no seu caminho, como pedras de Drummond, de João Cabral, das canções de protesto do Clã Nordestino, de Nina Simone, de Pete Seeger, de Barbara Dane e de Selda Bağcan.

A primeira categoria da noite foi a de Conto. A estatueta ficou na mão de A vestida (Malê), de Eliana Alvez Cruz. A obra é uma crítica social, com referências a ancestralidade africana, pesquisa história, ironia, insurgência poética e um cuidado com o enriquecimento humano dos personagens que marcam a prosa da escritora carioca. Logo em seguida, a Malê ficou com seu segundo prêmio da noite com A lua na caixa d’água, de Marcelo Moutinho, na categoria Crônica.

Em Infantil, o premiado foi Sonhozzz (Salamandra), de Daniel Kondo e Silvana Tavano e em Juvenil, o troféu do Jabuti foi para Ana Elisa Ribeiro pela obra Romieta e Julieu, publicado pela editora Rhj.

Romance Literário, uma das categorias mais aguardadas da noite, premiou Micheliny Verunschk pela obra O som do rugido da onça (Companhia das Letras). O livro também é finalista do Prêmio Oceanos e foi um dos dez selecionados para compor o Books at Berlinale 2022, projeto fruto da parceria entre a Feira do Livro de Frankfurt e o Festival de Cinema de Berlim. Já Romance de Entretenimento premiou Lucas Mota pelo livro Olhos de pixel, publicado pela Plutão Livros.

No eixo Não Ficção, Laurentino Gomes foi premiado em Biografia e Reportagem pelo segundo volume da sua trilogia Escravidão, publicada pela Globo Livros, e que se concentra no século XVIII, período que representou o auge do tráfico negreiro no Atlântico.

Margareth Dalcomo também ganhou seu primeiro Jabuti pela obra Um tempo para não esquecer (Bazar do Tempo), no qual ela dá sua visão pelo viés da ciência no enfrentamento da pandemia do coronavírus e sobre o futuro da saúde. Dalcomo participou do Podcast do PublishNews em junho no qual falou, dentre outros assuntos, sobre o seu gosto pelos livros em um bate-papo informal.

A estatueta de Ciências Humanas ficou com Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz pela obra Enciclopédia negra, publicada pela Companhia das Letras. Com essa conquista, Lilia Moritz Schwarcz acumula nove Jabutis durante sua carreira como escritora.

No Eixo Produção, na categoria Capa, a Antofágica levou o seu segundo Jabuti, dessa vez pela sua edição de 1984, de George Orwell. Os responsáveis foram Giovanna Cianelli e Pedro Inoue.

No Eixo Inovação, na categoria Fomento à Leitura, o premiado foi o projeto Vaga lume: Como os livros mudam a vida de crianças e adolescentes na Amazônia, coordenado por Sylvia Guimarães.

A casa internacional Textofilia – criada por Ricardo Sánchez Carneiro – e a Todavia levaram uma estatueta cada pela edição mexicana da obra Torto arado, do autor Itamar Vieira Junior, na categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior. "Ganhar o Jabuti é uma honra. Nosso compromisso de continuar levando a literatura brasileira aos leitores hispânicos continua e se fortalece. O Brasil, seu povo e sua riqueza literária tocam corações. Como editores, podemos apenas tentar esticar nossos braços para que possam tocar ainda mais novos corações no mundo", disse ao Sánchez ao PublishNews depois de pessoalmente receber seu troféu.

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