Discutindo a pluralidade de Miriam Alves
PublishNews, Redação, 19/05/2022
Publicado pela Fósforo, livro traz análises de 15 autores sobre o contexto histórico e cultural que fez emergir a literatura da autora, há 40 anos

Em 1978, no Teatro Municipal em São Paulo, surgiu o Movimento Negro Unificado (MNU), data em que o pensamento coletivo acerca da escrita de autoria negra começou a se formar, conectando escritores em um corpo cultural a um só tempo diverso e coeso. Embora já escrevesse desde a infância, é a partir desse movimento que Miriam Alves passa a elaborar as vivências e subjetividades negras brasileiras e a traduzi-las em seu fazer literário, cuja grandeza não foi devidamente medida pelo racismo estrutural que ainda hoje é motivo de combate na literatura e na sociedade. Aos 30 anos Miriam Alves passou a publicar seus poemas, contos e romances, pelos quais obteve reconhecimento internacional. No Brasil, no entanto, o cânone branco, masculino e classista apequenou sua escrita. A fim de questioná-lo, Miriam Alves plural: teoria, ensaios críticos e depoimentos (Fósforo, 328 pp, R$ 44,90) também surge para endossar o crescente reconhecimento da literatura negra e pavimentar o caminho para aqueles que desejam atravessar a trilha de pele, faca, luta, gritos, arte, amor e desejo que a poeta construiu ao longo de quarenta anos de trajetória. Dividida em quatro partes, a coletânea traz análises do contexto histórico e cultural que fez emergir a literatura de Miriam. Com 15 autoras e autores, todos pesquisadores de universidades do país e do exterior, os textos perpassam a biografia, os contos, os romances, bem como os poemas recentemente reunidos no Círculo de poemas (Fósforo/Luna Parque, 2022).

Tags: Fósforo
[19/05/2022 07:00:00]