“Lesung” é uma palavra alemã que define um tipo de leitura literária presencial diferente nos formatos habituais no Brasil. O autor faz uma longa leitura de uma obra, com muitos trechos, ou, se o texto for curto, pode ser até uma leitura completa. A ideia é afastar o tédio que o modelo de narração presa ao texto pode provocar. Os autores assumem um pouco a contação de histórias, que é preparada para atrair atenção, com comentários, lembranças do processo criativo e, se possível, bom humor.
“Esse formato de leitura é praticamente desconhecido no Brasil, mas muito comum na Europa de língua alemã. O autor seleciona trechos da obra e os lê, numa espécie de performance que é também uma contação de história. Depois, um mediador faz perguntas e comentário, e em seguida o público também pode dialogar com o escritor. Acho um formato bastante agradável para aproximar o público de uma obra desconhecida”, comenta Krausz.
Opulência trata da memória dos imigrantes austríacos que buscaram refúgio no Brasil à época da perseguição nazista. Krausz destaca que, de certa maneira, ir a Viena para essa leitura é o caminho inverso percorrido com os seus até passados.
É a primeira vez que Opulência será divulgado dessa forma fora do Brasil, mas o autor já é familiarizado com lesung. Fez várias apresentações de obras anteriores, como no festival de literatura LitCologne, nas feiras do livro de Leipzig e de Frankfurt, na embaixada do Brasil em Berlim e em uma longa lista de universidades e livrarias.
O autor ganhou o Prêmio Machado de Assis em 2018, com Outro lugar (Cepe), e foi finalista duas vezes do Jabuti na categoria Romance, com Bazar Paraná, em 2016, e Deserto, em 2014, ambos lançados pela Benvirá.
Fica a sugestão para editoras e livrarias brasileiras se arriscarem no formato lesung.