Poços de Caldas quer ser uma ‘cidade criativa’
PublishNews, Leonardo Neto, 03/11/2020
Candidatura à cidade criativa na área de literatura será apresentada durante o Flipoços, cuja edição virtual acontece de 11 a 15 de novembro

Poços de Caldas quer ser uma ‘cidade criativa’ | © Sturm / WikiCommons
Poços de Caldas quer ser uma ‘cidade criativa’ | © Sturm / WikiCommons
Desde 2004, a Unesco busca cidades que se destacam por suas inciativas destinadas a fazer da cultura e da criatividade um motor do desenvolvimento sustentável e da promoção do bem-estar de seus cidadãos. Essas cidades formam uma rede de “cidades criativas”. As cidades são distribuídas em sete áreas: Artesanato e arte popular, Design, Filme, Gastronomia, Música, Media arts e Literatura. No Brasil, dez cidades já integram a rede. Belém, Belo Horizonte, Florianópolis e Paraty em Gastronomia; Brasília, Curitiba, e Fortaleza em Design; João Pessoa em Artesanato e arte popular; Salvador, em Música, e Santos, em Filme. Santos, a propósito foi a escolhida para receber a conferência anual da rede em 2020, evento adiado por conta da pandemia do novo coronavírus. Nenhuma cidade brasileira, portanto, aparece entre as cidades criativas na área de Literatura. Poços de Caldas quer corrigir isso. A cidade do interior mineiro apresentará a sua candidatura durante a realização do Flipoços, cuja edição virtual acontece a partir do próximo dia 11.

Para conquistar o título, a cidade terá que provar que mantém iniciativas editoriais e de incentivo à leitura, incluindo programas educativos com foco na literatura nacional ou estrangeira nas escolas e universidades e que a literatura tenha um papel de destaque na sua vida cotidiana e na sua economia. Conta também a experiência na organização de eventos e festivais literários com o objetivo de promover a literatura e o número de bibliotecas, livrarias e centros culturais dedicados à preservação, promoção e disseminação da leitura.

O Flipoços contribui para isso. Na sua última edição, o festival recebeu 60 mil visitantes e 80 expositores que movimentaram, segundo estimativas dos organizadores, R$ 3 milhões. A cidade – que, segundo o IBGE, tem 168,6 mil habitantes – conta com três livrarias – uma delas dedicada ao público infantil – e ainda cerca de 16 bibliotecas (quatro públicas, quatro universitárias e cerca de seis escolares). O Instituto Moreira Salles também mantém uma sede no município, o que conta no critério “centros culturais dedicados à preservação, promoção e disseminação da leitura”.

A candidatura é ainda patrocinada pelo Polígono Sul-Mineiro do Livro, agremiação que reúne bibliotecas, centros culturais e iniciativas de apoio à leitura em 28 microterritórios literários do Sul de Minas.

Flipoços virtual

Na última sexta-feira, os organizadores do Flipoços virtual apresentou aos jornalistas os destaques da sua programação de 2020. A edição especial contará com mais de 120 palestrantes numa programação 100% gratuita e on-line que acontecerá simultaneamente em três salas virtuais. Entre os destaques da programação, estão nomes como Ana Maria Machado, Marco Lucchesi, Mauricio de Sousa, Maria Valeria Rezende, Martha Medeiros, Mary del Priore, Miriam Leitão, Nelson Motta, Patrícia Melo, Paula Pimenta, Rodrigo Alvarez e Eric Nepomuceno. O festival propõe ainda um diálogo com a literatura lusófona trazendo para a sua programação nomes como os de Teolinda Gersão (Portugal), Amosse Mucavele (Moçambique) e Calane da Silva (Moçambique), este último inédito em festivais brasileiros. O festival contará ainda com a chilena Alejandra Costamagna e a sul-africana Michelle Nkamankeng.

Para conferir a programação completa do festival, acesse o site do Flipoços.

[03/11/2020 10:20:00]