Uma viagem ao pensamento africano
PublishNews, Redação, 11/01/2021
‘Filosofias africanas’ evidencia a complexidade, sofisticação e profundidade do pensamento africano e das perspectivas de mundo que sua filosofia provoca.

Num sentido amplo, o termo “filosofia” designa a busca do conhecimento iniciado quando os seres humanos começaram a tentar compreender o mundo por meio da razão. Na prática acadêmica, é usado para designar o “conjunto de concepções metafísicas (gerais e abstratas) sobre o mundo”. A grande crítica que se faz às tentativas de caracterizar o pensamento tradicional africano como filosofia é a de que, na África, os nativos, defrontados com a grande incógnita que é o Universo, seriam incapazes de ir além do temor e da reverência. A partir daí, o chamado “racismo científico”, um dos pilares do colonialismo no século XIX, negou a possibilidade de os africanos produzirem filosofia. Então, o reconhecimento como filósofos, no sentido estrito do termo, de pensadores nascidos na África e de uma linha filosófica deles originada só ocorreu a partir do século XX. Filosofias africanas (Civilização Brasileira, 144 pp, R$ 34,90), de Nei Lopes e Luiz Antonio Simas, trata tanto dos saberes ancestrais africanos, sua essência preservada nos provérbios, na diversidade multicultural e nos ensinamentos passados durante gerações por meio da oralidade, quanto da contribuição de filósofos africanos e afrodescendentes contemporâneos na atualização desses saberes, muitos dos quais pautados no decolonialismo.

[11/01/2021 07:00:00]