As vendas de livros por catálogos da Avon já foram muito relevantes no Brasil. Best-sellers se tornaram best-sellers no Brasil graças a esse canal, que mostrou a sua potência no fim da primeira década dos anos 2000. Entre 2009 e 2010, por exemplo, o segmento porta-a-porta ganhou importância, impulsionado pela Avon, conforme o próprio PN destacou em matéria de 17 de agosto de 2011: “Quem merece mesmo destaque é o segmento de venda porta a porta, que tinha 16,6% do mercado em 2009 e saltou para 21,6% em 2010”. Os dados apareciam na pesquisa Produção e Vendas no Setor Editorial Brasileiro – ano base 2010.
Nos últimos anos, a importância da Avon na comercialização de livros veio ladeira abaixo e junto com ela os números do porta a porta e dos catálogos. De acordo com a última edição da Produção e Vendas, o canal foi responsável por 4,3% do faturamento do setor editorial brasileiro em 2019. Com essa queda, o segmento deixou de ser o terceiro canal de distribuição de livros no Brasil e abriu espaço para as livrarias exclusivamente virtuais, que saltaram de 3,4%, em 2018, para 12,7%, em 2019.
A saída da Avon do setor de livros foi noticiada pela coluna Painel das Letras, interinamente capitaneada por Úrsula Passos. De acordo com a repórter da Folha de S.Paulo, a empresa passa por mudanças que revisão estratégica do seu portfólio. "A oferta de determinados produtos na Revista de Moda e Casa não é condizente com o novo plano de negócios, que busca estar mais conectado com o universo da beleza", disse a empresa à jornalista. "Nossos parceiros comerciais foram comunicados com antecedência e estamos cumprindo prazos e honrando todos os compromissos previamente assumidos", completou.