Contos perversos de Margaret Atwood
PublishNews, Redação, 10/08/2022
Em 'Colchão de pedra', a autora reúne contos com personagens sombrios, elementos góticos e humor afiado

Presenças fantasmagóricas, aberrações da natureza, alucinações, assassinatos, antigos rancores, sonhos frustrados. Colchão de pedra (Rocco, 304 pp, 64,90 – Trad.: Maira Parula) reúne uma série de narrativas que, assinadas pela autora canadense Margaret Atwood, estão repletas de figuras sombrias e elementos góticos. Os três contos iniciais da coletânea, por exemplo, são interligados por um personagem comum: o egocêntrico poeta Gavin Putnam. No primeiro texto, ele passeia pelas memórias um tanto confusas da namorada de juventude. No segundo, enquanto coloca à prova a paciência da atual esposa, que é muitos anos mais nova, ele relembra uma parte de seu passado inconsequente. Por fim, Putnam ressurge na história de uma antiga amante, que, depois de décadas de ressentimentos, decide comparecer a seu velório. Na narrativa que dá título ao livro e que em breve vai virar filme, Verna, uma viúva, embarca em um cruzeiro pelo Ártico depois da morte nada acidental do seu quarto marido. O inesperado acontece quando ela vê entre os passageiros o homem por quem foi abusada e humilhada décadas antes. Astuta, ela planeja cautelosamente a sua vingança. Nas telas, a protagonista será vivida por ninguém menos que Julianne Moore.

[10/08/2022 07:00:00]