Apanhadão: Burocracia barra livros no prêmio da Biblioteca Nacional
PublishNews, Redação, 05/10/2020
E mais: morre o jornalista, escritor e pesquisador musical Zuza Homem de Mello​; os principais concorrentes do Nobel de Literatura 2020

A burocracia na inscrição de obras para o prêmio da Biblioteca Nacional foi o destaque da coluna Painel das Letrasdesta semana. Mais de 800 obras foram consideradas inabilitadas pela organização do prêmio, de um total de 1.380. As casas culpam um edital confuso e com exigências cheias de ambiguidades. Muitos foram recusados por se esquecerem de incluir uma marca d’água obrigatória no arquivo virtual – nesta edição o prêmio abriu margem para envio de arquivos digitais. Outros, por não anexar devidamente um documento chamado comprovante de depósito legal. Houve ainda problemas com o reconhecimento do ISBN. A Biblioteca Nacional disse à coluna que está “contornando todas as dificuldades" e "oferecendo assistência a todos os candidatos”.

Faleceu no domingo (4), o jornalista e pesquisador musical Zuza Homem de Mello, aos 87 anos. Segundo familiares, o músico e escritor se despediu da vida enquanto dormia em seu apartamento no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Estudou música nos EUA, trabalhou na TV Record como técnico de som por dez anos e nos anos 1970 dirigiu a série de shows “O Fino da Música”, no Anhembi (SP). Recentemente, Zuza havia finalizado uma nova biografia sobre o músico João Gilberto, obra escrita em sigilo absoluto ao longo de dois anos. Segundo O Globo, o material, ainda sem título definido, deveria ser lançado pela Editora 34 entre o fim de 2020 e o início de 2021.

O Nobel de Literatura 2020 será divulgado nesta quinta (8) e a escritora caribenha Jamaica Kincaid, das ilhas Antígua e Barbuda, é apontada como uma das favoritas. Ela é conhecida por explorar o racismo, o colonialismo e as questões de gênero. Também estão na lista dos favoritos: Ismail Kadaré (Albânia), David Grossman, (Israel), Margaret Atwood (Canadá), Joyce Carol Oates (EUA), Marilynne Robinson (EUA), Peter Nadas (Hungria), Hilary Mantel (Inglaterra), Ngugi wa Thiong (Quênia), Mircea Cartarescu (Romênia) e Michael Houellebecq (França).

Em entrevista ao Valor, Alexandre Martins Fontes falou sobre sua vida, carreira e sobre o Projeto Retomada das livrarias, que busca apoio contra a taxação de 12% do livro, proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. "O livro não é um produto de elite em nenhum lugar do mundo. É meio absurdo dizer que um produto que custa R$ 30 ou R$ 40 ou R$ 50 seja de elite", disse.

No prelo das editoras, o Painel das Letras adiantou que a José Olympio vai publicar, ainda neste mês, o primeiro livro escrito por Alice Walker, A terceira vida de Grange Copeland.

Tags: Apanhadão
[05/10/2020 10:00:00]