Anos após o público brasileiro conhecer o premiadíssimo Jimmy Corrigan: o menino mais esperto do mundo, agora o mais recente trabalho do inovador quadrinista americano Chris Ware chega às lojas. Rusty Brown (Quadrinhos na Cia, 356 pp, R$ 92,90 – Trad.: Caetano W. Galindo) é um romance gráfico em que as narrativas fragmentadas compartilhadas pelos personagens pretendem ser fluidas, como passagens pela memória. São quatro histórias, porém interligadas a ponto de necessitarem umas das outras para transmitir entendimento ao leitor. Numa escola, nos anos 1970, Rusty é mais um adolescente desajustado, sem achar seu lugar no mundo. No passado, surge o personagem mais poderoso do livro, Woody, pai de Rusty, que tenta lidar com interesses amorosos e seu grande desejo de ser autor de ficção científica. As outras duas narrativas voltam para a escola de Rusty, destacando o valentão da turma, Jordan Lint, terror de todos os colegas, e a professora negra Joanne Cole, outra personagem desajustada, sofrendo muita pressão numa escola predominantemente branca. O que faz a diferença é o traço ímpar de Ware, que não se parece com nada no mercado e dá personalidade única a essa história de cotidianos.