Sobre o direito de existir
PublishNews, Redação, 27/08/2020
Romance de estreia de Nic Stone, ‘Cartas para Martin’ é uma potente crítica à desigualdade racial

Cartas para Martin (Intrínseca, 256 pp, R$ 39,90 – Trad.: Thais Paiva), livro de estreia de Nic Stone, é um relato sobre ser um jovem negro e sobre o direito inalienável de existir. Na trama, Justyce McAllister é um garoto de 17 anos com um futuro brilhante pela frente. É um dos melhores alunos de uma prestigiada escola de Atlanta, tem uma mãe amorosa e um melhor amigo incrível. No entanto, um episódio de violência policial revela que a distância entre ele e seu futuro é quase um abismo. Porque Justyce McAllister é negro, e isso significa que, muitas vezes, é julgado pela cor de sua pele. Ao ser agredido e detido injustamente, o olhar de Justyce desperta para um novo mundo, um lugar solitário em uma sociedade que insiste em vê-lo como ameaça ou como promessa de fracasso. Ele se dá conta, então, de que não pode mais fingir que não tem nada errado e decide iniciar um projeto: escrever cartas para Martin Luther King Jr., um dos mais importantes ativistas políticos pelos direitos dos negros, símbolo da luta contra a segregação racial nos Estados Unidos, morto em 1968. Em meio a questões familiares, desentendimentos com os amigos e complicações da vida amorosa, nas cartas ele expõe suas dúvidas, sua angústia, sua revolta e a percepção clara de que a sociedade não é tão igualitária quanto deveria.

[27/08/2020 07:00:00]